Um relatório divulgado no início deste ano pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), intitulado “Finanças do Brasil”, revela que o Estado do Pará repassou a Parauapebas em 2012, por meio de transferências intergovernamentais, R$ 304 milhões, um verdadeiro recorde na história do município. É o segundo maior volume de repasses, atrás apenas do montante disponibilizado a Belém.
A maior fonte de repasses que compõe a receita de Parauapebas, no entanto, é a União, que, via royalties de mineração, depositou R$ 385 milhões na conta do município. Os valores recebidos da União por Parauapebas são os maiores do Pará.
Todas essas ações, em seu conjunto, somadas a iniciativas locais, garantiram a Parauapebas a posição de número 3 no ranking de desenvolvimento humano do Pará, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Os benefícios irradiados a partir da “Capital do Minério” estendem-se aos municípios circunvizinhos, de maneira que a microrregião é a segunda de melhor qualidade de vida do Estado, atrás apenas da Região Metropolitana de Belém.
De acordo com o presidente do Diretório Regional do PSDB, José Rinaldo Alves de Carvalho (o Zé Rinaldo), Parauapebas tem todos os elementos para tornar-se, ao longo dos anos, uma potência social, já que, na área econômica, o município sempre foi destaque. “Não podemos perder de vista o fato de que justiça social só é feita quando existe igualdade de direitos. E igualdade de direitos é todos os cidadãos de Parauapebas terem acesso a boas escolas, a bons hospitais, à segurança pública, à universidade, a um transporte digno. Todos, indistintamente.”
NÚMEROS DESAPONTAM
E Rinaldo tem razão. Os números do Pnud desapontam o vigor econômico de Parauapebas ao apontarem que, apesar de o município estar em terceiro lugar no Pará em desenvolvimento humano, o fosso social local ainda é catastrófico. No município mais rico do Pará, a renda é concentrada de forma tal que pouquíssimos têm infinitamente mais poder aquisitivo que a grande massa pobre.
Em números, os 80% mais pobres da população detêm 41,99% da renda. Já os 20% mais ricos possuem 58,01% do poder aquisitivo. A diferença entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres chega a ser de impressionantes 21,21 vezes hoje. E as estatísticas oficiais narram que pouco foi feito para reparar essa calamidade, visto que, 23 anos atrás, em 1991, tempos em que Parauapebas saía do berço, a diferença entre ricos e pobres já era de 25,31 vezes.
“É necessário construirmos valores em nossa sociedade e fazermos as pessoas entenderem que, muitas vezes, a riqueza aqui produzida não fica aqui, tampouco é distribuída de forma equânime”, explica o presidente local do PSDB. “De maneira prática, precisamos criar alternativas econômicas e sociais para que essas riquezas cheguem a todos a fim de repararmos as desigualdades históricas com as quais o município tem sido penalizado”, destaca Zé Rinaldo, que tem orgulho de morar no município e cujo sonho é ver Parauapebas melhor para a sua família e a de todos os demais habitantes.
Reportagem: Bariloche Silva – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Arquivo