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SAI-NÃO-SAI: Marabá está entre os 90 que mais já desempregaram este ano

Há quatro anos, entra janeiro, sai janeiro, Marabá está na inércia, sem saldo positivo no mercado de trabalho. Agora, com mais 352 trabalhadores desligados, o principal município do sudeste paraense se vê às voltas entre a iminência de grandes projetos à espera de acontecer em suas cercanias (derrocamento de pedral no Rio Tocantins, siderúrgica, duplicação de rodovia); os milhares de postos de empregos projetados para o concretizar de tudo isso; e os impactos socioambientais que o “progresso” causa. Entre a cruz e a espada, a população de Marabá quer apenas trabalho e renda — pouco importa à custa de quê.

O município inaugurou o ano como o 87º pior lugar para encontrar trabalho no Brasil, conforme números do Caged apresentados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Mas não é só isso. Nos últimos 12 meses, a força de trabalho formalmente ocupada em Marabá caiu de 47 mil para 35,7 mil pessoas. É um trágico encolhimento no estoque de trabalhadores que se reflete, imediatamente, em setores como o comércio e serviços, já que quem não trabalha não tem salário para receber no final do mês, logo, não tem o que gastar no comércio — ou gasta o que não tem, dá calote na praça e fica inadimplente, um prejuízo em escala unitária que atinge todos.

Apesar do inferno astral no quesito mercado de trabalho, Marabá vai muito bem, obrigado, no critério balança comercial. É que as empresas exportadoras, com base no município, têm mandado ao exterior cada vez mais produtos da terra, embora precisem cada vez menos dos marabaenses em suas operações. Essa é uma das provas vivas de que homens estão sendo agressivamente substituídos pela tecnologia e pelas máquinas que eles mesmos criaram.

Em janeiro, Marabá exportou 142,7 milhões de dólares em commodities e foi o 21º melhor do país nas transações do Brasil com o exterior. Não bastasse isso, o município ainda agraciou a República com o décimo melhor saldo comercial. Isso mesmo: enquanto há marabaenses desempregados e passando fome, empresas exportadoras extraem produtos do município, vendem-nos lá fora e faturam o suficiente para fazer de Marabá o 10º principal município do país, com lucro de 137,5 milhões de dólares, quantia que jamais será repartida com a camada mais pobre da sociedade. As empresas visam ao lucro; os problemas sociais são imputados às administrações.
É a miséria social de muitos e a fortuna econômica de pouquíssimos num só casamento, e de papel “passé”.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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