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Parauapebas exporta 392 milhões de dólares e é nº 1 do Brasil em lucro

No mês que passou, o município de Parauapebas vendeu ao exterior aproximadamente 392 milhões de dólares em commodities, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgados na tarde de ontem, quarta-feira (6). É praticamente 99,2% de acerto em relação ao que já havia sido antecipado em publicação extraoficial do Pebinha de Açúcar no sábado (2), quando os números do MDIC ainda estavam em processamento.

Os minérios – únicos e como sempre – são o que levam Parauapebas a ocupar o posto de sexto maior exportador do Brasil, num universo de 1.880 municípios que negociam produtos com estrangeiros. O ferro, principal produto da pauta parauapebense com participação de 98% das vendas, é o que lhe confere título de “Capital do Minério”. Manganês responde pelo restante.

No acumulado deste ano, Parauapebas já exportou 1,92 bilhão de dólares, razoavelmente menos em relação ao 1,96 bilhão de dólares transacionado no primeiro semestre do ano passado. Atualmente, os chineses respondem por 55% das compras dos produtos do município, seguidos de malaios, com 10,6% das compras, e japoneses, com 8,2%.

Apesar de as exportações de junho terem caído 15,27% em relação a maio, Parauapebas segue na liderança nacional como município brasileiro que mais lucro dá ao Brasil, em razão de suas importações serem pífias e suas exportações, gigantescas.

Mas que ninguém se iluda: no fundo, o município de Parauapebas não exporta um grama que não seja passado pelo crivo da mineradora multinacional Vale. É ela quem tem concessões para lavra de ferro e manganês. É ela quem extrai, negocia ao preço que lhe for conveniente, vende e lucra com isso. O detalhe de Parauapebas ser grande exportador nacional – ou não – é mero protocolo para situar a unidade geográfica de onde a commodity parte.

RELATÓRIOS DA VALE

A Vale vai divulgar seu Relatório de Produção e seu Resultado Financeiro agora em julho. São dados muito aguardados pelo mercado financeiro e nos quais segue uma parte da vida econômica e mineral de municípios como Parauapebas (que produz ferro e manganês), Marabá (que produz cobre), Canaã dos Carajás (que produz cobre) e Curionópolis (que produz ferro).

Infelizmente, a sociedade se mantém alheia e displicente em relação aos relatórios da empresa, que muito dizem respeito à dinâmica econômica regional.

A mineradora vai divulgar sua produção física no próximo dia 21, uma quinta-feira, antes da abertura dos mercados. Uma semana depois, no dia 28, ela soltará seu desempenho financeiro. Para municípios como Parauapebas, ambos os balanços são extremamente importantes.

O Relatório de Produção, mais do que uma vaidade da Vale em divulgar que produziu ‘enes’ milhões, traz uma preocupação velada à qual a esmagadora maioria da população resiste em não querer se atentar: o fim da vida do minério.

Extraoficialmente, com base em números das exportações da empresa do MDIC, é possível afirmar que a Vale exportou no primeiro semestre deste ano de Parauapebas pelo menos 66 milhões de toneladas de minério de ferro do mais elevado grau de pureza do globo. São 11 milhões de toneladas a mais em relação ao mesmo período do ano passado. A menos que caia uma bomba na Serra Norte de Carajás e obrigue a Vale a parar de operar, este ano a empresa deve lavrar mais minério de ferro que em 2015. E, ao lavrar mais, diminui-se, portanto, o tempo de duração das reservas. Em outras palavras, o que é previsto para exaurir-se em 2034, fatalmente acabará antes.

No tocante ao Relatório Financeiro, este expõe quanto a empresa faturou por trimestre (e no semestre cheio) sobre as costas de Parauapebas e de seus trabalhadores. Por essas e outras questões, é sempre bom estar atento.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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