Desde as primeiras horas da manhã da última terça-feira (21) que membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) interditam um trecho da Rodovia Federal BR-155 entre os municípios de Eldorado do Carajás e Marabá, e ocasionam assim um congestionamento que chega a vários quilômetros e vem gerando muitos problemas para quem ficou preso na estrada.
De acordo com informações chegadas à equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar, os manifestantes estão nas proximidades da Fazenda Cedro, no acampamento Helenira Rezende.
De acordo com os manifestantes, amanhã, quinta-feira (23), está agendada uma reunião que contará com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que a pauta seja debatida.
MST diz que manifesto trata-se de Jornada de lutas e resistências
A direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra afirmou ontem, em seu site, que os manifestos no sudeste do Pará tratam-se da Jornada de Lutas e Resistências, confira na íntegra a nota divulgada pelo movimento:
“Na manhã desta terça-feira (21), Sem Terra do sudeste paraense o MST iniciam Jornada de lutas e resistência. A mobilização organiza a resistência das trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra contra os despejos anunciados, onde as famílias diante da eminente situação, ocupa rodovias em Marabá e Canaã dos Carajás, além de se somarem às mobilizações em Parauapebas.
Em Marabá, as famílias dos Acampamentos Dalcidio Jurandir e Hugo Chávez ocuparam a BR 155, na altura do Acampamento Helenira Resende. Os três acampamentos estão na lista das 20 áreas que sofrerão despejos pelo Comando de Missões Eespeciais (CME) na região do Sul e Sudeste Paraense.
Nos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, além de ocupar as rodovias o MST se somará ao Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e outras organizações no ato cívico cultural na portaria da Vale S.A. Além de denunciar os crimes do latifúndio e da mineradora na região as organizações irão acompanhar a votação das Medidas Provisórias 789/17, sobre royalties; 790/17, que altera o marco legal do setor; e 791/17, que cria a Agência Nacional de Mineração (ANM), em substituição ao atual Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)”.
Populares estão revoltados
Com o manifesto, várias pessoas estão impedidas de seguir viagem para cumprir compromissos ou até mesmo retornar para suas casas. Por lá o clima é tenso, tendo em vista que até mesmo pessoas doentes estão sendo prejudicadas.
“Sabemos que neste país as coisas só são resolvidas na pressão, mas esse negócio de interditar estradas é uma palhaçada. Será que o MST não pensa nas pessoas que estão há dois dias presas aqui na estrada? Essa palhaçada tem que acabar”, relatou, revoltada a empresária Maria Domingas de Abreu.