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Tempo passa, mas Parauapebas continua dependente da mineração e da Vale

Em Parauapebas, passados 32 anos de extração ininterrupta, a Vale ainda contabiliza 2,43 bilhões de toneladas de minério escondidos debaixo da Floresta Nacional de Carajás, quase metade do que há nos blocos C e D do corpo S11, em Canaã, cuja reserva é estimada em 4,24 bilhões de toneladas do melhor minério do mundo. A recuperação média desse minério de pureza sem igual é de 100%, afirma a Vale, que ainda gerencia a Mina do Azul, de manganês, sua primeira operação a dar adeus em Parauapebas, no ano de 2029, de acordo com o relatório da empresa.

No momento, a preocupação dela é em produzir, mais e melhor (com eficiência e corte de custos). Em maio do ano passado, a empresa obteve licença ambiental para ampliar a mina de N5S. Essa licença respalda o processo de crescimento da produção do minério de ferro, especialmente para o plano de produção deste ano.

Do lado de cá, no sopé da Serra dos Carajás, o desemprego arde em chamas, mês a mês, e sequelas sociais graves, como o crescimento da violência, proliferam-se de modo a colocar o município e seu entorno como um dos mais mortais do país – título desonroso que lugar algum quer ter.

A urgência que se deve ter, diante das previsões da Vale, é quanto à diversificação da economia local, para enfrentar o período de queda de receitas (com royalties e impostos) quando a indústria extrativa findar seu ciclo. É preciso se antecipar aos fatos porque, também, a qualquer momento uma mina de Parauapebas pode deixar de ser viável para a Vale e pendurar as chuteiras, com a consequente demissão de trabalhadores, especialmente com a consolidação de S11D após a maturidade da mina em Canaã, cinco anos após sua entrada em operação, por volta de 2022.

O que ela fez no Mato Grosso do Sul, ao escrever “No nosso exame anual mais recente, verificamos que nossas reservas anteriormente informadas em Urucum e Corumbá não são mais economicamente viáveis com base nos preços previstos no longo prazo e consequentemente não estamos mais informando as reservas dessas minas”, pode repetir-se em Parauapebas. É bom ficar esperto.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Vale não tem planos para Parauapebas a não ser ampliar exploração

Funciona mais ou menos assim: o último que sair apague a luz. Quando a empresa lavrar a última “carrada” de minério daqui 18 anos e for embora, deixará um rastro de desemprego sem precedentes. A projeção populacional para a metade da década de 30 deste século visualiza 360 mil habitantes no município de Parauapebas, sendo 350 mil deles na área urbana – um incremento de praticamente 85% à atual população.

Hoje, a mineração realizada pela Vale emprega, com carteira assinada, cerca de 11 mil trabalhadores por aqui, os quais estarão desempregados com a conclusão das operações em Serra 6Norte. Atualmente, de cada dois trabalhadores na indústria extrativa mineral paraense, um está em Parauapebas.

Por outro lado, o número de desempregados vai crescer assustadoramente, e a Vale nada poderá fazer. Ela mesma tem um estudo na gaveta que aponta para a crise que se instalará na economia e nas finanças locais depois que partir. A dependência de Parauapebas à atividade mineral, no fundo, preocupa até a empresa, mas não da forma como preocupará a sociedade.

Hoje, há 13 mil pessoas desempregadas com mais de 18 anos, o equivalente a uma cidade inteira do tamanho de Curionópolis com cidadãos de cara para cima. Entre os adolescentes e jovens, na faixa de 15 a 17 anos, que em 2034 serão adultos em idade economicamente ativa, a taxa de ócio chega a 75,67%.

Apenas de 2015 para 2016, Parauapebas ganhou de presente 6.500 desempregados, um incremento de 100% sobre o que já tinha até o final de 2014.

Em 2013, ano em que o município começou com o maior exército de trabalhadores com carteira assinada de sua história, eram 49.800 – ou seja, eram mais pais de família no batente em Parauapebas que a população inteira de 4.912 municípios brasileiros. Agora, são 41.300 trabalhadores, o que mostra, lamentavelmente, que a força de trabalho está encolhendo, e as razões podem ser diversas, inclusive a impensável – até pouco tempo atrás – hipótese de diminuição da população local, que está indo embora atrás de oportunidades noutros lugares porque aqui se esgotaram.

Enquanto o desemprego avança a passos largos em 2016, a Vale simplesmente não tem linha de investimento para cá, apenas perspectiva de aumentar sua produção – e, por conseguinte, acelerar a exaustão das minas, cuja vida útil pode cair a 2030 com o aumento da lavra. Por aqui, a impressão é a de que se acabou o que era doce, pelo menos em termos de novos projetos ou investimentos com abertura de novas cavas.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Vale reafirma: minério de Parauapebas acaba em menos de 20 anos

Aberto em 1984, o complexo de mineração de Serra Norte, atualmente um conjunto composto por três minas (N4W, N4E e N5), vai esgotar todo o minério de ferro economicamente viável em 2034. A informação foi divulgada pela mineradora Vale por meio de seu “Relatório Anual 2015” entregue ao mercado financeiro na última quinta-feira, dia 31, nos Estados Unidos. É a mais recente produção textual da empresa e a mais aguardada pelos investidores, que agora conhecem, com visão atualizada, todas as operações da mineradora no Brasil e no exterior.

A notícia, que nem mesmo a própria Vale se atreve a divulgar por aqui, por questões estratégicas e para não causar alvoroço nas comunidades onde atua, soa como uma bomba para Parauapebas, município no qual fica a porção de Carajás correspondente à Serra Norte. No vizinho Curionópolis, onde fica a porção de Carajás correspondente à Serra Leste, a Vale diz que haverá minério até 2066, mantido o ritmo atual de produção, de 2 milhões de toneladas por ano (Mtpa), como se deu em 2015.

Já em Canaã dos Carajás, dono da maior fatia de minério de ferro medida, provada e provável, correspondente à Serra Sul, a exaustão é prevista para 2065, desde que o projeto S11D entre em operação ainda este ano e produza 90 Mtpa, conforme anseios da empresa. Isso, também, considerando-se apenas a exploração dos blocos C e D, do corpo mineral S11. Esse corpo, aliás, aglutina ainda blocos A e B, em relação aos quais a Vale não tem planos imediatos.

A multinacional estimou, inicialmente, haver 18 bilhões de toneladas de minério na província de Carajás, a qual se estende por diversos municípios da região, sendo 6 bilhões na Serra Norte e outros 10 bilhões na Serra Sul, além de 2 bilhões de minério de ferro espalhados na Serra Leste e na Serra São Félix, estas duas fora dos domínios da Floresta Nacional de Carajás. As jazidas mineralizadas tiveram sua fase de pesquisa geológica encerradas em 1972, de acordo com a multinacional. Evidentemente, nem todo esse minério é técnica, logística e economicamente viável à exploração.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

PM prende três homens vendendo ingressos falsificados no Estádio Rosenão

No início da noite de sábado (2), a Guarnição-2301, composta pelo Sargento PM R. Matos e Soldado PM Gaia, apresentou na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil em Parauapebas, Lorany Paz Oliveira, 24 anos de idade, Raimundo Davi da Costa Melo, 23, e Paulo Ricardo Almeida Guimarães, 19, presos em flagrante delito nas proximidades da portaria do Estádio Rosenão, no Bairro Liberdade. Eles são acusados de estarem vendendo ingressos falsificados na partida entre Parauapebas e São Raimundo, pelo Campeonato Paraense de Futebol.

De acordo com Danilo de Freitas Vieira, Diretor Financeiro do Parauapebas Futebol Clube (PFC), ao chegar no estádio para abrir a bilheteria e começar as vendas de ingressos, ele foi informado que haviam três rapazes vendendo ingressos, ao saber disso, imediatamente ele acionou a viatura da PM.

“Eu estava chegado naquele momento com os ingressos e não entendi como essas pessoas já estavam vendendo, se somente eu tenho as prerrogativas de confeccionar e carimbar com os carimbos do PFC os ingressos. Sou eu quem mando confeccionar os ingressos e levo pessoalmente ao estádio, abro a bilheteria, e não repasso essas prerrogativas a ninguém para evitar que aconteçam coisas dessa natureza”, ressaltou Danilo Freitas.

Na revista realizada no trio, a Polícia encontrou na mochila de Lorany Paz, um talão com cerca de 100 ingressos não carimbados.

Para a reportagem do Portal Pebinha de Açúcar, Danilo Freitas explicou que os ingressos só passam a ter valores após serem carimbados e assinados por ele com os carimbos do clube, além de sua assinatura.

Confirmada a denúncia, as três pessoas foram presas e apresentadas na Delegacia e procurados pela reportagem, os detidos não quiseram falar sobre o assunto.

Reportagem: Caetano Silva – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

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