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ASSOPEM EM AÇÃO: Associação reverte exigências em concurso de universidade federal

A Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem) não para. Na última sexta-feira (25), por sugestão de uma egressa do curso de Engenharia de Minas de Marabá atenta ao universo dos concursos públicos, a Associação redigiu solicitação e enviou por e-mail à Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) para que a instituição retificasse seu Edital 46/2017, por meio do qual está oferecendo vaga para docente de Lavra de Mina.

No edital, a Ufopa pedia graduados em Engenharia de Minas ou em Geologia ou em Engenharia de Materiais para lecionar Lavra de Mina. E não só isso: pedia também profissionais com titulação mínima a partir de especialização em Engenharia ou em Geociências ou em Ciências Ambientais. Pedia.
Na terça-feira (29), a universidade publicou retificação por orientação da Assopem, assegurando a exclusividade da vaga a graduados em Engenharia de Minas.

ALEGAÇÕES

Em solicitação à reitora da Ufopa, a professora Raimunda Nonata Monteiro, a Assopem esclareceu que em nenhum dos 58 cursos brasileiros de Engenharia de Materiais tampouco em qualquer dos 38 cursos nacionais de Geologia existe a disciplina de Lavra de Mina, que é tecnicamente específica para a carreira na Engenharia de Minas.
A Associação Paraense de Engenheiros de Minas vasculhou, inclusive, as 138 páginas do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Geologia da Ufopa, construído em 2014 e entregue à instituição em versão final em 2015, e demonstrou que mesmo lá não existe a disciplina de Lavra de Mina na grade. O Pará tem, hoje, três cursos de Geologia e três de Engenharia de Materiais, de acordo com o Ministério da Educação (MEC).

A Assopem também alegou que no “Manual Orientativo de Fiscalização das Câmaras Especializadas de Geologia e Engenharia de Minas dos Creas”, elaborado pelas Coordenadoria das Câmaras Especializadas de Geologia e Engenharia de Minas dos Creas (CCEGM) do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), as áreas de Lavra de Bens Minerais (código 1.5.1.2.12.03), Lavra de Recursos Minerais (código 1.5.1.2.12.04), Lavra de Hidrocarbonetos (código 1.5.1.2.12.05), Lavra de Águas Minerais (código 1.5.1.2.12.06), Lavra de Águas Termais (código 1.5.1.2.12.07) e Lavra de Águas Potáveis de Mesa (código 1.5.1.2.12.08) são atribuições típicas e privativas do profissional com graduação exclusiva em Engenharia de Minas.

Sobre a exigência de especialização, a Associação não dormiu no ponto. “Como entidade paraense, e em defesa dos interesses dos engenheiros de minas paraenses e da sociedade paraense, a Assopem solicita encarecidamente que, diante da quantidade de mestres engenheiros de minas do Pará [dez titulados e 15 concluindo mestrado], seja revista a exigência do título”, solicitou a entidade, recomendando que fosse feita a adequação no edital para “Doutorado ou Mestrado em Engenharia Mineral ou em Engenharia ou em Geociências ou em Ciências Ambientais” como piso mínimo para início de carreira no magistério superior da Ufopa. “Ao agir dessa maneira, a instituição estará valorizando a mão de obra local e, bem assim, a busca de conhecimento acadêmico dos profissionais do Pará”, destacou.

LUTA DO PARÁ, CONQUISTA DE TODOS

Diante de todas as alegações elencadas pela Assopem, a Ufopa não viu alternativa senão acatar de pronto, de igual maneira ao recomendado pela Associação em documento de 4 páginas. Essa atitude demonstra o reconhecimento da universidade em querer aprimorar os passos rumo à oferta de uma graduação de qualidade.
A Ufopa vai inaugurar em 2018 o 30º curso de Engenharia de Minas no Brasil no município paraense de Juruti, onde a mineradora Alcoa produz bauxita e é responsável por absorver meia dúzia de engenheiros de minas egressos do curso de Marabá. O oeste paraense é a grande promessa da indústria mineral nos próximos anos, com suas riquíssimas jazidas de diamante, ouro, cobre e bauxita.

Além da graduação da Ufopa, há outros dois cursos de Engenharia de Minas ensaiando nascer no Pará (em Canaã dos Carajás e em Parauapebas), outros dois no Rio Grande do Norte e um na Paraíba, a maior parte deles em instituições federais.
Vale ressaltar que as mudanças no edital, embora encabeçadas pelos paraenses, servem a todos os engenheiros de minas brasileiros, que poderão disputar a vaga entre si. A Assopem disparou e-mail à reitora, ao vice-reitor, à coordenação de concurso, à Pro-Reitoria de Ensino, além de outros cinco endereços, a fim de garantir que todos — ou pelo menos um dos quais ― tomassem conhecimento da situação.

Essa é a prova de que a entidade está vigilante quanto aos interesses de seus paraenses. Há muitas demandas, e a entidade chegará a todas. Por isso, é importante a adesão da categoria e da sociedade a fim de que a atuação da Assopem possa chegar ainda mais longe e possa reparar atropelos históricos que vêm ocorrendo com os engenheiros de minas e com o Pará como um todo.
Dias de lutas, dias de glórias.

 

Com informações da Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem)

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