A dona de casa Edileusa Pereira da Silva, 37 anos de idade, residente em Eldorado do Carajás, diz ter sofrido humilhação com filho morto na barriga no Hospital Municipal de Eldorado do Carajás. Desempregada, a mulher se recupera de cirurgia cesariana deitada nua cama sem a assistencial do governo municipal.
De acordo com a denunciante, ela se sentiu mal e procurou o postinho de saúde do centro comunitário da cidade no dia 1º, onde a atendente mediu sua pressão arterial e disse que estava tudo bem, mas ela relata que estava sentindo mal, momento em que a atendente levou o caso para o médico, que ela não soube informar o nome, e o profissional de saúde orientou que ela voltasse para casa, dizendo que estava tudo normal.
Segundo ainda Edileusa Pereira, na madrugada do dia 2 ela continuou sentindo muitas dores no ventre e se dirigiu ao hospital municipal, onde esperou por atendimento no período das 2 horas da madrugada às 8 horas da manhã. Depois de sofrer muito com as fortes dores, ela foi atendida e informada pelos profissionais da saúde que não estavam encontrando os batimentos do filho na barriga, e que ela teria que aguardar a chegada de um médico para realizar os exames de ultrassonografia e com isso saber o que aconteceu.
O exame foi realizado por volta das 9 horas da manhã do mesmo dia, quando ela recebeu a notícia que seu filho estava sem vida na barriga. Desesperada, a mãe foi em buscas de respostas sobre a morte do bebê, e foi orientada a pegar uma van de passageiros com urgência para a cidade de Parauapebas e receber tratamento.
Conforme ainda relato da mãe, ela disse que naquela situação ela não tinha condições de procurar transporte público de passageiros, pois continuava sentindo muitas dores, quando foi informada que o hospital não tinha condições de levá-la até Parauapebas e que o estado de saúde da mulher era muito grave.
A gestante continuou seu relato, dizendo que depois que uma mulher, que ela acredita ser uma assistente social, vendo todo o seu desespero, solidarizou-se com o caso e mandou uma ambulância levá-la ao Hospital Geral de Parauapebas (HGP) , onde foi submetida a uma cirurgia cesariana para a retirada do bebê morto da barriga da mãe.
Procurado pela reportagem, o secretário de Saúde de Eldorado do Carajás, Aldeny, disse que não tinha ciência do assunto e sugeriu que a equipe se dirigisse ao hospital, onde foi atendida pela diretora Janiny Soares Távora e informada que todos os procedimentos foram tomados para atender à mulher grávida.
Nota de repúdio
Diante da repercussão do caso, a Secretaria Municipal de Saúde de Eldorado emitiu nota de repúdio, que segue abaixo:
“A Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSEC), repudia toda e qualquer informação apresentada através das redes sociais, que utilizam imagens de uma mãe em estado de DOR e LUTO como forma de desvirtuar a realidade dos fatos ocorridos no dia 2 de outubro do corrente ano.
O Hospital Municipal de Eldorado do Carajás, por meio de toda sua equipe técnica, tomou todos os cuidados necessários para estabilizar o quadro da paciente e realizou a respectiva transferência da maneira mais correta e humana possível para uma unidade hospitalar de maior complexidade.
Lamentamos profundamente o ocorrido e reiteramos que nosso sentimento, hoje, é de LUTO juntamente a uma mãe que perdeu seu filho e não iremos admitir a exposição indevida da imagem e intimidade da paciente de maneira irresponsável.
Informamos à comunidade de Eldorado do Carajás que todos os procedimentos e atendimentos realizados pela SEMSEC se encontram devidamente registrados e documentados.
Reiteramos que todos os esforços foram realizados para melhor atender a paciente e repudiamos, novamente, o uso de imagens, nomes e o estado de vulnerabilidade e dor dos envolvidos para atender unicamente o viés político, gerando total exposição de uma mãe e toda a sua família e, ainda, causar INTENCIONALMENTE forte impacto social com a propagação de fake news.
A Secretaria Municipal de Saúde se encontra à disposição para prestar maiores esclarecimentos com a verdade dos fatos”.