Eles convivem com uma realidade onde 67% dos domicílios não têm rede de esgoto ou fossas sépticas e 45% não têm rede de água.
Os dados são do Censo de 2010 e estão na publicação Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2015, divulgado hoje (10) pela Fundação Abrinq – Save the Children. O livro de bolso reúne para consulta números e estatísticas de órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os ministérios da Educação e da Saúde em áreas como moradia, violência, mortalidade infantil, acesso a creches, cultura e lazer.
“Temos divulgações separadas de dados de diversas áreas e ao vê-los reunidos e detalhados conseguimos enxergar como as vulnerabilidades sociais combinadas afetam de forma significativa a infância”, disse a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloísa Oliveira.
O Nordeste tem 34% da população de crianças e adolescentes e é a segunda região com pior acesso a esgotamento sanitário – 54% dos domicílios não têm rede de esgoto.
“Os números mostram que essa combinação de vulnerabilidades afeta de maneira mais significativa as crianças do Norte e Nordeste”, ressalta Heloísa Oliveira.
Em relação ao acesso à educação, a taxa de cobertura de creches, por região, em 2012, também deixa o Norte em desvantagem. Essa taxa mostra a razão entre o número de crianças em idade escolar (0 a 3 anos) e o número de matrículas nessa etapa do ensino. Na Região Norte, a taxa de cobertura é de 8%, a menor entre as cinco regiões do país. A melhor cobertura está no Sudeste, com a taxa de 31%.
No Norte também está a maior taxa de distorção idade-série nos ensinos médio e fundamental. A publicação apresenta dados de 2013 mostrando que, na região, 31% dos estudantes do fundamental e 45% do médio estavam matriculados em séries não condizentes com sua idade. O melhor cenário está na Região Sudeste com percentuais de 14% e 21%, respectivamente.
Reportagem: Yara Aquino – Agência Brasil
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