A Câmara Municipal de Parauapebas é, também, um dos legislativos mais caros do país. Do orçamento total de 2012, R$ 34.081.493,42 foram retirados para sustentar a Casa de Leis do município, a 27ª “casa” mais cara da nação. É tanto dinheiro que as câmaras das capitais João Pessoa, Aracaju, Cuiabá, Porto Velho e Vitória, bem como de municípios três vezes mais populosos que Parauapebas, como Contagem e Uberlândia (MG), Sorocaba (SP), Jaboatão dos Guararapes (PE), Feira de Santana (BA), sentiram-se acanhadas.
Os municípios de Nova Iguaçu (805 mil habitantes) e São Gonçalo (1,03 milhão de habitantes), no Rio de Janeiro, gastam tão menos com suas câmaras que seria possível somar os recursos do Legislativo do primeiro (R$ 13.899.854,46) com os do segundo (R$ 13.672.694,98), e ainda assim seriam 20% menores que a fartura da Câmara de Parauapebas.
VIDRAÇA X MAZELAS
No interior do Legislativo municipal, a pujança é tamanha que os vereadores, fiscais eleitos pelo povo, são separados da população por uma vidraça e, aparentemente, reinam imponentes – não raro, alheios aos anseios basilares da maior parte da população. Não percebem eles que o vidro é simbolicamente impotente para ocultá-los do vexame em relação ao qual cada um dos 15 edis tem parcela de responsabilidade, no sentido de minimizar o fosso social que separa a riqueza teórica das condições de vida, na prática, de toda a população, que anseia por saneamento básico, distribuição de renda, empregos, saúde de qualidade e segurança pública, entre outras necessidades primárias.
Os muitos milhões da suntuosa Câmara Municipal de Parauapebas e com espelho antissocial – Câmara esta que é vizinha alguns metros de esgoto a céu aberto e de ruas sem asfalto, que é pueril no verão e lamaçal no inverno – só enaltecem o que todos sabem de cor: o município tem e exporta muitas riquezas, mas em seu interior possui desigualdades colossais e muita pobreza.
Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar