No ofício encaminhado pelo prefeito Darci Lermen (MDB), com data da última segunda-feira, 1º de março, assinado pela coordenadora estadual da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF-PARÁ), Viviane Pereira de Oliveira, e pelo coordenador suplente da Executiva, Aldízio Freire dos Santos, traz a extensa pauta que a direção diz já ter sido discutida, e agora quer a resposta efetivamente com ações.
Conforme afirmado à equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar pela liderança da entidade, a ação de ocupar a Prefeitura de Parauapebas, ocorrida desde a manhã de segunda-feira, 1º, se fez necessário dado ao silêncio Poder Executivo, que, durante os quatro anos do mandato anterior, segundo os manifestantes, não deu a devida atenção às pautas dos representados pela FETRAF, que são mais de mais nove mil agricultores e agricultoras familiares residindo em pequenos chacreamentos irregulares, necessitando do município.
Além de regularização das áreas, os agricultores também cobram: estradas, água, assistência técnica, escolas, postos de saúde, bueiros, poços artesianos e transporte escolar.
Entre as áreas em questão estão: Nova esperança (ao lado do presídio), onde 400 famílias estão há cinco anos, e executam projetos com a Vale para hortas e granja através da associação ASPROR; Fazenda Montana, onde vivem 170 famílias; Carajás, onde vivem 200 famílias em área do PROSAP; Assentamento Alegria, próximo ao Bairro Nova Carajás, onde vivem 69 famílias; Tapete Verde, onde vive 600 famílias; Acampamento Rio Verde, onde vivem 285 famílias; Feira da FETRAF/Sandoval, onde vivem 206 famílias.
E nas áreas da mineradora Vale: Fazenda Lagoa, onde vivem 286 famílias; Fazenda São João, com 260 famílias; Fazenda Bolsão, conhecida como área dos Padres, onde 140 famílias há sete anos vivem e produzem, enquanto aguardam regularização.
Segundo o coordenador suplente da executiva da FETRAF-PARÁ, Aldízio Freire dos Santos, mesmo produzindo nestas áreas há tantos anos, os agricultores não tem nenhuma garantia de ser donos. “Hoje, nos unimos e várias comunidades estão aqui para lutar por esse direito e ter legalidade e garantia”, afirmou Aldízio Freire.
O líder afirma que grande parte dos alimentos que chegam à mesa da população em Parauapebas, são produzidos por agricultores ligados à FETRAF, e que, o desejo é ampliar essa produção com legalidade.
Já a coordenadora estadual da FETRAF-PARÁ, Viviane Pereira de Oliveira, afirma que o prefeito já conhece a pauta que lhe foi apresentada há 4 anos. “A principal pauta é a certeza de que somos donos da terra e que poderemos investir e ficar ali. Se esses produtores pararem de produzir, Parauapebas sentirá falta”, explica Viviane.
Segundo a coordenação do movimento, o prefeito Darci Lermen confirmou através de aplicativo de mensagens instantâneas que irá receber os agricultores na tarde desta terça-feira (2).
Outro lado
A equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Parauapebas (Ascom), para que o governo se posicionasse sobre a manifestação e o órgão encaminhou a seguinte nota:
“Sobre as reivindicações dos integrantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) de Parauapebas, a prefeitura mantém o diálogo aberto com as lideranças. A gestão municipal reafirma seu compromisso com a qualidade de vida da população rural e busca o entendimento das necessidades desta comunidade”.