“Que este seja apenas um dos primeiros passos da vida escolar de vocês. Se chegaram até aqui, é porque vocês têm garra, força de vontade. Continuem! Lutem para alcançar seus objetivos!” Estas palavras de incentivo são parte do discurso da secretária municipal de Educação, Juliana de Souza, durante a noite de autógrafos dos alunos concluintes do Programa Brasil Alfabetizado (PBA). O evento ocorreu no último sábado (30), no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Rio Verde.
Cada estudante teve a autobiografia publicada no livro “História de Vida”, desenvolvido e organizado por professores do programa. No sábado, os formandos viraram celebridades e distribuíram autógrafos, ocasião da cerimônia de conclusão desta primeira etapa dos estudos. Eram dez turmas e cerca de 220 alunos das escolas Eurides Santana, Paulo Fonteles, Terezinha de Jesus, Novo Horizonte, Eunice Moreira e Faruk Salmen.
O evento, organizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do Departamento de Educação de Jovens e Adultos (Deja), foi permeado de emoção, perceptível nos alunos a cada apresentação de música, declamação de poesia e exposição de depoimento.
Raimundo Lourisval Ibiapina, 46 anos, é um dos alunos que definem o programa como “uma nova oportunidade”. Conforme descreve em sua autobiografia, ainda na infância teve de assumir responsabilidades de adulto e, por isso, não mais teve acesso à escola. Há pouco tempo, porém, ele procurou a sala de aula e foi alfabetizado. “Estou muito feliz por ter chegado aqui e não pretendo parar, quero dar continuidade aos estudos e, quem sabe, chegar à universidade”, relatou o concluinte, ao revelar o sonho de ser advogado.
O Programa Brasil Alfabetizado é uma idealização do governo federal, realizado em parceria com a Prefeitura de Parauapebas e cuja finalidade é alfabetizar adultos. Segundo Irair Moura, uma das coordenadoras do PBA no município, todo ano novas turmas são formadas a fim de atender a demanda. “Após serem alfabetizados, os alunos são encaminhados à EJA [Educação de Jovens e Adultos] ou ao Cepeja [Centro de Ensino Personalizado para Jovens e Adultos] para dar continuidade aos estudos”, informa Irair.
Reportagem e foto: Messania Cardoso