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A FORÇA DO INTERIOR: Após 10 anos, Pebinha é número 1 nas redes sociais

Cinco da tarde de 24 de junho de 2007. Fazia 30 graus em Parauapebas, e o jornalista Bariloche Silva queimava neurônios, tentando bolar um blog — ferramenta de comunicação que estava em alta na época — experimental no segmento de cobertura de eventos na iniciante noite da “Capital Nacional do Minério de Ferro”.
Parauapebas vivia uma balbúrdia, com 133 mil residentes e mais 10 mil novas pessoas chegando anualmente de todos os pontos cardeais do Brasil, em pleno vuco-vuco da ampliação das minas do Projeto Ferro Carajás (PFC), na Serra Norte. Daí já viu: muitos ambientes noturnos proliferavam-se como rastilho de pólvora para atender às necessidades citadinas e festivas da explosão demográfica que, três anos mais tarde, mostraria o município com mais que o dobro de população de dez anos antes.

Por causa do mercado notívago que emergia, Bariloche, aprendiz de visionário, decidiu deixar de ser empregado para virar patrão: abriu o portal www.pebinhadeacucar.com.br ou simplesmente Portal Pebinha de Açúcar para tentar a sorte naquele que então se consolidava como o terceiro município mais rico do Pará, atrás da capital, Belém, e de Ananindeua, colado a Belém.
O negócio deu tão certo que aquele ex-repórter magricela do jornal impresso “O Regional”, de apenas 52 quilos naquela tarde quente de verão de 2007, prosperou no jogo (a sacada do site deu certo), na sorte física (ganhou 30 quilinhos) e no amor (casou-se e tem uma “união abençoada”, como o próprio reconhece e faz questão de destacar).

SUCESSO E PAIXÃO NUM SÓ CASAMENTO

O negócio começou de maneira experimental e amadora. O www.pebinhadeacucar.com.br não poderia trilhar o mesmo caminho dos noticiários da época. Em 2007, de acordo com o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) “Erros de Português nos Jornais Impressos de Parauapebas”, assinado pelo jornalista André Santos, então concluinte do curso de Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA), havia 12 impressos de circulação regular no município e outros quatro esporádicos, a maioria dos quais sustentada pela Prefeitura de Parauapebas e que conferia outro título também ao lugar: “Capital Nacional do Jornal de Papel”.

Para se livrar do estigma de “mais um jornal”, Bariloche focou seu empreendimento em cliques de personalidades e anônimos, e isso lhe rendeu notoriedade, sendo profissional requisitado em todos os eventos da região. Aí começaram a surgir os “seca-pimenteiras” e potenciais concorrentes. Era hora de parar e rever o negócio: Parauapebas não iria continuar comportando mais do mesmo, eternamente.

Em 2012, cinco anos após criado o pebinhadeacucar.com.br, veio virada: o proprietário da marca abandonou a cobertura de eventos e partiu rumo à missão de colonizar as redes sociais com cobertura jornalística local, perseguindo um público que a cada dia abandonava o jornal impresso (de onde o próprio Bariloche saiu) e passava a fazer do Facebook um diário pessoal escrito pelo celular.
Nessa nova etapa, Bariloche casou-se com Iarla Oliveira, e toda a sua vida engrenou, em meio à prosperidade do município que, a esta altura do campeonato, também alcançara o posto de segundo mais rico do Pará, rivalizando-se com Belém.

ACESSOS CRESCEM MAIS QUE POPULAÇÃO

Tal como o progresso econômico do município que lhe inspira o nome, o Portal Pebinha de Açúcar, desde que foi remodelado e entrou no mercado das redes sociais em 2012, não parou de crescer. As primeiras mil curtidas — símbolo de sucesso de toda fanpage — demoraram seis meses para chegar, de maneira que Bariloche até pensou em rever seu projeto porque, daquela forma, seria insustentável.

Mas, um ano depois, o portal alcançou 10 mil curtidas e começou a fazer barulho. Com a visibilidade adquirida em 2013, o Pebinha de Açúcar começou a ser procurado para toda finalidade: de empresários querendo anunciar produtos e serviços a cidadãos querendo denunciar dramas cotidianos.
Autoridades legislativas, administrativas e jurídicas; personalidades da música, do cinema e das artes; cientistas e intelectuais; e milhares de cidadãos comuns tiveram — e continuam a ter — vez e voz no Pebinha de Açúcar, que vai sempre aonde a notícia estiver no município de Parauapebas e região.

Em 2017, o pebinhadeacucar.com.br alcançou a marca de 100 mil curtidas, 80% delas acessos da microrregião, embora também haja seguidores de outros lugares do Pará, do Brasil e do mundo. Atualmente, de cada 70 pessoas que acessam internet do celular no Pará, pelo menos uma está ligada no Pebinha de Açúcar, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Desde 2012, o crescimento de novos agregados do portal é magistralmente superior ao aumento da população em Parauapebas, cujo total de residentes saltou, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 166 mil para 203 mil este ano, incremento de 22% no período de cinco anos. O Pebinha, por sua vez, saltou de nenhuma curtida para quase 104 mil, uma avalanche de acessos praticamente cinco vezes superior à taxa de crescimento demográfico.

ALÉM DE VISIBILIDADE, RECONHECIMENTO

O trabalho de consolidação de público de uma fanpage e de um portal de notícias não é fácil. “É preciso suar a camisa, rever estratégias, dedicar-se integralmente ao negócio sob risco de sua criação morrer no nascimento”, recomenda Bariloche Silva, destacando as dores e as delícias de produzir conteúdo para consumo nas redes sociais.
“A delícia é o reconhecimento do Pebinha pelas pessoas. O portal se tornou palco de denúncias e, em diversas ocasiões, é preciso até conter o ego das pessoas que querem fazer do Pebinha um órgão público de defesa e direito de vítima, de consumidor, entre outros”, esclarece. “As dores dizem respeito ao fato de que, em razão de o Pebinha ser um instrumento moldado pela tecnologia e para o público que a utiliza, estamos sujeitos às rasteiras das próprias tecnologias, que se renovam, e o portal precisa acompanhar essas tendências diariamente para não deixar de ser atrativo”, observa.

Por isso, Bariloche investe constantemente em aperfeiçoamento tecnológico para garantir a qualidade do que leva aos mais de 103 mil internautas que obtêm seu conteúdo. De 2016 para cá, ele tem investido pesado em imagens de alta resolução feitas com drone e, mais recentemente, em transmissões ao vivo, o que tem garantido sucesso de audiência. Em seu conjunto, o veículo já divulgou cerca de 10 mil reportagens, 10 mil imagens e uma centena de vídeos, inclusive as transmissões.

Pela jornada de batalhas, quedas e vitórias, o Portal Pebinha de Açúcar e seu dono acumulam prêmios de “Mérito Lojista” em todas as edições, desde 2012, exatamente a partir de quando o portal invadiu as redes sociais. Além de comendas locais, o Pebinha já foi indicado a premiações de nível estadual, posicionando-se entre os mais respeitados e influentes meios de comunicação do Pará.

Hoje, é a 5ª fanpage de notícias genuinamente paraense mais curtida e está entre as 40 do estado que alcançaram mais de 100 mil seguidores. Nenhuma página do Governo do Estado ou de político paraense possui tanta gente seguindo quanto a do Pebinha. No interior do Pará, o portal é líder isolado entre os veículos de comunicação.
O Pebinha de Açúcar é um, entre tantos casos de sucesso do empreendedorismo parauapebense, que deram certo, com muito suor de trabalho envolvido sob o sol de verão.

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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