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Secretaria de Saúde apresenta situação epidemiológica para leishmaniose

Foto: Portal Pebinha de Açúcar

Levando-se em consideração o elevado número de casos de leishmaniose em humanos no início de 2018, a direção de Vigilância em Saúde, representada pelas coordenações de Vigilância Ambiental e Vigilância Epidemiológica, em parceria com as seguintes secretarias municipais: Urbanismo (SEMURB), Obras (SEMOB), Educação (SEMED), Produção Rural (SEMPROR), Meio Ambiente (SEMMA) e Assessoria de Comunicação (ASCOM), deram início ao Mutirão de Combate à Leishmaniose como medida de controle da doença no município de Parauapebas.

O mutirão teve a contribuição de aproximadamente 150 pessoas, entre elas Agentes de Combate às Endemias (ACE), Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Educação Ambiental, Agentes de Serviços Gerais, médicos veterinários, além de líderes de bairros e Ongs protetoras de animais, desenvolvendo as seguintes ações: Palestras abordando a forma de prevenção à doença e combate ao vetor; Poda de árvores; Limpeza das ruas e recolhimento de entulhos; Avaliação médica veterinária; Testes rápidos caninos; Encaminhamento de material biológico para exames de leishmaniose visceral canina ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) e Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém/PA; Acompanhamento de animais suspeitos de LV canina e aplicação de repelente nos animais.

Conforme Relatório das Ações Realizadas no Mutirão de Combate à Leishmaniose, verificou-se que entre junho a novembro de 2018, foram atendidos 9.250 animais em 29 bairros da zona urbana e 11 bairros da zona rural. “Tanto a Leishmaniose Tegumentar quanto a Leishmaniose Visceral têm tratamento para os humanos. O tratamento é gratuito e está disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), porém, se não for tratada, pode levar o paciente a óbito”, alerta Michele Oliveira, Coordenadora do Departamento de Vigilância em Saúde, dando por certo que as leishmanioses são consideradas primariamente como uma zoonose, podendo acometer o homem quando este entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito. Porém, é uma doença pode levar de dois a três meses para se manifestar após a picada do inseto vetor.
Em geral apresentam-se uma ou mais feridas na pele que não cicatrizam. Existem duas formas da doença: cutânea e mucosa.

Cutânea: O primeiro sinal da forma cutânea costuma ser uma única ou várias lesões, quase sempre indolores na pele. No início assemelham-se à picada de um inseto, aumentando de tamanho e profundidade até virarem feridas normalmente arredondadas. Localizam-se geralmente nas partes expostas à picada do inseto (pernas, braços, mãos, rosto e pescoço).

Mucosa: É mais rara, na maioria das vezes surgindo após a lesão cutânea clássica, e se caracteriza por lesões destrutivas na mucosa das vias aéreas superiores, como nariz, garganta, palatos, lábios, língua, laringe e, mais dificilmente, traqueia e parte superior dos pulmões. Ao exame podem ser observados vermelhidão e ulceração (ferida). Se não tratada, esta forma poderá causar deformações graves no corpo do paciente, tais como perda parcial ou total do nariz, lábios e pálpebras. As principais queixas são: Obstrução nasal, Eliminação de cascas, Sangramento no nariz, Dificuldade de engolir, Dor ao engolir e Rouquidão.

Em Parauapebas, foram confirmados 101 casos de LEISHMANIOSE TEGUMENTAR no ano de 2018, com taxa de incidência de 49,78/100.000 habitantes, apresentando redução pouco significativa comparada ao ano de 2017 (104 casos). Em anos anteriores, verifica-se aumento gradativo de 2013 a 2015, passando de 94 casos (2013) para 151 casos (2015), com incidência de 79,51/100.000 habitantes, a maior registrada no período, conforme mostrado no gráfico 1:

 

Com a situação mostrada no gráfico a doença encontram-se entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo (TDR/WHO). São importantes problemas de saúde pública pela sua magnitude, transcendência e pouca vulnerabilidade às medidas de controle. As transformações no ambiente, provocadas pelo intenso processo migratório, por pressões econômicas ou sociais, o processo de urbanização crescente, o esvaziamento rural, secas periódicas e a exploração mineral – caso de Parauapebas – acarretam a expansão das áreas endêmicas e o aparecimento de novos focos. Este fenômeno leva a uma redução do espaço ecológico da doença, facilitando a ocorrência de epidemias. A Leishmaniose Tegumentar (LT) tem ampla distribuição mundial, enquanto a Leishmaniose Visceral (LV) é endêmica em 76 países. Dos casos de LV registrados na América Latina, 90% ocorrem no Brasil. Este boletim tem como objetivo apresentar a situação epidemiológica das Leishmanioses no município de Parauapebas, realizando análise histórica de 2013 a 2018.

A faixa etária mais acometida está entre 20 e 34 anos, representando 40,59% dos casos, em seguida está a faixa etária de 35 a 49 anos, com 34,65% dos casos em 2018. Em 2017 foi observado o mesmo perfil, com 38,46% dos casos apresentados na faixa etária de 20 a 34 anos, e com 37,50% entre 35 a 49 anos , conforme pode se notar no gráfico 2:

 

Pessoas do sexo masculino são os mais acometidos pela doença com 87,13% dos casos em 2018, em sua maioria representada por trabalhadores que exercem atividades laborais em projetos de exploração mineral na Serra dos Carajás, ou por agricultores. O mesmo perfil foi observado em 2017, onde os homens representam 87,50% dos casos.

Analisando a distribuição espacial dos 101 casos ocorridos em 2018, percebe-se que a Zona Rural e o bairro Cidade Jardim aparecem como o endereço do maior número de casos registrados, com 12,87% cada. Por serem localidades próximas à região de mata, essas áreas são mais suscetíveis à multiplicação do mosquito palha.

A Leishmaniose Visceral, conhecida como CALAZAR, também pontuou no Município, deixando muitas pessoas e o governo em estado de alerta, ao serem confirmados 73 casos só em 2018, com incidência de 35,98 casos/100.000 habitantes, sendo o maior número de casos de LV registrados desde o ano de 2013; tendo como a faixa etária mais acometida crianças de 5 a 9 anos de idade, com 31,51% dos casos. Por apresentarem o sistema imunológico imaturo, as crianças são mais suscetíveis à infecção pelo protozoário. Os homens predominam em 67,12% dos casos.

Dos 73 casos confirmados em 2018, 07 ocorreram no bairro Palmares II, 06 no bairro Da Paz e 06 no bairro Betânia. No mesmo ano, 2 óbitos, por CALAZAR foram confirmados, com taxa de letalidade de 2,74% (2/73). Em 2017 ocorreu 1 óbito com taxa de letalidade de 7,14% (1/14).

“Com base em tais informações, verifica-se que as leishmanioses no município vêm se comportando numa tendência similar à encontrada no restante do país, ocorrendo em ambos os sexos e em todas as faixas etárias”, conclui Michele, apontando como locais de risco as áreas de ocupação próximas às matas, destinação inadequada de lixo, criação indiscriminada de animais e, mais uma vez, a exploração mineral estão entre os diversos fatores que promovem esta elevada incidência de casos de leishmaniose em Parauapebas.

 

Visando reduzir a prevalência das Leishmanioses, a Secretaria Municipal de Saúde está implantando a Unidade de Vigilância em Zoonoses – UVZ, sendo esta vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e responsável pela execução das ações e estratégias referentes a vigilância, prevenção e controle das zoonoses de relevância para a saúde pública previstas nos Planos de Saúde e Programações Anuais de Saúde. É importante ainda que a população siga todas as medidas preventivas, evitando o contato com o inseto transmissor.

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