O Pará manteve a trajetória ascendente na geração de empregos e fechou o último mês de junho com o melhor desempenho do ano. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem (17) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o nível de emprego no Pará apresentou um aumento de 6.025 postos de trabalho no mês passado, equivalente a elevação de 0,76% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês de maio – o melhor desempenho dentre as 27 unidades federativas. Em números brutos, o Estado apresentou o segundo melhor saldo de empregos, atrás, somente, dos números de Minas Gerais: 15.717.
O levantamento do Caged aponta que em junho foram feitas 34.857 admissões no Estado contra 28.832 desligamentos. No comparativo com os anos anteriores, foi a segunda vez que o Estado superou a marca de seis mil novos postos de trabalho no mês de junho, desde 2003. O recorde foi em 2012, quando o saldo apontou, apenas, mais 25 empregos celetistas ao saldo atual, ou seja, um total de 6.050 postos. No mesmo período do ano passado (junho/2013), o Estado do Pará também registrou saldo positivo de empregos formais, no entanto bem menor que o verificado este ano. Foram feitas naquela oportunidade, 32.680 admissões contra 29.716 desligamentos, com saldo positivo de 2.964 de trabalhos.
Em todo o País, o saldo líquido de empregos formais gerados em junho foi de 25.363 vagas, em decorrência de 1.639.407 admissões e de 1.614.044 demissões. O resultado é o pior para o mês desde 1998, quando junho registrou a criação de 18.007 postos de trabalho. Com os dados do último mês, a geração de empregos no governo Dilma Rousseff atingiu 5.106.855 de contratações formais.
Na contramão dos números paraenses, a geração de empregos no Brasil em junho foi 83,9% menor ante o mesmo mês do ano passado, quando ficou em 158.069 pela série ajustada. Já pela série sem ajuste, a queda foi de 79,5% na comparação com junho de 2013, quando o total de postos de trabalho criados foi de 123.836. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, avaliou o desempenho fraco da indústria como fator preponderante na geração de vagas no mês, mas espera que as desonerações propostas ao setor revertam essa tendência. “A meta do governo é criar 1 milhão de empregos formais em 2014”, avaliou.
Dentre os Estados, os principais responsáveis pelo desempenho quase inerte do Brasil foram o Rio Grande do Sul, com saldo negativo de 4.866 empregos celetistas; Espírito Santo, com menos 4.097; Paraná, com menos 2.952; e Bahia, com menos 2.564. Considerando somente o Estados da região Norte, Tocantins apresentou o segundo melhor saldo de empregos, com mais 545 postos de trabalhos; seguido por Rondônia, com mais 371; e Acre, com 369. Na outra ponta, Amazonas e Amapá apresentaram perdas, com saldos negativos de 712 postos de trabalhos e 167, respectivamente.
Setores
As altas nos indicadores paraenses, segundo o Caged, decorreu, sobretudo, do crescimento do emprego no setor da Construção Civil, com aumento de 5.628 postos. Também apresentaram ampliação os setores de Serviços, com mais 796 empregos; Agropecuária, com 243; Indústria de Transformação, com 183; e Extrativa Mineral, com 67. Na outra ponta, tiveram queda os setores de Comércio (-852), Industriais de Utilidade Pública (-37) e administração pública (-3).
Na série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo, no primeiro semestre do corrente ano, houve acréscimo no estado de 15.406 postos (+1,96%). Já nos últimos 12 meses, verificou-se acréscimo de 3,93% no nível de emprego, representando a geração de 30.304 postos de trabalho. Em termos absolutos, este resultado foi o melhor da Região Norte.
Na avaliação dos municípios, Altamira continua como o principal polo gerador de empregos do Estado, com 5.375 admissões em junho, contra 2.948 demissões, o que gerou um saldo de 2.427 postos de trabalho (+5,27%). Marabá aparece em seguida, com saldo de 403 e aumento real de 0,96%. Parauapebas é a terceira, com 303 cidadãos inseridos no mercado, 0,65% a mais do que em maio.
A Região Metropolitana de Belém (RMB) manteve o discreto movimento positivo do último mês, com um leve crescimento de empregos formais, correspondente ao saldo de 70 postos (0,02%). Santa Isabel do Pará dentre os 144 municípios foi o que mais reduziu os postos formais (-1,1%), fechando com o saldo do mês anterior com menos 90 postos de trabalho. São Domingo do Capim, na sequência, reduziu o saldo em 50 empregos celetistas (-9,77%); São Félix do Xingu, com saldo negativo de 34 (-1,03%); e Marituba, com menos 30 (-0,29%).
Reportagem: Thiago Vilarins
Foto: Arquivo / Bariloche Silva – Pebinha de Açúcar