Em 2017, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Brasil apresentou 2.506 municípios com movimentação financeira decorrente de indústria extrativa. Desses, 57 estavam no Pará.
Apesar desse pequeno número, os municípios paraenses são, proporcionalmente à quantidade, os mais produtivos da mineração brasileira. Juntos, eles movimentaram, ano passado, R$ 36,7 bilhões em operações minerais, o que dá a impressionante média de R$ 760 milhões por município — evidentemente, uns produzem bilhões e outros sequer mil reais. A título de comparação, Minas Gerais, com 476 municípios mineradores ativos, operou R$ 43,32 bilhões, o que rende R$ 91 milhões por município.
Considerando-se esses números, a Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem) produziu uma tabela com as 20 maiores potências minerais do país em 2017, entre as quais constam seis nomes paraenses. Esses 20 municípios geraram a fortuna de R$ 1,29 bilhão em royalties de mineração, que foram parar na conta da União, de governos estaduais e, principalmente, das prefeituras deles.
Em primeiríssimo lugar, e sem tempo previsto para ceder espaço, está Parauapebas, que concentra minas de ferro na Serra Norte de Carajás e a mina de manganês do Azul. Se, por um lado, é o município que mais produz minérios, vem sendo, por outro, o que mais demite engenheiros de minas e outros trabalhadores da mineração.
Na terceira colocação aparece Marabá, sede do curso de Engenharia de Minas pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e que se destaca com minas de cobre, do projeto Salobo, e de manganês, da Buritirama. Entre 2012 e 2016, Marabá liderou o crescimento nacional na indústria extrativa exatamente por conta da operação e da expansão de Salobo.
Canaã dos Carajás, com seus projetos de ferro em S11D, na Serra Sul, e de cobre, em Sossego, ocupa a honrada sexta colocação e com a perspectiva de encostar em Parauapebas à medida que o S11D for aumentando a produção, escalonada e prevista para atingir carga máxima em 2020. Ano passado, Canaã foi o município que apresentou, de longe, o maior crescimento na indústria mineral do país, ajudando a incrementar a balança comercial brasileira em mais de 1 bilhão de dólares.
Em 14º lugar, Paragominas se destaca com a produção de minério de alumínio efetuada pela empresa que toma emprestado o nome do município. Logo atrás, na 16ª colocação, vem Itaituba, o município brasileiro com o maior número de processos junto à ANM para explorar ouro, produto que a coloca no topo e faz empresas como FD Gold e Serabi olharem com muito carinho para as terras tapajônicas.
Também marca presença no ranking das 20 maiores potências o município de Curionópolis, ex-cenário do eterno garimpo de Serra Pelada. Atualmente, com uma poderosa indústria mineral formal, ele produz minério de ferro por meio da Serra Leste e cobre por meio da mina Antas, da multinacional Avanco.
Reportagem: Assopem