A mineradora Vale está rindo à toa com a produção de cobre do Salobo, um de seus empreendimentos, localizado no município de Marabá. Devido a um ramp-up da segunda linha da mina, a produção de cobre contido do projeto atingiu 155,4 mil toneladas em 2015, aumento de 58,2% em relação às 98 mil toneladas produzidas em 2014.
Esse recorde consagrou Marabá ao posto de maior produtor nacional – e isolado – da commodity, e o município ultrapassou Canaã dos Carajás, até então líder do segmento.
Canaã, aliás, onde está implantada a mina do Sossego, tem perdido espaço no mercado de cobre – cujo preço, tão quanto o do minério de ferro, vai mal das perdas. É que o projeto de lá encolheu sua produção entre 2014 e 2015, passando de 110 mil toneladas para 104 mil, retração de 5,3%.
De acordo com a Vale, a diminuição da produção no Sossego deve-se a uma “manutenção não programada na seção de britagem e moagem da usina”.
A empresa ainda achou pouco a produção do Salobo, em Marabá, uma vez que redigiu ao mercado que “a produção de cobre esteve abaixo do planejado em 2015 devido a menores teores de minério na mina e menor estabilidade na usina de processamento durante o ano”.
Com sua eficiência a todo vapor, a usina de processamento de Salobo processou minério bruto quase em capacidade máxima no último trimestre do ano passado. E, de Marabá, a Vale quer mais, muito mais: que o projeto aumente sua produção de cobre ainda este semestre, conforme a temporada de chuvas diminua e segmentos da mina com maiores teores de minério sejam alcançados. Conforme o Relatório de Produção da empresa, “espera-se que Salobo alcance sua capacidade máxima de produção no 2S16 [segundo semestre deste ano]”.
SEQUESTRO DE OURO
Além do cobre, Salobo e Sossego renderam à mineradora muito ouro em cima das costas de Canaã e Marabá. O ouro é retirado caladinho pela Vale como subproduto do concentrado de cobre e vendido por meio de contratos de longo prazo.
Do Sossego, em Canaã, a empresa extraiu 80 milhares de onça de ouro em 2015 (foram 78 milhares e onça em 2014), enquanto de Salobo, em Marabá, a produção saltou de 160 para 251 milhares de onças em apenas um ano.
OURILÂNDIA DO NORTE
Também na região de Carajás, a produção da mina de Onça Puma, no município de Ourilândia do Norte, alcançou 24,4 mil toneladas de níquel em ferro-níquel, um recorde para a operação conforme se aproxima de sua capacidade nominal de 25 mil toneladas. A produção anual ficou três mil toneladas acima da de 2014.
Reportagem especial: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar