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Parauapebas sobe em saúde e cai em receita e transparência

O mês de junho, que está chegando ao fim, colocou Parauapebas em evidência nos cenários nacional e regional por notícias boas e nem tão boas. Coleta seletiva, transparência municipal, receita, desemprego, mineração e saúde fazem da “Capital do Minério” um município com pautas diárias e cujas mesmas devem dar “pano pra manga” quando a campanha eleitoral tiver início oficialmente.

COLETA SELETIVA EM ALTA

O lado bom foi ver o município entre os mais importantes do país quando o assunto é coleta seletiva. De acordo com o instituto Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), Parauapebas é um dos 1.055 municípios brasileiros com coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos. No Pará, a questão é tão banalmente priorizada que, além de Parauapebas, somente os municípios de Belém, Altamira, Benevides, Jacundá, Quatipuru e Tomé-Açu priorizam o serviço, que gera emprego e renda nos lugares onde acontece e avança como pilar da política de saneamento básico.

TRANSPARÊNCIA EM BAIXA

A nota da transparência de Parauapebas despencou. Pela lógica, o ideal presumível seria aumentar o conceito entre a primeira avaliação, divulgada em 2015, e a segunda, divulgada este mês, mas a nota tombou de 6,1 para 5,6. A do vizinho Marabá também caiu de 7,6 para 6,3. Foram, aliás, as maiores quedas detectadas entre os 40 municípios mais transparentes do Pará.

Marabá, que estava na posição 401, rolou para o lugar de número 2.226 entre os municípios brasileiros, um verdadeiro retrocesso em transparência. Já Parauapebas desceu de 1.251 para 2.735. Por outro lado, a capital paraense, Belém, é a sexta mais transparente do país, após subir a nota de 8,5 para 9,7. O ranking é elaborado pelo Ministério Público Federal (MPF).

RECEITA EM QUEDA

A receita do município de Parauapebas está em baixa. Do total de R$ 1,03 bilhão previsto para arrecadar ao longo deste ano pela prefeitura, só foram conquistados até o momento R$ 408 milhões, o que não corresponde sequer a 40% do valor. Para piorar, o segundo semestre do ano sempre é mais difícil porque as despesas aumentam (por exemplo, é preciso pagar o décimo terceiro salário de servidores) e as receitas diminuem (os repasses federais começam a cair com as deduções aumentadas de imposto de renda). Receitas importantes como a de royalties estão longe de atingir a meta, com apenas 35% do esperado arrecadado. A Prefeitura de Parauapebas tem a 52ª maior receita do Brasil, mas também a 46ª maior despesa.

MINERAÇÃO ESTÁVEL

O minério de ferro de Parauapebas, com entrega imediata nos portos chineses, fecha junho com média de 55 dólares por tonelada – cerca de 5 dólares acima do preço de referência para o produto com 62% de pureza. Isso porque, por ser o melhor minério de ferro do globo, o preço da commodity da Serra Norte de Carajás recebe bônus. O mesmo minério fez cair na conta da prefeitura local R$ 13,36 milhões em royalties em junho e pouco mais de R$ 90 milhões no acumulado do ano. A média de preço do minério durante os dias de junho oscilou pouco se comparada a outros meses.

DESEMPREGO NAS NUVENS

Um total de 7.414 pessoas já perderam emprego, de janeiro a maio deste ano, em Parauapebas, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego na semana passada. É como se metade da população da cidade de Curionópolis tivesse sido despachada do serviço. Por outro lado, 6.511 conseguiram encontrar emprego, mas a conta não fecha porque apenas nos primeiros cinco meses do ano o saldo está negativo em 903 postos. Ou seja, o município recebeu uma avalanche de quase mil novos desempregados para amontar-se aos cerca de 40 mil desocupados – que inclui jovens em idade escolar que nem estudam nem trabalham – que já possuía.

SAÚDE DECOLANDO

Após uma virada de década, a saga da construção do Hospital Municipal de Parauapebas parece que está chegando ao fim. O prédio, o mais suntuoso centro de saúde do interior do Pará, tem estrutura invejável e digna de um município com a força que a “Capital do Minério” possui no cenário nacional, particularmente para a balança comercial. Presente para o povo, quando estiver operando a plenos pulmões, o agora Hospital Geral de Parauapebas Evaldo Benevides vai evitar gastos com locomoção de pacientes para realização de procedimentos em Marabá. Este é, aliás, o segundo tapa que Parauapebas dá na cara de seu município-mãe em termos de saúde pública. O primeiro foi a Policlínica, importante complexo multisserviços que atende até pacientes vindos de Marabá. Este ano, até o momento, a prefeitura já aplicou R$ 67 milhões na saúde de Parauapebas, dando um baile na pasta de Marabá, que é um município mais populoso e que investiu por lá apenas R$ 38 milhões no mesmo serviço básico.

Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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