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Em 2016, quase 700 engenheiros de minas foram mandados para rua

Ei, você, engenheiro de minas trabalhador de carteira assinada, você mesmo: ore, reze, cace um trevo de quatro folhas, pule três ondinhas, faça oferendas, apegue-se, enfim, àquilo que se lhe seja positivo e trabalhe, mas trabalhe muito, para manter-se no cargo. A coisa está feia e não está fácil para ninguém fora do mercado.

Em 2016, um total de 674 engenheiros de minas foram mandados “passear” e somam o exército da segunda pior onda de demissões da história da profissão no Brasil — a primeira pior foi em 2015, quando 990 engenheiros de minas foram colocados nas ruas, não foi publicado aqui. Nada do gênero foi visto nos últimos 140 anos, desde que Dom Pedro II criou o mais antigo curso de ciências exatas do país, a Faculdade de Engenharia de Minas de Ouro Preto, para tentar reerguer a exploração de ouro e pedras preciosas.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), uma espécie de balanço final de guerra divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no último final de semana, revelam um panorama de escombros sobre a cabeça da mão de obra especializada: nos últimos dois anos, quase 1.700 profissionais da Engenharia de Minas foram liquidados do mercado de trabalho formal no Brasil, o que corresponde a quase 40% dos 4.473 profissionais com registros contabilizados pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) até a manhã desta quinta-feira (26).

Atualmente, de acordo com os números do MTE, cada engenheiro de minas demitido demora, em média, um ano e oito meses para voltar a conseguir nova recolocação, cada vez mais escassa. Os estoques, que são o número de trabalhadores na ativa, nunca estiveram tão baixos. E outro grave problema é que o mercado está passando o cerol em profissionais com décadas de estrada na mineração e, bem assim, relegando a novatos desesperados pelo primeiro emprego um salário marginal.

Ao longo de 2016, pipocou o número de engenheiros de minas que estão se sujeitando ganhar menos da metade do piso da categoria, de R$ 7.480,00 para jornadas de oito horas diárias. Há corajosos que aceitem assinar a carteira com seis vezes menos o valor do piso para não ficarem desempregados, o que foge ao controle de conselhos e sindicatos da categoria, dado o momento difícil por que passa a carreira, outrora valorizada a peso de ouro, sem trocadilhos. Na atual conjuntura, não existe limiar entre o “eu devo ganhar o piso” e o “aceito ganhar muito menos, mas quero trabalhar”. O momento é de “salve-se quem puder”.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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