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QUADRO DESAPARECIDOS: Irmão volta a falar com a irmã de criação após três anos sem contato

Antônio Geraldo, o Mineiro, foi localizado na área da Palmares II, em Parauapebas (PA)

O 14º caso desvendado por mim em dois anos e cinco meses é uma verdadeira história de encontros e desencontros de uma humilde família. Antônio Geraldo Rodrigues da Cruz nasceu em Itambacuri, Minas Gerais, em 1º de outubro de 1970. Em 1973, os pais dele, José Rodrigues da Cruz e Noeme Rodrigues dos Santos, se separaram e a mãe veio para o Pará em companhia do segundo marido, para trabalhar em fazendas entre Marabá e Itupiranga (PA). Geraldo tinha apenas três anos de idade quando chegou a Marabá. A convivência com o segundo marido era complicada e logo dona Noeme se separou e passou a morar com outro companheiro, o João Batista Vieira, com quem conviveu por mais de 25 anos, em Itupiranga. Noeme morreu há 27 anos e João há 12 anos.

Maria de Fátima, que havia nascido em São João do Araguaia (PA), foi doada pelos pais para a dona Noeme. Ela era uma bebê e o irmão de criação Geraldo já estava com seis anos de idade. Eles cresceram sem aproveitar muito a infância. Era uma vida dura na labuta do dia a dia nas fazendas no Pará. Ambos não tiveram muitas oportunidades de estudos.

Órfãos de pais, mas sempre unidos, cada irmão seguiu seu destino. Em 2006, Antônio Geraldo, já com o apelido de Mineiro, casou-se com Joelma Araújo Lemos e teve dois filhos: Yasmin e Jefferson. Em 2012 o casamento acabou e Geraldo veio morar em Parauapebas (PA), e continuou trabalhando em fazenda. A ex-mulher mudou-se para Goiânia com os filhos. Ele sempre enviava mesada para os filhos, mesmo com as dificuldades da vida.

A irmã Fátima ficou morando em Itupiranga, se casou e teve quatro filhas. Depois, se separou e foi morar com outro companheiro em Anapu (PA), onde se encontra até hoje e deste relacionamento teve mais duas filhas. Depois de mais de dez anos sem ver o Geraldo, Fátima conseguiu localizá-lo em uma fazenda na área da Palmares II em Parauapebas e fez uma visita ao irmão há quatro anos, mas depois perdeu o contato. Geraldo, por sua vez, perdeu o celular com todos os contatos e nunca mais soube notícia da irmã, das sobrinhas, da ex-mulher e dos filhos. Dona Fátima e as filhas tinham esperança em reencontrar o irmão e tio em Parauapebas.

A investigação

No dia 11 de abril, a senhora Joelma Araújo Lemos, que mora em Goiânia, entrou em contato comigo para pedir ajuda dizendo que ela e a senhora Maria de Fátima procuravam por Antônio Geraldo. Com o apoio da policial civil do Fortaleza, Adriana Mesquita, quatro dias depois consegui localizar o endereço do Mineiro. O amigo João Pezão Filho pesquisou e informou que o endereço era no bairro Nova Carajás. Fui até lá, mas informaram que no local não morava ninguém com o nome de Antônio Geraldo. Voltei a falar com a Adriana Mesquita e ela conseguiu mais detalhes. Descobrimos que o Mineiro trabalhou para o empresário Gleison Andrade de Abreu, que atua na área de turismo e locações de veículos em Parauapebas. Pedi ajuda para a empresária da área de turismo, Aglaudene Sarmento, e para o empresário Paulo Pedrosa e eles me informaram o número do telefone celular do Gleison. Entrei em contato com o empresário e ele disse que quem poderia ter o número do celular do Mineiro era o Júnior, seu vaqueiro na fazenda na área da Palmares II. Falei com o Júnior e ele foi até ao local onde o Mineiro mora, a três km da Palmares II, conhecido por Palmares III ou Vila Piabanha para falar ele, porque lá não pega celular. Mineiro estava para o trabalho em uma fazenda e só estaria em casa no domingo. Ele mora sozinho. Finalmente, na manhã do domingo, dia 17 de abril, fui até lá, e com o apoio do Júnior, consegui falar com o Mineiro e coloquei ele em contato com a irmã Maria de Fátima e a sobrinha Ermínia, que moram em Anapu (PA); com a sobrinha Lene, que reside em Canaã dos Carajás (PA), e com a ex-mulher Joelma e os filhos Jefferson e Yasmin, que moram em Goiânia.
As conversas foram emocionantes e todos se comprometeram a se encontrar pessoalmente em breve e nunca mais perder o contato. A felicidade está completa. Mais uma família feliz.

O vaqueiro Júnior ajudou na localização do amigo Mineiro na Palmares II

 

“Muito obrigado por me dar essa alegria. Eu passei muitas noites sem dormir pensando no meu irmão, achando até que ele já tivesse morrido, mas sempre orando e pedindo para Deus me dar uma luz e informar se ele estava vivo. Eu pedia para Deus e essa luz foi você (o repórter) que apareceu em minha vida e me deu essa felicidade de rever meu irmão. Sou evangélica, creio em Deus e vou orar mais e mais por você e por sua família para que você possa fazer mais pessoas felizes, igual eu e minhas filhas estamos agora. Obrigado de coração. Deus abençoe sempre sua vida”, disse dona Maria de Fátima em mensagem de WhatsApp enviada para o repórter no domingo à noite, após ter falado com o irmão por chamada de vídeo e estar muito feliz e emocionada.

Dona Maria de Fátima, que mora em Anapu(PA), está muito feliz por ter voltado a falar com o irmão Antônio Geraldo

 

“Estou muito feliz. Estava também querendo falar com minha irmã, minhas sobrinhas, minha ex-mulher e meus filhos. Agora, não vou perder mais o contato deles, vou poder ajudar meus filhos e é só felicidade. Muito obrigado pelo que você fez por mim e que Deus te abençoe sempre para que você continue fazendo famílias felizes”, afirmou Mineiro, emocionado, após conversar com os parentes por telefone.

Os desencontros da vida causam dor e tristeza, mas depois de certo tempo, os reencontros só trazem felicidade. E isto é o que procuro fazer com este trabalho social de localização de pessoas desaparecidas desde outubro de 2018. Obrigado meu Deus por esta missão e por ter obtido sucesso em mais um caso. O 14º até agora.

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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