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Pane em elevador do Hospital Geral de Parauapebas gera confusão e medo

Mais uma vez o Hospital Geral de Parauapebas virou notícia principal nos veículos de comunicação do município. Concluído para ser inaugurado na data limite da vedação do período eleitoral, o HGP já viu teto desabar, inundação no saguão e, neste domingo (16), sua recente história ganhou mais um capítulo: Uma paciente juntamente com um motorista e dois profissionais de saúde ficaram presos entre o primeiro e segundo andar do prédio por conta de uma pane em um dos elevadores e além de confusão, o medo imperou no local.

Paciente, motorista, acompanhante e profissionais de saúde entraram em um dos elevadores do Hospital Geral de Parauapebas na manhã do último domingo (16), e devido à pane que afetou o equipamento, o mesmo travou e de acordo com informações obtidas pela equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar, eles só conseguiram sair de lá após aproximadamente 40 minutos com o auxílio de homens do Corpo de Bombeiros.

Antes da chegada dos Bombeiros, um funcionário da unidade de saúde por não ter experiência e também por estar desesperado para ajudar as pessoas que ficaram pressas no elevador, forçou uma das portas e acabou danificando o equipamento. O ato não era necessário, afinal, todos os elevadores contam cum uma chave que destrava a porta que dá acesso aos cabos do equipamento.

Apesar de um dos funcionários da empresa que administra o HGP ter tentado impedir que algumas pessoas filmassem o incidente, em poucos minutos o caso ganhou as redes sociais relatado pelos próprios servidores do Hospital Geral de Parauapebas, que criticaram a estrutura do local.

Boataria

Durante todo o domingo (16), informações falsas circularam pelas redes sociais dando conta que um dos elevadores do Hospital Geral de Parauapebas havia desabado e que pessoas teriam morrido no suposto acidente, porém, a verdade é que não houveram mortes e felizmente nenhuma pessoa se quer chegou a se machucar.

Outro lado

Em nota, a Prefeitura Municipal de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), emitiu o seguinte comunicado: “Com relação ao problema técnico ocorrido neste domingo (16) em um dos elevadores do Hospital Geral de Parauapebas (HGP), a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) esclarece que:
Ao contrário do que foi divulgado em algumas redes sociais, não houve desabamento, o elevador apenas travou em função de um problema técnico, já resolvido. Em cerca de 20 minutos as pessoas que estavam dentro foram retiradas, ninguém se machucou. A Semsa repudia esse repasse de informações inverídicas e reforça que toda a estrutura do hospital é licenciada, por tanto, foi avaliada por técnicos dos órgãos competentes e conta com as condições adequadas para realizar os atendimentos aos pacientes”.

Pará é o 3º Estado a receber mais vagas para cursos profissionais do Pronatec

A parceria inédita entre Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet) e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços está ofertando o maior número de vagas que o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec Setor Produtivo) já concedeu para o Estado do Pará. Ao todo, são 3,5 mil vagas para 71 tipos de cursos de formação inicial e continuada direcionadas para aumentar os índices de empregabilidade no Pará.

O levantamento das demandas por cursos foi feito pela Sectet, por meio da Diretoria de Educação Técnica e Tecnológica, junto a empresas e indústrias de diversos segmentos situadas nos municípios de Acará, Altamira, Barcarena, Belém, Benevides, Bonito, Canaã dos Carajás, Castanhal, Oriximiná, Paragominas, Parauapebas, Tomé Açu, Tucuruí e Ulianópolis.

Os cursos são variados e destinados a atender diferentes demandas ligados aos seguintes eixos tecnológicos: controle e processos industriais; infraestrutura; produção alimentícia; produção industrial; recursos naturais; gestão e negócios. Entre as capacitações, as mais solicitadas são para formação de soldador, mecânico de maquinários, eletricista, operador de máquinas, mas há demanda para magarefe (trabalhador de frigorífico), desenhista industrial, cozinheiro industrial, pedreiro, entre outros.

A secretaria está articulando a oferta dos cursos com as unidades de ensino credenciadas (Senac, Senai, institutos federais e escolas tecnológicas estaduais), de modo que elas cadastrem as propostas de curso no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec). Após essa etapa, será possível estimular a efetivação das vagas, por meio do incentivo a matrícula e permanência dos alunos.

“A ideia é articular atores públicos e privados para que a educação profissional no Estado tenha conteúdos alinhados aos reais interesses do setor produtivo local e, assim, possa haver a criação de novas oportunidades de emprego no estado do Pará e reposicionamento profissional no mercado de trabalho dos alunos capacitados”, acredita o titular da Sectet, Alex Fiúza de Mello.

A falta de qualificação profissional contribui para a baixa competitividade das empresas e eleva os índices de desemprego. Por isso, o resultado é comemorado pelas instituições participantes. “Com o apoio da Sectet e de outros órgãos parceiros, o ministério conseguiu ocupar um espaço considerável no Pronatec, tornando-se o maior demandante de vagas, dentre todos os Ministérios. O sucesso dessas ofertas, a boa execução dos cursos e um baixo índice de evasão serão fundamentais para continuarmos como o principal demandante do programa”, destaca o Coordenador do Pronatec Setor Produtivo no ministério, Luís Gustavo Montes.

O Pronatec Brasil Maior é um programa de formação e qualificação profissional do Governo Federal, cuja principal missão é a solução dos gargalos de recursos humanos em setores estratégicos da economia nacional identificados pelo Plano Brasil Maior. Tanto a requalificação de trabalhadores em atividade, quanto a formação de trabalhadores para ocupação de novas vagas são possíveis.

No Pará, a Sectet vem atuando na coordenação do programa, fazendo desde o levantamento de demandas junto a empresas até a articulação com as instituições ofertantes. Do ano passado até hoje, já foram ofertados no Estado 57 cursos, beneficiando 2700 alunos, em 12 municípios paraenses. Devido ao aumento no número de vagas, esse número deverá ser ainda maior em 2017. A expectativa é que as inscrições para os cursos de capacitação sejam abertas ainda este mês de outubro.

Reportagem: Ana Carolina Pimenta / Agência Pará

Fest Fantasy Parauapebas é realizada com sucesso e já deixa saudades

Sabe aquelas festas que iniciam pela noite, terminam ao amanhecer, porém, foram tão legais que deixaram saudades? Pois é, assim se resume a primeira edição da Fest Fantasy Parauapebas que foi realizada no último sábado (15) e só se encerrou por volta das 06h00 de domingo (16).

A Fest Fantasy Parauapebas foi uma festa divertida e alegre idealizada por Ricardo Santos Cani com apoio de Claudeir Almeida (Branko) e Jansen Sousa.

Com intuído de trazer uma nova opção de diversão para as noites parauapebenses, a Fest Fantasy contou com atrações de outras cidades, além de efeitos e show pirotécnico. A animação ficou por conta do DJ Marcelo Sarat (Parauapebas), cantor Diogo Braga (Parauapebas), Banda The Morô (Belém) e DJ Miguel Ângelo (Marabá).

Na oportunidade, a Banda The Morô fez um show único tocando todos os ritmos, transformando o Espaço Antúrius Eventos em um verdadeiro carnaval fora de época.

A edição 2016 da Fest Fantasy Parauapebas com certeza irá ficar marcada e para o ano que vem, os organizadores prometem fazer uma edição ainda melhor.

Alegria original. Essa é a marca registrada que os eventos “By Cani” querem criar na cidade.

Destaque na festa

A Fest Fantasy Parauapebas com certeza já deixa saudades, tendo em vista que a festa, de acordo com os participantes foi ótima. Quem foi ao local com certeza se divertiu muito com as atrações musicais e também com os variados estilos de fantasias que contaram com muita criatividade por conta dos usuários.

Um dos destaques da festa foi a jovem Kátya Yara, que se transformou literalmente em Alerquina (personagem feminina da antiga commedia dell’arte cujo papel corresponde ao do arlequim) e foi a grande vencedora do prêmio de melhor Cosplay.
Kátya teve tanto que ‘viver’ a personagem, que inclusive descoloriu seus cabelos e ficou bastante parecida com a Alerquina.

O Portal Pebinha de Açúcar esteve fazendo a cobertura completa da Fest Fantasy Parauapebas 2016 e registrou os melhores momentos, veja as fotos:

Unidades de Saúde e atendimento de urgência sofrem mudanças nos horários de atendimento

A Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) e Gabinete do Executivo, comunica que a partir desta segunda-feira (17), haverá alteração no horário de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

As seguintes UBS funcionarão em horário corrido, iniciando às 7 horas e encerrando o atendimento às 13 horas: Centro de Saúde Altamira; Centro de Saúde Cidade-Nova; Centro de Saúde Rio Verde; Centro de Saúde Guanabara; UBS Tropical e Cedere I.

As demais UBS, que funcionam como Estratégia de Saúde da Família, funcionarão no horário normal, oito horas por dia, porém, terá alterações nos horários de atendimento de alguns serviços, como sala de vacinas e de curativos, que funcionarão entre 7 e 13 horas também. As UBS que continuarão abertas em horário normal são: Liberdade I; Liberdade II; Casas Populares II; da Paz; Fortaleza; Jardim Canadá; Palmares I; Palmares II; Minérios.

As equipes das unidades de saúde estão se ajustando para minimizar os impactos com relação à capacidade de atendimento a partir desse novo horário.

Atendimento de Urgência e Emergência

Com relação ao atendimento de urgência e emergência, a partir de segunda-feira (24), serão realizados exclusivamente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com exceção dos casos de traumas, que serão conduzidos diretamente para o Pronto Socorro de Trauma do Hospital Geral de Parauapebas (HGP).

O espaço em que funciona atualmente o Pronto Socorro Municipal será destinado para o a área administrativa da Semsa, que atualmente funciona em prédio alugado.

O direcionamento dos casos de urgência e emergência exclusivamente para UPA foi realizado visando principalmente à qualidade no atendimento aos pacientes, já que a estrutura desta unidade de saúde oferece melhores condições para o atendimento humanizado e as equipes são treinadas e mais bem preparadas para cuidar de casos de urgência e emergência, por esse motivo, as Upas são referência nesse tipo de atendimento em todo o país.

Todas essas medidas também foram tomadas em função de redução de custos, necessária por conta na queda na receita do município.

Ex-prefeito de Curionópolis terá de devolver R$ 6,5 milhões ao município

As contas de Gestão do ex-prefeito de Curionópolis, Sebastião Curió Rodrigues de Moura, receberam do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará (TCM-PA) parecer prévio contrário a aprovação pela Câmara daquele Município, devido a um grande número de irregularidades. Como ele não apresentou defesa, foi julgado à revelia e teve lançado na conta Agente Ordenador (despesas não comprovadas) o valor de R$ 6.548.274,57, que terá de devolver aos cofres do Município. Pelas irregularidades detectadas, Sebastião Curió recebeu multas do TCM-PA, que totalizam R$ 35 mil, e que deverão ser recolhidas ao FUMREAP (Fundo de Modernização, Reaparelhamento e Aperfeiçoamento do TCM-PA), no prazo de 30 dias.

A gestão de Sebastião Curió ocorreu no período de 01/01 a 30/06/2008, sendo que ele não prestou contas ao Tribunal, uma grave afronta à Constituição. Ele não enviou os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO’s) dos 1°, 2° e 3° bimestres, assim como o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 1° semestre. Por não ter prestado contas, teve lançada à conta Agente Ordenador, o valor de R$ 6.548.274,57.

Segundo o relator do processo, conselheiro Cezar Colares, o cálculo para se chegar ao valor de R$ 6.548.274,57 é obtido a partir da comparação entre o valor levantado pelo TCM, relativo à receita arrecadada e a demonstrada na prestação de contas, somada ao saldo proveniente do exercício anterior (2007) e os valores repassados aos Fundos e Poder Legislativo naquele período, conforme prestações de contas encaminhadas.

OUTRO ORDENADOR

Por outro lado, no período de 01/07 a 31/12/2008 as despesas da Prefeitura de Curionópolis foram ordenadas por Cassiano Bezerra Viana, que apresentou defesa em relação à realização de despesa maior que a receita e por não ter enviado o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do 5º bimestre. Ele teve as contas de Gestão aprovadas com ressalvas, e foi multado em R$ 3 mil, que serão recolhidos ao FUNREAP.

CONTAS DE GOVERNO

O TCM-PA apreciou também as contas de Governo de 2008 dos ex-prefeitos Sebastião Curió e Cassiano Bezerra Viana e deu parecer prévio recomendando que a Câmara de Curionópolis não aprove as referidas contas, por conterem graves irregularidades. Os dois foram julgados à revelia.

O ordenador de despesas Sebastião Curió cometeu as seguintes irregularidades: não encaminhou o Plano Plurianual para vigorar no período de 2006-2009; não enviou a Lei Orçamentária Anual; não prestou contas ao TCM-PA: descumpriu o art. 212 da Constituição Federal, sendo aplicado o percentual de apenas 3,91% (o mínimo é de 25%) dos recursos próprios na Educação; não prestou contas dos valores aplicados no FUNDEB; e descumpriu o art. 77, III do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, sendo aplicado o percentual de apenas 8,04% (o previsto é 15%) dos recursos próprios da receita de impostos e transferências.

Já o ordenador Cassiano Bezerra Viana também descumpriu o art. 212 da Constituição Federal, sendo aplicado o percentual de 3,91% dos recursos próprios na Educação; não prestou contas dos valores aplicados no FUNDEB; e descumpriu o art. 77, III do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, sendo aplicado o percentual de 8,04% dos recursos próprios da receita de impostos e transferências.

O Ministério Público de Contas dos Municípios do Pará (MPCM) acompanhou os posicionamentos do TCM-PA. Cópias dos autos serão encaminhadas ao Ministério Público Estadual, para as providências que julgar cabíveis. As decisões foram tomadas em sessão plenária realizada na última quinta-feira (13/10). A íntegra dos resultados dos julgamentos está disponível no ícone Pauta Eletrônica, neste site. O TCM-PA realiza sessões ordinárias, abertas ao público, nos dias de terça e quinta-feira.

Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada tenta se reorganizar

O presidente da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), Edinaldo de Aguiar Soares, divulgou as ações dele frente à cooperativa nos últimos dois anos, quando tomou posse. Após um período turbulento dentro da entidade, inclusive com bloqueio judicial de valores que devem ser repassados aos cooperados, o presidente diz que está lutando para legalizar novamente a cooperativa e retornar ao trabalho na área que é de direito dos cooperados em Serra Pelada, município de Curionópolis.

Primeiramente, afirma, uma das principais frentes de batalha tem sido organizar e moralizar a entidade. “Até a nossa chegada, era uma casa de terror e a primeira coisa a se fazer é organizar. Por exemplo, encontramos ela não mais legalizada junto à Organização Brasileira de Cooperativas (OCB), mas hoje está legalizada”, comenta.  Ele diz, ainda, que em decorrência da má gestão passada, foram movidas diversas ações trabalhistas contra a entidade, por pessoas que prestavam serviços na sede, incluindo diretores.

“Nós, através dos nossos advogados, conseguimos salvar já aproximadamente R$ 19 milhões de um prejuízo que os associados teriam em relação a dívidas trabalhistas”, afirmou, acrescentando que já foram realizados vários acordos com ex-funcionários e outros processos estão em andamento. O presidente afirma que a Coomigasp também já conseguiu organizar a documentação necessária para lidar com o material secundário – a montoeira gerada a partir da atividade de garimpagem – existente no terreno explorado.Edinaldo de Aguiar Soares – Presidente da entidade, Edinaldo Soares, destaca mudanças nos últimos dois anos

“Foi uma batalha que deu certo, conseguimos organizar uma vez que há portaria garantindo que o material secundário fosse nosso, mas não tínhamos licenças para trabalhar esse material”.

Ele diz que a cooperativa já conseguiu as licenças necessárias. “Estamos documentados na área e contratamos uma empresa que já está implantando o projeto, na fase inicial, para trabalhar o secundário”. Aguiar explica que a usina que irá beneficiar o material deverá começar a ser montada até dezembro.

“Nesse período estamos em estudo, fazendo levantamento ambiental, barragem de contenção de rejeito, barragem de água, onde colocar o rejeito, como trabalhar o material, já pedimos exames a laboratório, entre outras ações”. A montoeira, explica, se divide em dois processos, o rejeito úmido – a lama da cava – e o seco, que está no local chamado de Área da Castanheira.

Aguiar destaca também que muito dinheiro que desaparecia dos cofres da cooperativa era justificado como gasto para realização de assembleia que, atualmente, diz serem feitas com valores entre R$ 12 mil e R$ 14 mil. “Tem a mesma eficácia e antes eram gastos milhares de reais. Estavam roubando e diziam que estavam gastando com a sociedade”. O quadro de funcionários anterior, afirma, possuía ao menos 80 funcionários que, descobriu-se, eram fantasmas. “Hoje estamos com 16 funcionários. A folha de pagamento anterior, que era de mais de R$ 200 mil, hoje é de R$ 35 mil”.

Há dois anos a Coomigasp sequer possuía uma sede. “A maior cooperativa em número de associados, que são donos da maior mina de ouro a céu aberto do mundo e que nas décadas de 80 e 90 colocaram no Banco Central 42 toneladas de ouro, chegou a esse momento, dois anos atrás, de não ter mais prédio para funcionar e vivia perambulando de aluguel em aluguel”. Hoje, diz, a Coomigasp possui prédio próprio situado no Distrito de Serra Pelada. “Trouxemos ela de volta ao local de origem como determina o Estatuto”.

De acordo com o presidente, a direção está realizando a revisão no quadro social – com 40 mil associados. “É um quadro bagunçado, cheio de vícios, contendo pessoas que não são associadas. Se um cidadão que tem direitos chegava a falecer, por exemplo, as diretorias anteriores passavam a documentação dele para terceiros e não para os familiares que são as pessoas que possuem o direito”. Conforme Aguiar, estão sendo confeccionadas também novas carteiras aos associados.

“Há um grande trabalho a ser feito, mas o que fizemos já está repercutindo positivamente para o cenário externo, que é ter credibilidade para colocar uma empresa para trabalhar lá e junto ao Tribunal Regional Federal, onde tramita uma ação que está bloqueando uma conta em torno de R$ 600 milhões. A Justiça espera apenas a cooperativa ter credibilidade para poder entregar o dinheiro que é do minerador”. O valor deverá ser dividido entre os cooperados quando for desbloqueado. O processo, de acordo com ele, estava parado, mas teve avanços nos dois últimos anos.

Legitimação

Por fim, a nova direção está pedindo junto à Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) o reconhecimento da área demarcada aos garimpeiros, que soma 1.089 hectares. “Em 1983 essa área foi demarcada e entregue por lei. Pegamos todos estes documentos, as coordenadas geográficas, e protocolamos um pedido de reconhecimento da área. Esse processo requer o reconhecimento do que é nosso até porque, para entregarmos para uma empresa trabalhar, precisamos saber qual é a nossa área, já que há áreas que pertencem à empresa privada e outras à cooperativa. Queremos saber o que é da Coomigasp”, frisou.

Aguiar foi o primeiro morador do Distrito de Serra Pelada eleito para a presidência da Coomigasp. “Estamos de portas abertas para os garimpeiros e para quem quiser visitar a área atualmente e analisar o que estamos fazendo”, finalizou.

O presidente estava acompanhado de Sezostrys Alves da Costa, que é filho e sobrinho de garimpeiros associados. Ele afirma que o trabalho que está sendo feito está, de fato, resgatando a credibilidade da entidade. “Havia muita promessa da cooperativa, mas nada aconteceu. Houve grandes empreendimentos e isso frustrou muita gente. Muitas pessoas ficaram desacreditadas, mas o trabalho feito atualmente está resgatando essa credibilidade e creio que isso deve acabar resolvendo o problema junto à Justiça Federal. Conseguindo restabelecer esse recurso junto ao garimpeiro isso vai dar uma respirada nessa expectativa gerada”.

Reportagem: Luciana Marschall / Grupo Correio de Comunicação

Índios Xikrin acusam Vale de contaminar Rio Cateté

Os índios Xikrin do Cateté denunciam que estão sendo aniquilados aos poucos pela mineradora Vale. Em denúncia, feita com exclusividade aos veículos do Grupo CORRREIO de Comunicação, os representantes das aldeias Ôôdja, Cateté e Djudjê-Kô, que compõe a reserva, localizada na região oeste da Floresta Nacional de Carajás, distante cerca de 400 quilômetros de Parauapebas, afirmam que a atividade mineral da empresa contaminou o Rio Cateté, principal curso d’água das aldeias, o que tem causado diversos danos à saúde deles.

Eles denunciam ainda que a Vale, mesmo já tendo sido condenada a pagar mensalmente R$ 1 milhão a cada aldeia, pelas compensações pelo projeto Onça Puma, se nega a pagar, vindo recorrendo da sentença há mais de ano. Em setembro passado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região ordenou que a empresa deposite mensalmente R$ 3 milhões para as três aldeias.

De acordo com a decisão do desembargador Antonio Souza Prudente, a Vale tem que depositar mensalmente esse valor, que deverá ser repassados até que a mineradora cumpra as obrigações de compensações ambientais relativas ao empreendimento, que aliás, nunca foram efetivadas. A decisão atende pedido das associações indígenas Xikrin e teve parecer favorável do Ministério Público Federal.

Aldeias sitiadas

Segundo os índios, as três aldeias Xikrin da região do Cateté, entre as cidades de Ourilândia do Norte, Parauapebas e São Félix do Xingu, foram cercadas por quase todos os lados por projetos minerais da Vale. Ao menos sete deles estão fincados dentro das reservas, como o S11D, Sossego, Salobo e Onça Puma.

O projeto de extração e beneficiamento de níquel, em sete anos de atividade, segundo o cacique Karangré Xikrin, contaminou com os resíduos de metais o Rio Cateté, causando, segundo ele, a morte lenta do seu povo, cuja população atual está estimada em 1.600 pessoas.

Luta

Iran Xikrin lembra que desde que era pequeno seu povo vem lutando com a Vale para receber o que tem de direito pelos danos que a mineradora causou e está causando a sua reserva. Ele diz que sua aldeia, a Djudjê-Kô, é uma das mais afetadas pela contaminação, porque está bem próxima do projeto Onça Puma. “Vou lutar, para que meus netos possam viver com mais dignidade”, afirma.

Assim como eles, os guerreiros Bepdjô Xikrin, Oukrai Xikrin e Pirenhoro Xikrin relatam as dificuldades vividas nas aldeias, como as péssimas condições das estradas de acesso e que interligam as comunidades, moradia e transporte.  Segundo o cacique Karangré, os estudos feitos pela Universidade Federal do Pará e Instituto Federal do Pará apontam o alto grau de contaminação do rio.

“Como vamos proibir nosso povo de usar o rio, se é nossa cultura tomar banho no rio, pescar e fazer outras atividades inerentes aos nossos hábitos. A Vale se acha muito poderosa, mas não temos medo dela e vamos seguir buscando os nosso direitos ou então ela que saia da nossa terra”, avisa.

Vale rebate acusações

Em nota enviada ao CORREIO ainda na noite desta sexta (14), a Vale diz que Há anos vem tentando executar as ações do Plano Básico Ambiental (PBA) no interior da Terra Indígena Xikrin do Cateté, mas  enfrenta uma resistência injustificada por parte dos indígenas, que mantêm a negativa de acesso da empresa, mesmo após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para execução das ações ambientais. Segundo a empresa, já foram apresentou estudos técnicos demonstrando que as atividades em Onça Puma não geram poluição do Rio Cateté.

A Vale informa, ainda, que obteve decisão no  Supremo Tribunal Federal (STF) suspendendo os repasse de valores aos Xikrin ( incluindo os R$ 3 Milhões), e reitera que continua aguardando a autorização dos Xikrin para acessar a Terra Indígena, a fim de  implantar as ações definidas no PBA  já aprovado pela Funai, bem como a indicação de técnico pelo MPF para acompanhamento do monitoramento da água do rio Cateté.

Reportagem: Tina Santos

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