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Manifestações: entre o direito de protestar e a propagação de ilegalidades e bizarrices

Em meio a essa gama de desejos, vontades e interesses, o que realmente é válido para o país? O que é prepositivo? O que pode ser realmente levado em consideração? O que, de fato, pode proporcionar mudanças, novos rumos?

Pedir, por exemplo, o impeachment de uma presidenta eleita democraticamente e sem base jurídica legal para isso, é correto? Depois de 21 anos de ditadura militar, ainda se tem a coragem de pedir o retorno desse período sombrio da história brasileira? A luta pelo retorno da democracia, com muita luta, ainda na década de 80, pode ser esquecido, apagado de nossa memória?

Ser contra um governo é um direito. Protestar contra uma gestão, um grupo político, um partido faz parte do jogo democrático, deve ser respeitado e garantido. Mas o que se viu no último domingo foi algo preocupante, que chega arrepiar. Assemelha-se ao fascismo praticado na Europa, guardadas as devidas proporções, é claro. Para tentar derrubar um governo ou um partido político se faz necessário derrubar o Estado de Direito, infringir regras ou normas, passando até por cima da constituição?

O objetivo deste texto não é defender partido “A” ou governo “B”, mas discutir, fomentar a reflexão sobre o processo político e a crise na referida área que o Brasil atravessa. Derrubar um governo sem base legal seria a melhor opção ao país? Qual caminho queremos? O que se percebe é que os movimentos de manifestações nas ruas defende objetivos que talvez não sejam os que estão sendo mostrados, defendidos publicamente. Combater a corrupção, ao lado de pessoas que estão sendo acusadas por tal ilicitude, não é postura correta ou coerente, só para citar um exemplo.

A corrupção se tornou uma praga no Brasil. Ela está em todos os níveis de poder, em todas as instâncias de governo, nas relações pessoais e no dia-a-dia, tornou-se ato corriqueiro, que se faz até sem perceber. Qual a lógica então de ir às ruas pedir o seu fim se é praticada até por quem está nesses atos? Claro que não podemos generalizar, mas a hipocrisia impera no Brasil, especialmente no chamado ativismo político.

Devemos protestar, estar nas ruas, exercer a cidadania, pedir – se for o caso – a saída de governos, a troca de comando político, pressionar a classe política, mas nunca, em hipótese alguma, promover ações dentro de um universo de ilegalidades ou vontades que visem destruir algo muito valioso e que foi conquistado com muita luta: a democracia.

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Por: Henrique BRANCO – professor de geografia da rede pública municipal de Parauapebas, atuando também no ensino privado da referida cidade. Especialista em Geografia da Amazônia – Sociedade e Gestão de Recursos Naturais. Escreve diariamente no Blog do BRANCO: http://henriquembranco.blogspot.com.br/


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Ei, Psiu! Já viu essas?

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