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RIQUEZA X POBREZA: Pebas e Marabá exportaram 1,3 bilhão de dólares e ‘lucraram’ 1.300 desempregados

O cidadão comum que está desempregado em Marabá, Parauapebas ou qualquer outro lugar do país não quer saber de outra coisa a não ser emprego. A palavrinha mágica, em tempos de crise política, financeira e moral no Brasil, tornou-se quase um mantra para quem está na rua da amargura. E parece inacessível.

As duas principais sedes urbanas do sudeste paraense acumulam, sozinhas, cerca de 80 mil desempregados. Nos últimos dois anos, a força de trabalho ocupada com carteira assinada diminuiu de aproximadamente 100 mil trabalhadores (eram 50 mil em Marabá e 49 mil em Parauapebas) para 75 mil (são, agora, 39 mil em Parauapebas e 36 mil em Marabá). Apenas os 25 mil desempregados “conquistados” por esses dois municípios seriam suficientes para montar uma população urbana do tamanho de duas cidades de Curionópolis. É muita gente, e o consórcio de anos 2014, 2015 e 2016 foram os piores da história do mercado de trabalho tanto de Marabá quanto de Parauapebas.

Por outro lado, enquanto agonizam em desemprego, esses municípios carregam o país nas costas, na Balança Comercial: Marabá e Parauapebas são, respectivamente, os maiores produtores nacionais de minérios de cobre e ferro, dois dos principais produtos da cesta de exportação do país. O mérito e o lucro das exportações são da Vale, que também é a responsável pelo fato de o Pará ser o único Estado brasileiro onde a produção industrial se mantém em ascensão.

É O CÚMULO

Lamentavelmente, e por questões político-administrativas intergovernamentais, esses dois municípios dão o bônus, em forma de bilhões de lucro em dólar, e ficam com o ônus, real, do desemprego. Em janeiro e fevereiro deste ano, a soma das exportações de Marabá e Parauapebas totalizaram 1,34 bilhão de dólares, tornando esses municípios a “perede-meia” mais poderosa do Brasil. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os recursos minerais (cobre, manganês e ferro) extraídos pela mineradora Vale totalizam 1,3 bilhão de dólares dessas exportações. O saldo da dupla na balança comercial nacional é, também, disparadamente o maior do Brasil: 1,32 bilhão de dólares — o que, de maneira didática, reforça a importância sobrenatural de Marabá e Parauapebas para os interesses do Brasil no exterior, já que daqui saem algumas das commodities mais desejadas do mundo.

Nesses mesmos dois meses durante os quais consagram o recorde nacional de exportações, Marabá e Parauapebas acumulam juntos quase 1.300 desempregados. Por outro lado, enquanto muitos procuram a causa e a consequência dos números da catástrofe no mercado de trabalho regional, sem propor sugestões e tomar atitudes concretas em nível governamental ou na esfera da iniciativa privada, as sedes municipais estão inchando de desempregados. São cidadãos reais que estão além das estatísticas dos ministérios, um que contabiliza a riqueza e o outro que enumera a pobreza numa das regiões mais pobremente ricas do país.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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