De acordo com o ranking, o estado paraense possui 28,8 vítimas por 100 mil habitantes. Os dados mostram ainda que o Pará disparou no crescimento de taxas de óbitos, com 150,9%, alcançando a sexta posição.
Um reflexo da região. No país, o Norte foi onde houve o maior crescimento em número de mortes por arma de fogo, que registrou um avanço de 135,7% em dez anos. Em seguida, estão Nordeste, Centro-Oeste e Sul.
O Mapa da Violência detalha ainda que a cada dia, 116 pessoas morrem vítimas de armas de fogo no Brasil. Em 2012, data dos últimos dados disponíveis, foram 42.416 mortos. A principal causa das mortes foram homicídios, motivo apontado em 95% dos casos.
Nesse período, as mortes por armas de fogo cresceram 387%. Em dez anos, porém, o aumento foi menor: 11,7%.
Jovens – A pesquisa aponta os jovens entre 15 e 29 anos como as principais vítimas. Ao todo, foram 24.882 mortes neste grupo, o que leva a outro recorde negativo: são 59% do total de casos.
Para o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo, a dificuldade de acesso dos jovens a políticas públicas eficientes, especialmente na educação, contribui para que esse grupo fique mais vulnerável à violência. Hoje, para cada não jovem morto, há quatro jovens são assassinados, segundo o relatório.
“É uma categoria que ainda não se consolidou como prioritária para políticas públicas. Há políticas, mas insuficientes”, diz o pesquisador.
Desarmamento – Para Julio Jacobo, o recente aumento no número de mortes por armas de fogo, após dados que indicavam uma estabilização nos últimos anos, pode estar relacionado a uma diminuição no desarmamento nos últimos anos. Segundo o relatório, a estimativa é que o país tenha cerca de 15 milhões de armas em circulação.
Hoje, mudanças que visam flexibilizar o Estatuto e trazer normas mais brandas para a compra de armas são discutidas no Congresso.
“É ilógico pensar que aumentar o armamento protege alguém”, defende. “Se observamos a curva, vemos que até 2003 há um aumento significativo das mortes por arma de fogo. Após o Estatuto do Desarmamento, o índice estabilizou. Mas ninguém falou que isso iria solucionar os conflitos no país, porque eles continuam”, afirma.
(Com informações da Folhapress)