Com uma queda gigantesca na procura por táxi desde que o sistema Uber começou a circular na cidade de Parauapebas, os taxistas regulares estão procurando uma forma de parar o serviço que, segundo eles, nada mais é do que o táxi-lotação disfarçado.
A equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar conversou com o presidente da Coopersind, Gildo da Silva Chagas, a entidade representa os taxistas no município. Ele, que acabara de se reunir com a presidente interina da Câmara Municipal de Parauapebas, vereadora Francisca Ciza, com quem buscava apoio para resolver o citado impasse.
Segundo Gildo, trata-se concorrência desleal, já que os taxistas além de pioneiros no serviço, pagam diversas taxas, passam por treinamentos e arcam com diversas despesas para se manter no mercado. “Não é possível operar com o preço que eles praticam. Além de ser inseguro para os usuários que não sabem com quem estão andando ou em que condições está o veículo que não é subordinado pelo departamento de trânsito”, argumenta Gildo, dizendo já ter conversado com o prefeito Darci Lermen, antes mesmo de que o Uber entrasse em operação, e ouvido dele que tomaria as providências cabíveis para coibir tal prática de transporte de passageiros na cidade.
Gildo cita que o valor cobrado pela modalidade de taxi tradicional de Parauapebas ao Aeroporto em Carajás é de R$ 60,00, enquanto que o Uber cobra apenas R$ 30,00, valor qualificado por ele como impraticável.
Só que os usuários do Uber não pensam assim e comemoram a chegada da modalidade em Parauapebas. “A gente que quer ir a uma festa, junta três amigos e anda de boa”, disse Anízio Oliveira, que afirmou já ter pago altas taxas para taxistas nas madrugadas, e imagina que isso é coisa do passado.
Para a dona de casa, Cláudia Lúcia, a opção é boa e já que em várias cidades do país e mundo existem, a novidade é bem vinda. “Sempre há mesmo resistência quando chega alguma novidade para beneficiar o pobre, e é natural que os que se acostumaram a ganhar muito, não gostem. Já usei e aprovei”, recomenda Cláudia.
Quem também esteve reunido com a presidente interina da Câmara de Parauapebas foi o presidente do Sinditataxi, Valmiro Silva Almeida; este também diz ter ido em defesa da categoria que representa e afirma não concordar com a concorrência que chegou. Ele argumenta que as taxas já estão defasadas, o combustível caro e os insumos só sobrecarregando e roubando o lucro dos taxistas, e mais este “ataque aos lucros desestabiliza os muitos pais de família, cerca de 330, que vivem desta profissão. O número de táxis é alto, 200 seria o suficiente para atende a população”, mensura Valmiro.
Sobre a nova modalidade
Uber é uma empresa multinacional norte-americana, prestadora de serviços eletrônicos na área do transporte privado urbano, através de um aplicativo e-hailing que oferece um serviço semelhante ao táxi tradicional, conhecido popularmente como serviços de “carona remunerada”.
Cerca de cinco anos após sua fundação a empresa foi avaliada em 18,2 bilhões de dólares, em junho de 2014, contando com investidores como a Google e Goldman Sachs.
Reportagem: Francesco Costa / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar