A Prefeitura de Parauapebas prossegue com as diversas execuções de infraestrutura na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Rio Verde. A revitalização e ampliação proporcionarão à ETE a capacidade para receber e tratar, eficazmente, 50% do esgoto produzido na cidade.
Principal obra do Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas (Prosap), as execuções na ETE Rio Verde, após a primeira etapa, beneficiarão cerca de 120 mil habitantes, e após a segunda etapa (ampliação) vão conseguir atender quase 160 mil habitantes em Parauapebas.
“Esta estação de tratamento é o coração do Prosap que foi criado, justamente, para tratar o esgoto. Ela representa cinquenta por cento do tratamento de esgoto de Parauapebas; temos outras estações como a ETE Tropical, mas esta é a maior, por isso, estamos trabalhando para aumentar consideravelmente o tratamento de esgoto, para que esse esgoto pare de correr nas ruas e pare também de ser lançado nos mananciais, córregos e igarapés”, explica Fábio Felisberto, engenheiro civil do Prosap.
Obra
Iniciada em março deste ano, o primeiro passo de execução na ETE Rio Verde foi a efetiva desativação da lagoa que armazenava, aproximadamente, 30 milhões de litros de água de esgoto. Nesse processo, os engenheiros utilizaram a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) necessária para o lançamento do líquido no meio ambiente. O esgotamento da lagoa preparou o local para o início das obras civis.
Atualmente, a obra está na fase de desenvolvimento da elevatória, onde o esgoto bruto será armazenado e depois bombeado para o tratamento preliminar; também está em fase de execução os dois decantadores, estes com 22 metros de diâmetros cada um, instalados em uma área de 400 metros quadrados dentro da ETE. “A elevatória precisa ficar em uma profundidade em que ela receba o esgoto por gravidade, ou seja, precisa ser muito profunda. Serão em torno de nove metros de profundidade, toda em concreto armado e revestida de sílica, um pó semelhante ao pó de cimento que dá uma resistência a mais para o próprio concreto, impermeabilizando as paredes da elevatória”, esclarece o engenheiro civil da Infracon Engenharia e Comércio, Lincoln Safar. A empresa é a contratada que atua diretamente na ETE Rio Verde.
Após o tratamento preliminar, o esgoto será destinado para os reatores, onde passarão por mais uma etapa de tratamento e, de lá, para os decantadores, onde, de fato, ocorrerá a separação das partes sólidas e líquidas dos esgotos recolhidos. Ao final das duas etapas da obra, serão, ao todo, quatro (4) decantadores com capacidade máxima de tratamento de 360 litros por segundo e quatro (4) reatores com capacidade média de tratamento de 280 litros por segundo; os reatores serão instalados a 12 metros de profundidade.
Após todas essas etapas de tratamento, a parte líquida dos efluentes será devolvida de maneira correta ao meio ambiente, por meio de uma rede de tubulação de 2 mil metros de cumprimento (167 tubos). A rede, por sua vez, estará apoiada em cavaletes de concreto e margeará o Igarapé Ilha do Coco até a destinação final: o Rio Parauapebas.
Aterramento
A área onde antes ficava a lagoa com esgoto represado foi aterrada com, aproximadamente, 70 mil metros cúbicos de terra. Já em razão da alta umidade do solo, também foi necessário realizar o chamado “enrocamento”, camada de pedra com 1 metro de espessura, destinada à proteção do aterro contra fluxos d’água. Com todas as execuções previstas, após a primeira etapa das obras a ETE conseguirá tratar os efluentes em uma vazão máxima de até 336 litros/segundo e, após a segunda etapa (ampliação), a capacidade de tratamento passará para 461 litros/segundo.
Ao final da primeira etapa, a obra receberá, ainda, toda a parte de urbanização com pavimentação, iluminação e drenagem.
Solo mole
Após o esgotamento, todo o sedimento de solo mole (lodo) armazenado no fundo da lagoa, cerca de 4,5 mil metros cúbicos, foi destinado ao Aterro de Resíduos — Classe A (materiais reciclados) do Prosap, o chamado Bota-Fora, localizado no bairro Nova Carajás. No aterro, o solo mole foi acondicionado em uma área com 2.300 metros quadrados coberta por uma geomanta de polietileno de alta densidade (PEAD), com pisos e paredes impermeáveis, elevada resistência a elementos químicos e à degradação pela incidência dos raios solares.
Reportagem: Nara Moura