Depois de viver o apogeu da empregabilidade, em razão da implantação de grandes projetos de mineração encabeçados pela Vale, o mercado de trabalho de Canaã dos Carajás entra em processo de retração. Titular da mina do Sossego, que começou a operar em 2004, o despercebido Canaã chegou a 2010 com 4.972 trabalhadores com carteira assinada.
A partir daí, com a implantação do projeto de ferro S11D, as contratações deram o maior salto do Brasil e fizeram o número de trabalhadores chegar a 19.637 em fevereiro deste ano, um incrível crescimento de quase 300% em seis anos não registrado por qualquer outro município do país. A massa salarial média mensal dos trabalhadores saltou de R$ 11 milhões em 2010 para R$ 48,8 milhões em março deste ano, recorde que certamente não será superado nos próximos anos. E o salário médio foi o que teve o maior ganho no Pará, atingindo o pico de R$ 1.887 em agosto do ano passado, no frenesi do pico das obras.
Porém, como tudo o que é bom dura pouco, este ano Canaã está marcado por e para demissões. A mão de obra começou a “pegar a quita”, na boa gíria operária, e o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a setembro deste ano em 15.773 pessoas. Em apenas sete meses deste ano, aproximadamente quatro mil trabalhadores foram mandados para a rua, e isso já era previsto desde que as obras civis de S11D começaram a ser erguidas. E vêm mais milhares de demissões por aí, nos próximos meses.
O maior empregador de Canaã, o projeto S11D, está com 83% de avanço físico consolidado (incluindo mina, usina e logística associada). A mina tem 95% de obras concluídas e o ramal ferroviário, 74%. E agora, José?
Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar