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‘QUEM INDICA’?: Curionópolis inicia 2017 com mais demissões que contratações

Acabou-se o que era doce. Curionópolis foi, em 2016, um dos maiores recordistas de geração de postos de trabalho no Brasil, embora localmente os críticos e céticos contestem os dados oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego.

Mas, de tanto desacreditarem, Curionópolis entrou o primeiro mês de 2017 com o pé esquerdo: 14 desempregados de saldo, na matemática que computa quem arranjou emprego e quem perdeu o que tinha.
Pode parecer pouco, mas isso, em um ano, causa impacto grandioso no estoque de empregos formais desse pequeno município, principalmente no setor comercial, no qual o trabalhador gasta seu salário. É muita falta de oportunidade, emprego e renda para um município que exportou 30,4 milhões de dólares em produtos no primeiro deste ano e que, provavelmente, encerrará 2017 na lista dos 100 principais municípios brasileiros para a balança comercial, já que seu superávit, na faixa de também 30,4 milhões de dólares, sinaliza a 62ª colocação nacional na lista dos lugares do país que mais dão orgulho financeiro.

Mas por que as pessoas não notavam que Curionópolis vinha empregando e, bem por isso, bateu recorde em 2016? Simples: os empreendimentos que estavam contratando bastante, vinculados ao setor mineral, seja em etapas de implantação, seja de operação, estão localizados distantes da área urbana. Não são como um prédio dentro da cidade, perto do qual todos passam e enxergam novos operários trabalhando. E mesmo em lugares longínquos, empresa alguma vai fazer propaganda de suas vagas de emprego, sob risco de abarrotar lugares pequenos com famílias inteiras de migrantes, de mala e cuia, muitos sem lenço e até sem documento, ampliando a sensação de caos.

Os empregos de Curionópolis estavam em projetos de mineração, setor atrelado à rigidez locacional, conceito segundo o qual a empresa não pode escolher a bel-prazer o local onde exercer sua atividade (na cidade, por exemplo), uma vez que a ocorrência e a existência dos recursos minerais não dependem da vontade humana. Assim, muitos trabalhadores conseguiram alocação em etapas de projetos nos rincões do município, e a população urbana que fica de plantão nas redes sociais não viu. E tampouco verá, agora que a bonança passou.

O detalhe, porém, é que trabalhadores residentes em outros municípios, como Parauapebas, Marabá, Canaã dos Carajás e Eldorado do Carajás, e até de estados como o Maranhão, conseguiram “filar a boia” de moradores de Curionópolis, que, então, se perguntam sobre aonde foram parar as vagas. No fundo, para compreender a dinâmica no tabuleiro do Caged e arranjar um emprego com carteira assinada para chamar de seu, é preciso apelar a uma velha conhecida magia: “QI”, cuja sigla dispensa comentários.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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