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Indígenas pedem ajuda à Comissão de Direitos Humanos da Câmara

Abandono, essa foi a palavra usada pelos índios Xikrin para definir a situação que eles têm vivido, devido a ausência de políticas públicas, principalmente na área da saúde. Nessa terça-feira, 24, representantes das aldeias Kateté, Djudjê-kô e Ôodjã estiveram na Câmara Municipal, reunidos com a Comissão de Direitos Humanos para pedir ajuda aos vereadores.
Atualmente, os índios que precisam de atendimento médico são encaminhados para a Casa de Apoio que funciona próximo ao Aeroporto de Carajás. As dificuldades começam com o transporte para chegar ao local, pois as aldeias, apesar de pertencerem ao município de Parauapebas, ficam a cerca de 350 quilômetros da área urbana da cidade e a maior parte do percurso é de estrada de chão.

Na unidade o espaço é pequeno e as instalações são precárias. Segundo o guerreiro Oyri Xikrin “faltam medicamentos, médicos e enfermeiros. Tem muitos índios que vão para fazer tratamento e não há lugar para dormir. Também precisamos de transporte para sair das aldeias”.

O vereador Bruno Soares (PP) foi quem intermediou a reunião dos índios com a Comissão de Direitos Humanos do Legislativo. Ele se solidarizou com a situação vivida por eles e prometeu buscar melhorias. “Para mim é o início de um trabalho de conhecimento da causa de vocês. Eu vou colaborar com o que for preciso para ajudar” ressaltou.

O coordenador de Relações Indígenas da Prefeitura de Parauapebas, Girlan Pereira, veio acompanhando o grupo e destacou que essa foi a primeira vez que os índios vieram a Câmara para reivindicar seus direitos. “Em 25 anos é a primeira vez que isso acontece, então são muitas as demandas que ficaram reprimidas nesse período”.

Uma lista extensa de reivindicações foram repassadas para os vereadores, que no mesmo dia apresentaram as solicitações por meio de uma indicação (Nº158/2013) e de um requerimento (Nº097/2013) durante a Sessão Ordinária da Câmara.

O requerimento, que foi apresentado por Bruno Soares, solicita ao prefeito Valmir Mariano e ao Secretário Municipal de Saúde, Rômulo Pereira que firmem um convênio com as aldeias para fornecimento de combustível e alimentos, além disso, requer a construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em cada uma das aldeias.

Já a indicação da Comissão, que tem como membros os vereadores Israel Pereira, o Miquinha (PT), Maridé Gomes (PSC) e Ivanaldo Braz (PDT), listou as reivindicações e solicitações dos índios. Com destaque para:
Construção da Casa de Apoio do Índio em Parauapebas;

Elaboração e implantação de projetos para que os indígenas possam trabalhar: açaí, cacau, produção de mel;
Regularização das escolas Bep-Karoti, Môikô e Beptum; constituição legal do Setor de Educação Escolar Indígena (autônomo e exclusivo); ampliação da Casa dos professores e contratação de mais docentes; aquisição de uniformes para alunos da comunidade; garantia de cota indígenas nas instituições de ensino superior, em especial, as conveniadas com o município;

Disponibilização de alimentação e combustível;

Recuperação da estrada que dá acesso as aldeias;

Reforma dos campos de futebol e cobertura das quadras esportivas das Aldeias Kateté e Djudjê-kô, além da construção de um campo na Ôodjã;

Realização de parcerias entre a Prefeitura de Parauapebas, SESAI (Secretaria Especial de Saúde ) e FUNASA (Fundação Nacional de Saúde) no intuito de disponibilizar profissionais da saúde: médicos, enfermeiros, técnicos e agentes de saúde; realização de exames; aquisição de ambulância;

A Comissão de Direitos Humanos se disponibilizou a buscar apoio para as comunidades indígenas. “O que depender de nós, vamos correr atrás para conseguir”, relatou Maridé. Já o vereador Braz destacou que os índios vieram ao lugar certo. “Não é nenhum favor, é nossa obrigação ajudar”. O presidente da Comissão, Miquinha, ressaltou que essa visita foi importante para que os parlamentares soubessem da real necessidade dos índios. “Agora vamos nos empenhar para acabar com esse descaso”.

Reportagem: Nayara Cristina

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