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Tomate e feijão deixam mais salgada alimentação dos consumidores

Houve um tempo em que comida de pobre era, basicamente: arroz, feijão, farinha, tomate, ovo e algumas verduras.
Porém, essa realidade vem mudando com o passar do tempo e com os efeitos do êxodo rural que fizeram com que a produção do pequeno agricultor praticamente desaparecesse; com isso, ficamos reféns do grande produtor que segue sempre a tendência dos mercados nacional e internacional, produzindo apenas o que é mais conveniente e garante retorno para o capital investido; fazendo com que o consumidor pague alto preço para ter em sua mesa alguns produtos tradicionalmente indispensáveis na mesa.

Nos últimos dias temos vivido isso e vendo alguns alimentos forçar a inflação na cesta básica. Os principais vilões são o feijão e o tomate, que já após sucessivas altas se mantêm, respectivamente, há quase R$ 10 o quilo.

Mas, porque dois produtos que já se viu ser produzidos com tanta abundância em nosso país, agora se tornam tão caros e em determinados dias, até raros?

Em busca de responder esta pergunta procuramos um varejista no ramo de alimentos e variedades. Trata-se de João Trindade, o conhecido João do Verdurão, que há vários anos desenvolve comércio no segmento de supermercado em Parauapebas.

 

Tomate, fruta que compõe a salada

De acordo com o empresário a falta de chuva nos últimos cinco anos na região onde produz os tomates que aqui são comercializados, sendo a região centro oeste, Goiás e Minas Gerais, é a principal causa de inflação na fruta. Ele conta que com isso, as fiscalizações dos órgãos ambientais aumentaram lavrando multas e apreendendo equipamentos de produtores, tornando impossível a produção em larga escala como antes ocorria naquela região. “A produção do tomate depende, indispensavelmente de água, e este lençol foi embora ao longo dos anos de seca; assim, quem produzia tomate veio para a cidade à procura de emprego”, detalha João Trindade, mensurando que só ficou no ramo o médio produtor, e este produz em escala baseada no consumo.

A situação em Goiás, segundo João Trindade, está tão séria que há dias que entra apenas três caminhões carregados de tomates; insuficiente para atender uma demanda tão grande compreendendo todo o Estado de Goiás e ainda estados como, por exemplo, o Tocantins e o Pará, além de deixar o produto mais caro, tendo chegado a custar até R$ 160,00 a caixa de 18 quilos, baixando para R$ 142,00.

Mas, o bom sinal vem do céu, com o inverno prolongado que tem ocorrido em praticamente todo o país; porém, como as chuvas estão “de pancada” não tem beneficiado a plantação, pois, este tipo de chuva prejudica a flora da fruta. Por outro lado, as chuvas alimentam os lençóis e os reservatórios, o que sinaliza aumento na produção no final do período chuvoso, quando o produto deverá sofrer redução no preço. “Mas, até lá ainda pagaremos caro pelo tomate. Porém, a recomendação que dou, mesmo como comerciante, é que as pessoas parem de consumir o produto sempre que ele tiver considerado caro, forçando assim que ele baixe o preço”, recomenda João Trindade, admitindo que ele mesmo não tem coragem de pagar R$ 8,00 em um quilo de tomate para consumir em sua residência. O comerciante mensura ainda que nos 15 anos em que trabalha no ramo varejista, nunca tinha visto o tomate e outros produtos similares como, por exemplo, batata, repolho, cenoura etc. ficarem tão caros.

Feijão, o grão precioso que um dia foi comida de pobre

Companheiro inseparável do arroz, o feijão também tem forçado o aumento nos custos da alimentação dos brasileiros. O motivo é uma conta simples, também explicada por João Trindade à equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar: “Isso acontece desde quando nós dois éramos meninos, se produz muito o preço baixa, se produz pouco o preço sobe”.

O empresário lembra que há três anos o feijão teve um período com preços altos, o que motivou, em sua opinião, que muitos agricultores voltassem a plantar o grão, motivo que fez com ele baixasse, podendo ser comprado no varejo por até R$ 3,00 o quilo.

Outra linha de raciocínio feita pelo empresário varejista é que a soja tem se mantido em preço estável com grande abertura no mercado internacional, sendo 70% vendida antes mesmo de colher; além de dar mais rentabilidade para o produtor em relação ao feijão. Assim, a maioria dos grandes agricultores está preferindo plantar soja, o que justifica a escassez do feijão que, por sua falta, puxa os preços para cima.
Porém uma boa notícia chega para os apreciadores do feijão, os estados do Paraná e Minas Gerais já estão com plantios encaminhados e a partir do mês de junho devemos ter aumento na produção, o que significa, naturalmente, redução nos preços.

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Ei, Psiu! Já viu essas?

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