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Marabá recebe maior quantia de royalties da história

Neste Sete de Setembro, o município de Marabá recebeu, por meio da conta-corrente de sua prefeitura municipal, R$ 4.527.327,95 em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), referente à extração de minérios do mês de julho. O montante é o maior já recolhido por Marabá desde que a Cfem começou a ser paga no Brasil por força de lei.

No município, os maiores pagadores de royalties são a mineradora multinacional Vale, que explora cobre em concentrado via projeto Salobo, e a empresa Buritirama, que extrai manganês em projeto que leva o nome da mineradora.

Os R$ 4,5 milhões recebidos hoje por Marabá são superiores aos royalties arrecadados pelo município durante todo o ano de 2010. No acumulado deste ano, já são R$ 27.723.138,55 depositados na conta da prefeitura local, mas até o dia 7 de dezembro cerca de R$ 10 milhões ainda vão agitar a mesma conta bancária, oriundos da lavra dos meses de agosto, setembro e outubro.

O ano de 2015 consolida Marabá no cenário da indústria extrativa mineral. Nele, o município ultrapassou Canaã dos Carajás como o maior receptor de royalties de cobre e se firmou como o maior produtor do mesmo metal no país.

Atualmente, dos 2.486 municípios mineradores do Brasil, Marabá ocupa a sétima colocação em movimentação de recursos, com a impressionante cifra de R$ 1.953.675.043,43, referente ao período de janeiro a agosto deste ano. Em termos comparativos, é possível dizer que apenas o que se movimentou em mineração em Marabá é superior à produção de riquezas de 5.265 municípios brasileiros. Apenas o vizinho Parauapebas e os mineiros Nova Lima, Mariana, Congonhas, Itabira e Itabirito realizam operações minerarias maiores.

Porém, enquanto as operações de Marabá crescem, por se tratar de cobre em concentrado, as dos primeiros colocados despencam, porque todos eles têm no minério de ferro o motor propulsor de sua geração de riquezas, e o produto não anda em seus melhores dias.

ECONOMIA X SOCIEDADE

Se a produção marabaense vai enfeitando a balança comercial Brasil afora, amparada majoritariamente por cobre, Marabá adentro o bicho pega. É o que revela o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em pesquisa divulgada no início da semana passada. Por meio do estudo “Atlas da Vulnerabilidade Social”, a partir do qual foi criado o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), um indicador que mede o grau de exclusão social nos municípios, fica claro que a geração de riquezas marabaense está distante da realidade de grande parte da população.

Gargalos em saneamento básico, distribuição de renda e mortalidade infantil dão o tom de subdesenvolvimento a um dos municípios economicamente mais promissores da Amazônia. Conforme os indicadores do Ipea, a situação social de Marabá é equivalente à do Brasil no início da década passada, isto é, um atraso de dez a 15 anos em relação à média nacional, num Brasil que não é lá modelo de adiantamento social.

Marabá, a “Rainha do Tocantins”, vive – com suas riquezas naturais e suas mazelas – o eterno drama da Viúva Porcina, personagem pitoresca na trama “Roque Santeiro”, sucesso da teledramaturgia de 1985, ano em que o primeiro carregamento de minério foi realizado via Estrada de Ferro Carajás (EFC). É simplesmente aquela que foi (economicamente rica) sem nunca ter sido (socialmente desenvolvida).

Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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