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“Parauapebas perde mais uma adolescente por falta de políticas públicas”, diz conselheira tutelar

De acordo com a conselheira tutelar, Gardênia Martins, a menor Wilka Afonso Pereira, assassinada recentemente de forma cruel a golpes de faca, tendo o corpo jogado em um igarapé, já era conhecida do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de Parauapebas, onde a sua mãe já havia comparecido para pedir ajuda.

Segundo a conselheira, no mês de abril, a mãe da menor procurou a Delegacia de Polícia onde foi orientada que casos envolvendo menores são resolvidos com ajuda do Conselho Tutelar. “Na época, a garota, segundo a mãe, já estava em situação de drogadição. Conversei com a mãe que relatou a situação da adolescente”, lembra Gardênia, detalhando que, além de usar entorpecentes,  Wilka fugia de casa e, caso a mãe a quisesse mantê-la na residência, fazia ameaças.

Na opinião da conselheira, o comportamento da menor contra a mãe era por causa da dependência química. Como o Conselho Tutelar é um órgão que requisita serviços, foi solicitado que a Delegacia de Polícia Civil recebesse a mãe para fins de registrar Boletim de Ocorrência, contendo no mesmo todo o relato da mãe da menor, procedendo a procura. “A lei da espera por 24 horas após o desaparecimento não é válida para adolescente, mas, deve ser iniciada na hora do comunicado feita pelo pai ou a mãe”, explica Gardênia, detalhando ainda que, na época, encaminhou o caso para a delegacia e ainda para o CAPS – Centro de Atendimento Psicossocial.

No dia 23 de maio, de acordo com narrativa de Gardênia, a mãe de Wilka retornou ao Conselho Tutelar informando que a polícia havia detido a menor por furto, sendo encaminhada ao conselho para aplicação de medida por ato infracional. “Não é o conselho quem aplica medidas, mas, sim a polícia civil. Com isso é mais um adolescente que a gente perde”, lamenta Gardênia, dizendo que chega a pensar que só resta “jogar para cima e esperar que Deus segure, porque política pública realmente não tem. Entre trabalhar política em defesa de crianças e adolescentes ou fazer pavimentação asfáltica, é preferível a segunda”, alerta.

De acordo com números do Conselho Tutelar em Parauapebas, pelo menos 70% dos atendimentos são de famílias que pedem socorro por conta de seus filhos em situação de drogadição. Outro ponto apresentado pela conselheira Gardênia, é que a política de criança e adolescente não é bem vista. “Um exemplo claro somos nós, conselheiros tutelares, que somos vistos como defensores de bandidos no meio da segurança pública e como bicho papão para as crianças”, ilustra Gardênia.

Foto: Ronaldo Modesto

 

Caso da menor está sendo investigado

Na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil em Parauapebas, nossa equipe de reportagens procurou o delegado responsável pelo caso, Felipe de Oliveira, de quem ouviu apenas que as investigações estão em andamento e todo empenho será feito para localizar o mais rápido possível os autores do crime. “Já temos uma linha de investigação, mas, para o bom andamento do serviço policial ela ainda não pode ser divulgada”, explica o delegado.

Quanto à denúncia feita pela mãe da menor, de que a delegacia dificultou o registro de Boletim de Ocorrência, ele disse não ter conhecimento da situação e garante que todo caso que chega àquela Seccional de Polícia é feito todo o procedimento legal.

Clique AQUI e veja a reportagem publicada no Pebinha de Açúcar sobre a morte da jovem que tinha apenas 12 anos de idade.

Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

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