Uma área de 19 alqueires (916.600 metros quadrados) capaz de abrigar 120 famílias e que receberá cada uma, na divisão, uma média de 6 mil metros quadrados de terra, correspondente a duas linhas, na linguagem agrária.
Trata-se de área pública nas proximidades do Bairro Tropical, no local conhecido como Linhão, onde um grande número de famílias ocuparam há, pelo menos, 15 dias; e estão esperançosas de que serão, definitivamente, assentados naquele local.
Não se trata de área para habitação, mas, de agricultura familiar, onde pretendem, no sistema de cooperativismo, produzir hortaliças, mandioca e frutas diversas para fornecer para feirantes e comercializar a quem for ao local em busca de alimentação de qualidade por um preço bem abaixo do praticados no mercado local.
O plano é perfeito na imaginação dos ocupantes, mas, há de se contar com o fato de que outras entidades também estão de olho na área para assentar os seus; sendo um deles a Associação dos Serralheiros que, pela necessidade de sair da área habitada, há tempos está de olho na área para criar o Polo Serralheiro de Parauapebas.
A ocupação é comandada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (FETRAF), cujos coordenadores dizem estar alinhados com diversas secretarias do governo municipal, entre elas SEDEN, SEMPROR e o Gabinete do Prefeito Darci Lermen, para proceder a efetivação das famílias, muitas delas advindas da ocupação de uma área de chácaras no Bairro Nova Carajás, de onde foram retiradas no auge da produção de hortaliças, bananas e pequenos animais.
Um deles é o agricultor conhecido como Manuel; esse mensura que já colhia, por mês, 5 mil pés de alface no sistema de hidroponia. “A gente pensava que não seria retirado, pois, o que nos informaram é que a área pertencia à mineradora Vale ou a prefeitura municipal. Porém, fomos pegos de surpresa e todos tivemos grandes prejuízos”, lembra Manuel, dando conta de que a área que agora almeja entrar de forma legal é adequada para o que querem desenvolver, sendo um solo bom para o plantio e um ótimo acesso para os clientes.
A equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar esteve no local na tarde desta terça-feira, 15, vendo as precárias condições dos que chegam ao local com a intenção de ‘marcar seu território’ e acessar um pedaço de chão para plantar e conversou com alguns coordenadores da FETRAF (Francisco, Paulo, Valdir e Manuel).
Um dos coordenadores da que falou com nossa equipe de reportagens foi Francisco, o popular Barbudo; esse conta que tiveram reunião como governo municipal que pediu prazo até o dia 18, sexta-feira, quando voltarão a tratar a respeito do assunto e da possível disponibilização da área para as famílias.
“Aqui estão pessoas que querem um lugar para trabalhar e não apenas em moradia. São famílias cadastradas que já mostraram do que são capazes quando tem onde produzir”, demonstrou Barbudo, detalhando que há outros movimentos unidos, sendo um deles os horticultores do Bairro dos Minérios e do Bairro Tropical.