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OPERAÇÃO CARNE FRACA: Eventual embargo pode prejudicar exportações de carnes de Marabá

A “Carne Fraca” começou a feder no Paraná, bem debaixo do nariz da sede da “Lava Jato”. A esmagadora maioria dos frigoríficos de sucesso midiático e que vendem carne podre está sediada lá.

Não obstante, o resultado da operação pode ter conseqüências drásticas para a economia. Se houver embargo à carne brasileira ou retaliação comercial por parte do mercado internacional, toda a cadeia produtiva será atingida.

O município de Marabá, por exemplo, é um dos maiores exportadores de carnes da Região Norte e sofreria um baque anual de 55,9 milhões de dólares. Em 2016, a carne foi o segundo principal produto da cesta de commodities marabaense. Um quarto das carnes exportadas pelo Pará sai do município, que negociou 6,1 milhões de dólares no primeiro bimestre deste ano.

Marabá e o Brasil estão no meio do fogo cruzado entre interesses comerciais, questões sanitárias e a corrupção que prejudica os itens anteriores.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Judoca de Parauapebas vai disputar o Parapan de Jovens

Os paratletas paraenses Thiego Marques, da Associação Esportiva e Paradesportiva do Sul e Sudeste do Pará (Aepa), de Parauapebas, e Larissa Oliveira da Silva, da Associação Souza Filho de Artes Marciais (Asfam), de Belém, foram convocados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro para a disputa da quarta edição dos Jogos Parapan-Americano de Jovens. O torneio será disputado em São Paulo, no CT Nacional Paralímpico, no período de 20 a 25 de março. Larissa Oliveira também disputou o Grand Prix Infraero de Judô Para Cegos, também na capital paulista, no início de março. Ela e outros três judocas da Asfam receberam o apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel).

O Parapan vai contar com a participação de mil atletas na faixa etária dos 13 aos 21 anos, de 20 países. A competição terá 12 modalidades em disputa: atletismo, bocha, futebol de 5, futebol de 7, golbol, judô, halterofilismo, vôlei sentado, natação, tênis de mesa, basquete em cadeira de rodas e tênis em cadeira de rodas, único esporte que não será disputado no CT Nacional.

O Parapan é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, sob a chancela do Comitê Paralimpico Internacional. O objetivo da delegação brasileira é manter o domínio da competição, como aconteceu nas duas últimas edições dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens.

A última edição dos Jogos foi realizada em Buenos Aires, na Argentina, em outubro de 2013, com 631 atletas de 16 países em dez esportes. O Brasil liderou o quadro de medalhas com 209 pódios, sendo 102 de ouro. A primeira edição do Parapan de Jovens havia sido em 2005, na cidade venezuelana de Barquisimeto, com atletas de dez países. Em 2009, 14 nações competiram em Bogotá, Colômbia.

Grand Prix

Larissa Oliveira também disputou o Grand Prix Infraero de Judô Para Cegos, em São Paulo, de 10 a 12 de março. Ela competiu ao lado de outros três atletas da Asfam: Miquias Nascimento, Vagner de Oliveira e Ana Clara Maciel. Eles integram o projeto Dorinha, realizado pela Associação Souza Filho de Artes Marciais (Asfam) e que atende crianças em situação de risco social e deficientes visuais, autistas e portadores de Síndrome de Down. A entidade vem aumentando o espaço para reinserção social e revelações de talentos.

Segundo a presidente da Asfam, Ana Cecília Moreira, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) garantiu as passagens aéreas para a equipe paraense participar do GP Infraero. “A gente veio pedir apoio da Seel para custeio das passagens. O evento paga hospedagem e alimentação. A gente só estava precisando das passagens”. A judoca competia entre atletas de 48kg e passou para 52kg.

Reportagem: Antonio Darwich / Agência Pará

Parauapebas, Marabá e Canaã dos Carajás receberão audiências sobre a Lei Kandir

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) instalou, na última terça-feira (14), uma Comissão de Estudos sobre a Lei Kandir. A presidência ficou com o deputado Celso Sabino (PSDB) e o relatoria com o parlamentar Dirceu Ten Caten (PT). A comissão, nesta primeira reunião, decidiu que fará audiências públicas nos municípios de Parauapebas, Marabá, Canaã dos Carajás e Barcarena, para discutir as questões inerentes à Lei Kandir e suas compensações.

“A Lei Kandir é importante para tornar os produtos brasileiros exportadores competitivos no mercado internacional, mas o Pará e vários estados brasileiros vêm sofrendo com falta de compensação financeira. A Comissão pretende analisar esses dados e apresentar ao Congresso Nacional, como forma de cobrar ao governo mudanças e correção na Lei e assim beneficiar de fato o nosso estado”, esclareceu o autor da proposição e presidente da Comissão, deputado Celso Sabino.

Sabino explicou que em 2016, o Supremo Tribunal Federal, em resposta a uma ação de inconstitucionalidade movida pelo Governo do Estado do Pará decidiu que o Congresso Nacional teria um prazo de doze meses para regulamentar as perdas que o Estado tem com a aplicação dos dispositivos da Lei Kandir.

“Agora, a Assembleia Legislativa assume um papel fundamental na defesa dos interesses do Pará, dos cidadãos paraenses, que exigem condições no mínimo melhores, pelo menos iguais as que ocorrem em outros Estados da Federação Brasileira. O repasse feito por aluno, por exemplo, a ser investido no Pará no ensino fundamental é muito aquém do que é investido em outros Estados. Então o nosso principal objetivo com essa Comissão é forçar o Congresso Nacional a tomar uma decisão urgente e que esta decisão seja favorável ao Estado do Pará”, disse Sabino.

O deputado explicou que é preciso que o Congresso Nacional leve em consideração as perdas que o Estado do Pará vem tendo como, por exemplo, em 2015 que o Estado deixou de tributar cerca de 2,2 bilhões de reais e foi compensado pela União com 50 milhões de reais.

No plano de trabalho da Comissão de Estudos sobre a Lei Kandir já consta a realização de audiências públicas em municípios polos. Ainda faz parte do plano, o convite de técnicos e profissionais que estudam o desenvolvimento social e de infraestrutura, para participarem das audiências públicas e das reuniões da Comissão de Estudos, como a Fapespa, órgão do Estado encarregado por pesquisas econômicas.

A Comissão é formada por 14 membros e terá 120 dias de atividades com a possibilidade de ser prorrogada por mais quatro meses. São membros titulares da comissão os deputados Celso Sabino, Iran Lima, Dirceu Ten Caten, Júnior Hage, Gesmar Costa, Sidney Rosa e Renato Ogawa. Os suplentes são os deputados Milton Campos, Chicão, Aírton Faleiro, Miro Sanova, Júnior Ferrari, Thiago Araújo e Tércio Nogueira.

Reportagem: Silvia de Souza Leão

Empresas “maquiavam” carne vencida e subornavam fiscais de ministério, diz PF

Ao longo das investigações que culminaram na Operação Carne Fraca, deflagrada ontem (17) de manhã, a Polícia Federal (PF) descobriu que os frigoríficos envolvidos no esquema criminoso “maquiavam” carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para conseguir vendê-las. As empresas, então, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação.

“Tudo isso nos mostra que o que interessa a esses grupos corporativos na área alimentícia é, realmente, um mercado independente da saúde pública, independente da coletividade, da quantidade de doenças e da quantidade de situações prejudiciais que isso [a prática criminosa] causa”, afirmou o delegado federal Maurício Moscardi Grillo, em entrevista coletiva no fim da manhã, na sede da PF em Curitiba. Também participaram da coletiva o superintendente da corporação, Rosalvo Ferreira Franco, o delegado Igor Romário de Paula e o auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima.

Algumas das maiores empresas do ramo alimentício do país estão na mira da operação, entre as quais a JBS, dona de marcas como Big Frango e Seara, e a BRF, detentora das marcas Sadia e Perdigão. A Justiça Federal no Paraná (JFPR) determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das empresas investigadas, que também são alvo de parte dos mandados de prisão preventiva, condução coercitiva e busca e apreensão expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba.

Moscardi disse ainda que parte do dinheiro pago aos agentes públicos abastecia o PMDB e o PP. A Polícia Federal não identificou, no entanto, os políticos beneficiados pelo esquema, nem a ligação entre os funcionários do Ministério da Agricultura e esses partidos. “Não foi aprofundado porque o nosso foco era a saúde pública, a corrupção e a lavagem de dinheiro”, explicou o delegado.

A PF também informou ter interceptado um telefonema entre o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, e o ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho – um dos investigados pela corporação. A Polícia Federal informou que não identificou, no entanto, ação criminosa por parte de Serraglio, que à época do telefonema era deputado federal. “Por cautela, no entanto, foi necessário fazer esse informe aqui para não sermos questionados”, disse Moscardi.

Investigação

A Operação Carne Fraca é resultado de dois anos de investigações e foi divulgada pela PF como a maior realizada na história da corporação. Mais de 1,1 mil policiais federais cumprem 309 mandados em sete unidades federativas: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás. Além das empresas que participavam do esquema, a operação tem como alvo os fiscais do Ministério da Agricultura que se beneficiaram do recebimento de propina e de vantagens pessoais para liberar a venda da carne imprópria para consumo.

Além do repasse de dinheiro, os agentes públicos recebiam como propina produtos alimentícios das empresas, segundo a PF. Alguns, inclusive, já estariam começando a reclamar da qualidade dos alimentos que ganhavam para fazer vista grossa na fiscalização.

O delegado Maurício Moscardi ressaltou que a responsabilidade pelos atos criminosos é compartilhada por empresários e agentes públicos. “Não havia uma relação de extorsão, mas sim de benefício e de alimentação mútua entre eles. Os empresários também incentivavam e se sentiam próximos desse esquema; eram corruptores”, afirmou.

Dentro do Ministério da Agricultura, a PF descobriu que os funcionários envolvidos promoviam remoções (transferências) de fiscais para garantir a continuidade do esquema criminoso. A investigação começou, inclusive, depois que um fiscal se recusou a ser removido ao descobrir fraudes em uma das empresas envolvidas.

Outro lado

Um dos alvos da Operação Carne Fraca, o grupo JBS destaca, em nota oficial, que adota “rigorosos padrões de qualidade” para garantir a segurança alimentar de seus produtos. “A companhia repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos – seja na produção e/ou comercialização – e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos”, diz o texto.

Segundo a empresa, a ação deflagrada hoje atingiu três unidades da companhia – duas no Paraná e uma em Goiás. A JBS ressalta que “não há nenhuma medida judicial contra os seus executivos”.

A BRF informou, em nota, que está colaborando com as autoridades para o esclarecimento dos fatos. Segundo a empresa, não há risco para os consumidores. “A companhia reitera que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas. A BRF assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua.”

Também em nota oficial, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, diz que, diante dos fatos narrados na operação, decidiu cancelar a sua licença de 10 dias do ministério. “Estou coordenando as ações, já determinei o afastamento imediato de todos os envolvidos e a instauração de procedimentos administrativos”, informou. “Todo apoio será dado à PF nas apurações. Minha determinação é tolerância zero com atos irregulares no ministério”, acrescentou.

Segundo Blairo Maggi, a apuração da PF indica que os envolvidos no esquema ilegal praticaram “um crime contra a população brasileira”, que deve ser punido “com todo rigor”. “Muitas ações já foram implementadas para corrigir distorções e combater a corrupção e os desvios de conduta, e novas medidas serão tomadas.” Para o ministro, no entanto, é preciso separar “o joio do trigo” durante as investigações.

O Ministério da Justiça também divulgou nota depois que a operação foi deflagrada. O texto afirma que a menção ao nome de Osmar Serraglio na investigação é uma prova de que o ministro não vai interferir no trabalho da Polícia Federal. “A conclusão, tanto do Ministério Público Federal quanto do juiz federal, é que não há qualquer indício de ilegalidade nessa conversa degravada”, ressalta a nota.

O PMDB, citado pela PF como suposto beneficiário de parte da propina, diz que “desconhece o teor da investigação, mas não autoriza ninguém a falar em nome do partido”.

Também citado como um dos partidos que teria sido beneficiado por parte da propina arrecadada no esquema, o PP disse que desconhece o teor das denúncias “O partido apoia  minuciosa investigação e o rápido esclarecimento dos fatos”, afirmou o PP em nota.

Repercussão

No final da manhã, a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) emitiu nota oficial assinada pelo presidente da instituição, João Martins da Silva Júnior. No texto, a entidade defende a apuração dos fatos envolvendo frigoríficos e fiscais agropecuários e que, uma vez comprovados, possam levar à punição exemplar dos envolvidos.

A nota da CNA diz ainda que os produtores rurais brasileiros têm dado “grande contribuição ao desenvolvimento nacional” e afirma não ser justo que eles tenham a imagem “maculada pela ação irresponsável e criminosa de alguns”.

Em nota, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários diz que apoia a ação da Polícia Federal. “A operação está alinhada aos objetivos  de auditores fiscais federais agropecuários no sentido de aprimorar a inspeção de produtos de origem animal no Brasil”. Segundo o sindicato, as denúncias constam de processo administrativo que tramita no Ministério da Agricultura desde 2010.

Veja abaixo a íntegra do processo e o despacho da Justiça Federal:

Parte 1

Parte 2

Visando gerar mais emprego e renda, Polo moveleiro começa a ser revitalizado em Parauapebas

Um dos centros de produção industrial de Parauapebas, o Polo Moveleiro, localizado entre os bairros Casas Populares 2 e dos Minérios, começa a ser revitalizado em uma parceria entre a prefeitura e a Cooperativa da Indústria Moveleira e Serradores de Parauapebas (Coopmasp).

Juntamente com o Distrito Industrial (DIP) e o Porto Seco, o Polo Moveleiro vai englobar a cadeia produtiva do município que não está diretamente ligada à mineração, por isso mesmo a importância de seu desenvolvimentopor se tratar deuma alternativa econômica criada, há cerca de 10 anos, quando Darci Lermentambém era prefeito de Parauapebas.

O programa de revitalização do Polo Moveleiro está sendo promovido por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento (Seden). As 95 movelarias existentes hoje receberão o apoio tanto do governo municipal quanto de instituições voltadas para o desenvolvimento de empresas, como oServiço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que vai formalizar os empreendedores do setor.

O primeiro passo para a transformação do polo foi dado nesta quinta-feira, 16, com serviços de roço, capina e limpeza realizados pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semurb). As ações, contudo, vão mais além.

Em breve, os móveis produzidos no Polo Moveleiro farão parte de uma exposição que irá divulgar o trabalho feito pela mão de obra local. Desta forma, será possível aumentar as vendas dos produtores, tendo em vista que aproximadamente 90% da produção é consumida no próprio município, segundo a Coopmasp.

O presidente da cooperativa, Sérgio Ferreira, comemora a revitalização: “Este apoio que estamos recebendo vai ajudar a melhorar o trabalho que fazemos aqui, vai ajudar todo o polo”, garante ele.

O secretário municipal de Desenvolvimento, Isaías de Queiroz, diz que está conversando com a Vale, para que a mineradora conceda madeira proveniente de supressão vegetal, o que pode garantir matéria-prima por muitos anos à indústria de móveis de madeira.

Uma reunião com a empresa está agendada para o dia 28 deste mês. “Vamos discutir e amadurecer a proposta para utilizarmos a madeira que pode ser totalmente doada pela Vale. Já conseguimos a documentação considerada mais difícil”, informa o secretário.

Reportagem: Jéssica Diniz

Forró dos Idosos é reativado em Parauapebas

Na última quinta-feira, 16, mais de 150 idosos atendidos no Centro de Referência de Assistência de Social – Cras Rio Verde participaram de momento de muita alegria juntamente com o prefeito Darci Lermen e o secretário de Assistência Social, Jorge Guerreiro, na reativação do Serviço de Convivência dos Idosos, com a abertura do tradicional forró.  

Parado desde o ano passado, o serviço foi reativado pela Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria de Assistência Social (Semas), e agora vai oferecer oficinas de violão, artesanato, dança e capoterapia para crianças, adolescentes e idosos, além do forró toda quinta-feira. “Esse é mais um dos projetos sociais que estava parado. Agora, todos vão funcionar 100%. A alegria dessas pessoas é a minha também”, declarou o prefeito Darci Lermen, que recebeu e distribuiu muito carinho para os idosos e não resistiu a uma boa dança com elas.

O Cras Rio Verde atende de segunda à quinta-feira, de 8 às 16horas. Cerca de 80 idosos são atendidos diariamente no local com atividades socioeducativas. O casal Maria dos Santos, 65 anos, e Francisco Silva, 66, se conheceram justamente no forró do Rio Verde. Com o sorriso no rosto, a aposentada confessou que o Cras proporciona autoestima e melhorias na saúde dela.

“Esse lugar é abençoado. Aqui podemos nos distrair, dançar, brincar, conversar.É muito bom e até melhora nossa saúde. Aqui conheci meu amor”, sorri Maria dos Santos.  

Atualmente, a rede de assistência social do município conta com quatro Centros de Referência de Assistência Social, localizados no bairro Da Paz, Rio Verde, Altamira e Minérios. “Estamos voltando a oferecer condições para atender as pessoas que precisam. Hoje, todos os Cras da rede oferecem serviços voltados para os idosos”, garantiu o secretário de Assistência Social, Jorge Guerreiro

Reportagem: Liliane Diniz

RIQUEZA X POBREZA: Pebas e Marabá exportaram 1,3 bilhão de dólares e ‘lucraram’ 1.300 desempregados

O cidadão comum que está desempregado em Marabá, Parauapebas ou qualquer outro lugar do país não quer saber de outra coisa a não ser emprego. A palavrinha mágica, em tempos de crise política, financeira e moral no Brasil, tornou-se quase um mantra para quem está na rua da amargura. E parece inacessível.

As duas principais sedes urbanas do sudeste paraense acumulam, sozinhas, cerca de 80 mil desempregados. Nos últimos dois anos, a força de trabalho ocupada com carteira assinada diminuiu de aproximadamente 100 mil trabalhadores (eram 50 mil em Marabá e 49 mil em Parauapebas) para 75 mil (são, agora, 39 mil em Parauapebas e 36 mil em Marabá). Apenas os 25 mil desempregados “conquistados” por esses dois municípios seriam suficientes para montar uma população urbana do tamanho de duas cidades de Curionópolis. É muita gente, e o consórcio de anos 2014, 2015 e 2016 foram os piores da história do mercado de trabalho tanto de Marabá quanto de Parauapebas.

Por outro lado, enquanto agonizam em desemprego, esses municípios carregam o país nas costas, na Balança Comercial: Marabá e Parauapebas são, respectivamente, os maiores produtores nacionais de minérios de cobre e ferro, dois dos principais produtos da cesta de exportação do país. O mérito e o lucro das exportações são da Vale, que também é a responsável pelo fato de o Pará ser o único Estado brasileiro onde a produção industrial se mantém em ascensão.

É O CÚMULO

Lamentavelmente, e por questões político-administrativas intergovernamentais, esses dois municípios dão o bônus, em forma de bilhões de lucro em dólar, e ficam com o ônus, real, do desemprego. Em janeiro e fevereiro deste ano, a soma das exportações de Marabá e Parauapebas totalizaram 1,34 bilhão de dólares, tornando esses municípios a “perede-meia” mais poderosa do Brasil. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os recursos minerais (cobre, manganês e ferro) extraídos pela mineradora Vale totalizam 1,3 bilhão de dólares dessas exportações. O saldo da dupla na balança comercial nacional é, também, disparadamente o maior do Brasil: 1,32 bilhão de dólares — o que, de maneira didática, reforça a importância sobrenatural de Marabá e Parauapebas para os interesses do Brasil no exterior, já que daqui saem algumas das commodities mais desejadas do mundo.

Nesses mesmos dois meses durante os quais consagram o recorde nacional de exportações, Marabá e Parauapebas acumulam juntos quase 1.300 desempregados. Por outro lado, enquanto muitos procuram a causa e a consequência dos números da catástrofe no mercado de trabalho regional, sem propor sugestões e tomar atitudes concretas em nível governamental ou na esfera da iniciativa privada, as sedes municipais estão inchando de desempregados. São cidadãos reais que estão além das estatísticas dos ministérios, um que contabiliza a riqueza e o outro que enumera a pobreza numa das regiões mais pobremente ricas do país.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

A cada uma hora e 39 minutos, um trabalhador é demitido em Parauapebas

Parece brincadeira, porém, a cada uma hora e 39 minutos, um trabalhador é demitido no município de Parauapebas, em algum dos 5.197 estabelecimentos que mantêm vínculo de trabalho por meio de registro em carteira. Apenas nos 28 dias de fevereiro, foram processadas 358 demissões. Juntando tudo isso aos distratos de janeiro, um batalhão de 862 novos desempregados estão pelas ruas, a vagar, sem eira nem beira. Os dados foram divulgados na tarde da última quinta-feira (16) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Esse é o drama de um dos municípios mais ricos do Brasil, em produção e exportação de produtos primários, que não respeita nem mesmo a reação positiva nacional do mercado de trabalho, no qual 35.612 vagas foram criadas em fevereiro, quebrando uma sequência de dois anos no vermelho. Parauapebas destoa do resto do país e segue demitindo.

O Brasil tem hoje 5.570 municípios, e se todos pudessem ser enfileirados atrás de emprego, Parauapebas seria o de número 54 na pior situação em 2017. Aqui no Pará, apenas Altamira (com mais 1.887 novos desempregados) e Canaã dos Carajás (com novos 1.846 demitidos) conseguem ser piores. A “Capital do Minério” bateu até mesmo a capital paraense em desemprego nos dois primeiros meses deste ano — e, vale lembrar, Belém é uma metrópole que tem sete vezes mais habitantes que Parauapebas.

Apesar dos números desastrosos de Altamira e Canaã dos Carajás, os mesmos são justificados pela desmobilização de trabalhadores em obras civis de grandes projetos. Altamira demite os milhares de contratados para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, obra do Governo Federal no Rio Xingu, e Canaã despacha os trabalhadores mobilizados para erguer a indústria S11D, empreendimento da mineradora multinacional Vale na Serra Sul de Carajás.

No caso de Parauapebas, a situação é crítica porque as demissões recorrentes estão esvaziando os estoques de trabalhadores em praticamente todos os setores e diminuindo o volume natural da massa ativa com carteira assinada. Isso, por conseguinte, traz prejuízo incomensurável ao comércio e empobrece a área urbana, que se vê às voltas com uma miríade de desempregados e as demandas sociais que estes trazem.

 

AO LADO

A 170 quilômetros da cidade de Parauapebas, Marabá — que pariu a “Capital do Minério” — dá o exemplo de que quem sai aos seus não degenera. Em apenas dois meses, Marabá acumula 425 novos desempregados. A cada três horas e 25 minutos, alguma das 6.342 empresas empregadoras de Marabá bota um funcionário no olho da rua. Em fevereiro, foram 84 desligamentos, mas, apesar de ser um dado negativo, é uma espécie de “bom sinal” ante as mais de 300 demissões de janeiro.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

418 jovens formados em Canaã dos Carajás são contratados no S11D

O total de 418 jovens capacitados em Canaã pelo programa de trainees de nível médio e técnico acaba de ser efetivado pela Vale para trabalhar no Complexo S11D Eliezer Batista. Entre eles, Romildo Queiroz da Silva, 20 anos, morador da Vila Planalto, zona rural da cidade, é uma das mais novas contratações da unidade de mineração de ferro, que entrou em operação no município em dezembro do ano passado.

A turma de capacitação começou há dois anos e fez parte dos programas ofertados pela Vale voltados para a formação de mão de obra local para atividades na mina, usina e manutenção. A oportunidade de contratação veio com a abertura de vagas e após avaliação da competência demonstrada pelos alunos nas fases teórica e prática.

Entrevistado ainda na primeira aula da turma, Romildo disse que iria se empenhar e que para o futuro desejava fazer o curso e crescer junto com a empresa. O esforço valeu a pena. Após cerca de dois anos de treinamento, ele foi contratado como laboratorista e comemora a contratação. “Para mim representa um desafio vencido, me dediquei, sinto felicidade e meus pais também de ver seu filho crescer na vida na região”, revela Romildo.

Além dos programas de formação profissional, um conjunto de iniciativas foi executado pela Vale, por meio do Complexo S11D em Canaã, em apoio ao desenvolvimento do município, como construção de escolas.  “Esta ação demonstra mais uma vez nosso compromisso com o crescimento da cidade, por meio das obras realizadas e da nossa contribuição na capacitação de profissionais para iniciarem suas atividades com maior competividade, na geração de trabalho e renda e no aumento na arrecadação municipal”, conclui o Diretor de Operações Ferros Serra Sul, Josimar Pires.

Portas de Entrada

A Vale desenvolve programas chamados Porta de Entrada. O objetivo é desenvolver  mão de obra qualificada por meio do acesso ao ensino. O Programa de Formação Profissional (PFP trainees) é um dos principais, para preenchimento das posições operacionais e técnicas da Vale e é voltado para a formação de jovens, com no mínimo 18 anos, moradores de comunidades próximas às áreas onde a Vale atua.

Na formação teórica, o trainee tem vínculo com a instituição de ensino, no caso o parceiro é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Na prática, cuja duração máxima é um ano, ele possuí um contrato com a empresa.  A preparação poder ser operacional ou técnica, para jovens com  ensino médio completo ou ensino técnico completo, respectivamente.

IFPA forma primeira turma do curso técnico em Mecânica do campus Parauapebas

O campus Parauapebas do Instituto Federal do Pará (IFPA) realizou, na noite desta sexta-feira (17), a formatura da primeira turma do curso técnico em Mecânica. Na cerimônia, presidida pelo diretor-geral do campus, Rubens Chaves Rodrigues, 13 alunos receberam a titulação e compartilharam este importante momento com familiares e amigos.

A noite solene também teve a presença do prefeito de Parauapebas, Darci Lermen; do secretário-adjunto de Educação de Parauapebas, Antonino Brito; do gerente de operação do Minério de Ferro Carajás, Leonardo Marques; da diretora de Ensino, Thabatta Araújo; do patrono da turma José Luís Rossato; e do paraninfo Daniel Joaquim da Conceição Moutinho.

Emocionada, a formanda e juramentista da turma, Prisciane Albuquerque, declarou que “concluir esta etapa é uma grande alegria. Durante os dois anos de curso, tive a oportunidade de entender a profissão, as dificuldades e os desafios; agora, me sinto preparada para atuar no mercado com profissionalismo e ética”.

O diretor-geral do campus Parauapebas do IFPA, Rubens Chaves Rodrigues, presidiu a abertura oficial da cerimônia de certificação dos alunos e disse que esta formatura é a realização de um grande projeto, já que eles fazem parte da primeira turma do campus.

“É uma sensação de dever cumprido quando devolvemos à comunidade profissionais habilitados, competentes para atuar no mercado de trabalho de maneira eficiente. Com isso, estamos criando um novo tempo para impulsionar ainda mais a qualificação da mão-de-obra local, já que o setor exige uma demanda crescente por profissionais capacitados”, disse Rubens Chaves.

A demanda por profissionais qualificados também abordado pelo prefeito de Parauapebas, Darci Lermen. Para o gestor municipal, “o mercado tem espaço para os melhores profissionais e, sem dúvida alguma, estes novos profissionais estão aptos a ocupar posição de destaque nos empreendimentos locais e contribuir com o crescimento da nossa cidade”, destacou.

Já a diretora de Ensino da instituição, Thabatta Araújo, enfatizou a satisfação que o IFPA tem poder transformar vidas por meio da educação profissional. “Como ex-aluna de uma escola técnica, tive a vida transformada. Eu me vejo um pouco em cada um desses profissionais. Tive formação técnica, abracei meus sonhos e busquei realiza-los. Espero que estes novos profissionais façam o mesmo e continuem a se dedicar”, comentou Thabatta Araújo.

Ao proferir seu discurso, o paraninfo e professor do curso, Daniel Moutinho,  comoveu os formandos e docentes ao contar parte de sua história de desafios que são inerentes a uma turma pioneira. O professor demonstrou um grande afeto por toda essa história e enfatizou a importância desse marco na vida dos formandos.

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