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Região norte é a saída para o escoamento agrícola do Brasil, afirma consultor

Em artigo, o consultor Mauricio Endo, sócio da KPMG e líder para o setor de Governo e Infraestrutura, afirma que é crucial o derrocamento do Pedral do Lourenço, que tornaria navegável o rio Tocantins. A licitação foi lançada pela presidente Dilma Rousseff, em março de 2014, mas nada ocorreu além do papel.

“O sucesso da Saída Norte só se dará se houver uma composição institucional entre a Secretaria de Portos, os Estados e os Municípios, associada a investimentos da iniciativa privada, por meio de contratos de Concessão e/ou Parceria Público-Privada (PPP) para acelerar os investimentos na infraestrutura e aumentar a eficiência operacional nos portos e nos respectivos acessos multimodais (rodovias, ferrovias e hidrovias)”, conclui.

“Saída Norte: investimentos em infraestrutura e para o crescimento do Brasil

É consenso que a solução para o problema do escoamento da produção agrícola brasileira passa pela Região Norte. Nesse sentido, a “Saída Norte” começa a se consolidar, de fato, como canal de exportação já que os portos da localidade são mais próximos geograficamente do Centro-Oeste, principal produtor de commodities como soja e milho. Para se ter uma ideia desse potencial, no ano 2000, por exemplo, os dois principais portos do Norte (Itacoatiara e São Luiz; Santarém ainda não existia) exportaram 900 mil toneladas de soja. Em 2013, pelos três portos saíram 5,2 milhões de toneladas de soja. Mas, a partir desta safra já serão dez milhões de toneladas. Projeções também indicam que, até o ano de 2020, haverá aumento de área cultivada e da produção agrícola no Brasil, tornando o pleno funcionamento da atividade portuária na Saída Norte ainda mais vital.

Outro ponto positivo que a localização da Saída Norte oferece é a proximidade com o Canal do Panamá e mercados norte americano e europeu. Tal fato significa menor tempo de transporte e consequente redução de custos logísticos. Inúmeros empresários estão atentos a essa oportunidade e isso pode ser confirmado pelos diversos terminais privados que já estão efetivamente instalados ou em vias de conclusão na região.

Entretanto, para viabilizar o embarque pela Saída Norte, não podemos contar apenas com as vantagens geográficas. São extremamente necessários a conclusão das obras e o aumento dos investimentos em infraestrutura de acesso aos portos. É importante destacar que tal ação trará apenas benefícios não só logísticos, mas também para os municípios que compõe a zona portuária. A revitalização de regiões portuárias costuma gerar valor para toda a cidade ao promover o melhor aproveitamento do espaço urbano. Dentre as ações, destaque para o resgate arquitetônico e investimentos em hotéis, restaurantes, edifícios de uso misto e movimentos culturais. Tudo isso, além dos benefícios de infraestrutura na cidade, também ajudam a desenvolver o turismo, gerar novos empregos para a população local, atrair diversos novos negócios o que, por fim, alavanca a economia.

Não podemos deixar de citar que os investimentos necessários para a efetiva movimentação desses portos devem transcender a região, já que é evidente que toda produção agrícola só poderá chegar aos portos com o apoio de outros modais de transporte. Diante desse cenário, a duplicação de rodovias de acesso é fundamental. Outro ponto crucial para o desenvolvimento da infraestrutura seria o derrocamento do Pedral do Lourenço, para tornar navegável de forma perene o rio Tocantins. Não podemos deixar de citar o gargalo que seria amenizado com a finalização da ferrovia Norte-Sul no trecho entre Açailândia (Maranhão) e Barcarena (Pará).

Infelizmente, os investimentos em infraestrutura de transporte e diversificação de modais não tem sido suficientes. Seria necessário destinar, segundo especialistas, mais de 2% do PIB por ano para investimentos em infraestrutura de transportes para proporcionar um atendimento adequado, ou seja, mais do que o dobro dos investimentos que vêm sendo historicamente realizados.

O sucesso da Saída Norte só se dará se houver uma composição institucional entre a Secretaria de Portos, os Estados e os Municípios, associada a investimentos da iniciativa privada, por meio de contratos de Concessão e/ou Parceria Público-Privada (PPP) para acelerar os investimentos na infraestrutura e aumentar a eficiência operacional nos portos e nos respectivos acessos multimodais (rodovias, ferrovias e hidrovias).”

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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