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Escutas telefônicas revelam detalhes da corrupção na Câmara de Parauapebas

Qualificado pela Promotoria de Justiça como “uma espécie de mensalão”, o esquema de corrupção na Câmara Municipal de Parauapebas abre mais um capítulo e desta vez, com a disponibilização das escutas telefônicas que revelam como funcionava o esquema criminoso que está sendo investigado pelo Ministério Público do Pará.

O pivô de tudo era o empresário Edmar Cavalcanti, popularmente conhecido como “Boi de Ouro”, dono de um supermercado em Parauapebas e, segundo o Ministério Público, o conteúdo captado através de uma escuta telefônica autorizada pela justiça, revela que ele negocia o fornecimento de notas fiscais frias para a Câmara de Vereadores com o objetivo de desviar dinheiro público.

As escutas revelam o empresário falando com um agente negociador que diz ter falado com um homem identificado apenas como Thiago sobre a possiblidade e este afirma que dentro dos itens de produtos fornecidos tem um valor que dá pra ter margem, por tratar-se de produtos mais caros; dando a entender tratar-se de superfaturamento.

Como resposta, e talvez já escabreado, Edmar responde que depois irá conversar pessoalmente com a pessoa que o telefonou. Mas o interlocutor insiste que quer as notas das coisas que já recebeu e Edmar garante que levará.

De acordo com as investigações o supermercado ganhou uma licitação em 2013 e por isso mandava para a Câmara material de limpeza, copos descartáveis e papel higiênico; mas o que constava nas notas fiscais superfaturadas eram toneladas de alimentos como, por exemplo, queijo, presunto, frutas, biscoitos e café.

Mas não era só de paz a relação dos acusados, pois em trecho de uma das ligações captadas na escuta, um dos envolvidos no esquema liga para Edmar e reclama das notas, alertando que foi colocada em uma nota R$ 30 mil gastos na compra de 9.494 requeijões.

De acordo com o promotor Hélio Rubens, a Câmara empenhou 1,5 tonelada de fruta, 7 mil caixas de suco, e 8 toneladas de café e cappuccino.
Mas o empresário Edmar, figura também em outro contrato com a Câmara de Parauapebas. Trata-se do contrato pelo qual foram locados pelo período de dois anos 240 veículos para a câmara que tem apenas 15 vereadores, gastando com isso R$ 1,3 milhões.

As investigações duraram oito meses, tempo suficiente, segundo o promotor do caso, para esclarecer que o dinheiro das fraudes era dividido entre Edmar Cavalcanti, apontado como operador do esquema; o presidente da Câmara, Josineto Feitosa; e vereadores. “O recurso ia para o Edmar que, após tirar sua parte, devolvia para Josineto e este rateava entre os vereadores. Havendo nos contratos de alimentos e de locação de veículos, respectivamente, uma espécie de mensalão”, detalha Hélio Rubens, explicitando que Odilon
Rocha está entre os vereadores envolvidos no esquema criminoso, motivo que culminou em sua prisão mês passado, coincidência ou não, logo após ter falado na tribuna que com o salário que ganha mal dá para se sustentar se não for corrupto. Na mesma operação também foi preso por mandado o empresário Edmar Cavalcanti.

Também envolvido nas investigações e na operação que prendeu os acusados, o Procurador de Justiça Cível, Nelson Medrado, afirma que em Parauapebas existe um grupo de empresários que patrocina campanhas de candidatos a prefeitos e a vereadores e depois das eleições todos os contratos são direcionados para esse grupo.

O vereador Josineto Feitosa, quando ainda era presidente da Câmara de Parauapebas, afirmou na tribuna da Câmara que ali não tinha nenhum santo, nem no nome e que se ele caísse todos cairiam com ele, mas agora afirma que não sabia de nenhum esquema fraudulento e que todas as compra feitas em sua gestão eram devidamente licitadas.

Reportagem: Francesco Costa – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Arquivo

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