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Prefeituras da região vivem pela ‘misericórdia’ no apagar das luzes de Natal

Acabou-se o que era doce. O período da farra com dinheiro público — mal aproveitado, diga-se de passagem — em que muitas prefeituras da região viviam, com pico entre 2012 e 2014, está chegando ao fim, e da pior forma possível, com administrações atoladas em dívidas e enfrentando a fúria de servidores, que se veem apreensivos diante da possibilidade de não receberem décimo terceiro às vésperas do Natal.

Faltando menos de um mês para o catastroficamente financeiro ano das prefeituras acabar, prefeitos agonizam para arrecadar os “mirréis” e tentar salvar o pouco de dignidade administrativa que ainda resta — se resta. Entre o que as prefeituras previram ou acharam que iriam abocanhar e o que, de fato, caiu na conta, há um déficit enorme, de muitos milhões.

Ao analisar os caixas de Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás e Curionópolis, municípios cuproferríferos (detentores de cobre e ou minério de ferro) nos quais, na média, a mineradora Vale viabiliza, direta ou indiretamente, 52% das receitas, é possível notar que, se e quando um dia a indústria extrativa mineral findar seu ciclo, metade dessas prefeituras vai fechar as portas.

A mineração faz movimentar e girar fontes de arrecadação importantes, como a cota-parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a cota-parte da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) e o Imposto Sobre Serviço (ISS) de qualquer natureza, todos eles sustentáculos das prefeituras e sem os quais Parauapebas e Canaã, por exemplo, dificilmente ostentariam a repercussão de contratos milionários tampouco seriam alvo de cobiça de políticos e politiqueiros.

Informações levantadas e cruzadas a partir de diversas fontes — como Portal da Transparência, Banco do Brasil, Governo do Pará, Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Banco Central, Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e Confederação Nacional dos Municípios (CNM) — revelam que o que está ruim nos “finalmente” de 2016 tende a ser muito pior para as mesmas prefeituras em 2017.

A população dos municípios de Carajás precisa começar a se preparar psicologicamente para tempos apocalípticos, de choro e ranger de dentes, com fome, peste e uma guerra cruel diária para manter emprego e renda num cenário que, de acordo com a CNM, tarda, mas não falha no próximo ano. Baixar a cabeça jamais.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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