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Para o IBGE, Parauapebas tem 196 mil habitantes; para a prefeitura, 290 mil

Em Parauapebas, o IBGE deve divulgar para 2016 um total estimado em 196,3 mil habitantes. Nas contas do IBGE, a sede urbana municipal tem 186,4 mil habitantes. Mas, no cálculo da prefeitura, a conta não fecha.

Longe de ser um órgão de estatística, a prefeitura se vale de elementos como o número de indivíduos atendidos por seu programa de Atenção Básica e, principalmente, por agentes de saúde em domicílio, por exemplo. Daí, justifica haver, em 2016, um total de 289,7 mil habitantes, dos quais 282,1 mil são urbanos. É uma discrepância colossal de 100 mil pessoas frente aos números do IBGE.

Neste caso, num cenário hipotético a partir de números da prefeitura, a cidade de Parauapebas propriamente dito se firmaria muito mais populosa que várias cidades médias Brasil afora, como a vizinha Marabá (217,5 mil urbanos), a paraense Santarém (233,3 mil), a maranhense Imperatriz (244,1 mil), a potiguar Mossoró (260,6 mil), a pernambucana Petrolina (247 mil), a baiana Itabuna (204,3 mil) e as mineiras Ipatinga (252,6 mil) e Governador Valadares (261 mil), entre dezenas de outras.

Quem já esteve nessas cidades sabe que Parauapebas é muito menor, tanto em termos de infraestrutura urbana quanto em aspectos de mobilidade humana. Numa eventual dúvida visual, caso não seja possível ir a elas, basta delimitar suas áreas de expansão urbana nos mapas atualizados do Google. Até por serem cidades muito mais velhas, têm aspecto reais de cidades maiores.

O próprio Ministério das Cidades, com o qual o IBGE não tem relação direta e ao qual o município de Parauapebas precisa repassar informações no tocante ao atendimento domiciliar urbano prestado pelo seu Serviço Autônomo de Água e Esgoto, informou uma população urbana de 165 mil pessoas, com números de bastidores informados pela própria prefeitura.

TIRE SUAS CONCLUSÕES

Estatísticas que comprovariam um suposto acerto do IBGE para seus números são os dados locais de matrículas no ensino fundamental (podem ser encontrados no portal do Ministério da Educação), a força de trabalho com carteira assinada (pode ser encontrada no portal do Ministério do Trabalho e Emprego), a frota própria (pode ser encontrada no portal do Departamento Nacional de Trânsito) e o número de eleitores (pode ser encontrado no portal do Tribunal Regional Eleitoral).

Se, hoje, a população total de Parauapebas fosse de 289,7 mil habitantes, considerando-se a razoável proporcionalidade brasileira, seu número de matrículas na rede municipal seria de, pelo menos, 72 mil; o número de empregados com carteira assinada seria de 64 mil; sua frota seria de, ao menos, 115 mil veículos; e o número de eleitores seria, no mínimo, 205 mil – e, portanto, em Parauapebas haveria segundo turno. Mas não acontece assim.

Para se ter ideia de como o número maior de habitantes inflaria muita coisa, tome-se o caso de Santarém, aqui mesmo no Pará. Com 292,5 mil moradores – praticamente o mesmo número reivindicado por diversas entidades de Parauapebas –, Santarém possui 209,5 mil eleitores e, este ano, já conta com o segundo turno, se necessário. Ninguém em Santarém delira dizendo que a população local é de 400 mil ou 500 mil habitantes. Em Governador Valadares (MG), a mesma coisa: 278,4 mil habitantes e 204 mil eleitores. Outro exemplo no extremo é Santa Maria (RS), onde há 276 mil habitantes e 203 mil eleitores. Logo, com 290 mil habitantes, Parauapebas fatalmente teria número de eleitores suficiente para lhe garantir segundo turno. Nenhum município brasileiro com, no mínimo, 275 mil habitantes ficou de fora da possibilidade de segundo turno.

O mesmo raciocínio vale a Marabá, que possui 159 mil eleitores e cuja população estimada para 2016 deve bater aproximadamente 268 mil – sem contar que muitos habitantes da área rural de Marabá têm domicílio eleitoral em Parauapebas e outros municípios da região, haja vista a extensão desse município.

Palmas, capital do Tocantins, tem apenas dez mil habitantes a mais que Marabá e 14 mil eleitores acima, estando ambas dentro da proporcionalidade esperada entre número de habitantes e eleitorado.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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