A Prefeitura Municipal de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb), iniciou nesta semana o recolhimento de animais, principalmente cavalos e cachorros que perambulam por várias ruas e bairros do município.
Não é de hoje que Parauapebas se transformou em um verdadeiro “curral” e “canil”, sendo que dezenas de animais são vistos diariamente pelas ruas da cidade, causando transtornos ao trânsito, insegurança e podendo inclusive transmitir várias doenças infectocontagiosas, como as Zoonoses.
Pensando em dar um basta nesse problema que há vários anos vem tirando o sossego de muitos populares, fiscais da Secretaria de Urbanismo estão indo para as ruas e recolhendo animais que estão sendo criados perambulando em vários bairros, ruas e avenidas.
Depois de recolhidos em um veículo adaptado para o transporte de animais, eles são levados para uma área disponibilizada pela prefeitura e devem passar por tratamento, caso estejam com doenças.
Parauapebas ainda não conta com um Centro de Tratamento e Controle de Zoonoses, o que dificulta os trabalhos dos fiscais de urbanismo, e enquanto o centro não é construído, a Secretaria de Urbanismo terá dificuldades em guardar estes animais em um local seguro.
Conheça várias doenças que podem ser transmitidas por cavalos que perambulam pelas ruas:
– ACTINOBACILOSE: Actinobacillus é transmitido por contato ou mordida. Presente na microbiota da orofaringe, provoca abcessos nas mãos e braços. Pode levar à septicemia. Tratamento local ou sistêmico com antibioticoterapia.
– ENCEFALOMIELITE EQUINA: Alphavirus é transmitido por meio de picada de mosquitos contaminados. Equinos devem ser anualmente vacinados. Após incubação de 2-3 dias, provoca infecção do sistema nervoso, com sinais respiratórios, dores fortes na cabeça. fotofobia, mialgia, febre alta e prostração. Vômitos são frequentes. Tratamento somente com terapia de suporte.
– ANTRAX: Contaminação por meio do solo, fluidos corpóreos, fezes, urina, pele e esporos de Bacillus anthracis. O local contaminado na pele do humano desenvolve pápulas inicialmente, as quais evoluem para pústulas enegrecidas e edematosas, associadas a lanfadenite e linfangite. Pode causar febre, vômito e hipotensão. O tratamento é realizado com antibióticos.
– INFLUENZA A: O virus da influenza é transmitido aos humanos por aerosol e descargas nasais. Podem causar febre e sinais respiratórios, com risco de facilitar as infecções bacterianas oportunistas. O tratamento consiste na terapia de suporte.
– LEPTOSPIROSE: A Leptospira interrogans é transmitida ao humano principalmente pelo contato com a urina. Provoca febre alta, dores de cabeça, sinais de irritação das meninges, tosse seca, dores musculares, hemorragias e conjuntivite. Observa-se também dores abdominais, perda de apetite, nausea, vômitos e diarréia. O tratamento é realizado com antibioticoterapia.
– FEBRE MACULOSA: A Ricketsia rickettsii é transmitida pela picada de carrapato aos humanos (micuim, carrapato-estrela). Provoca febre alta, dores de cabeça, dores musculares, manchas vermelhas pelo corpo. O tratamento é realizado com antibioticoterapia.
– DOENÇA DE LYME: A Borrelia burgdorferi é transmitida pela picada do carrapato. Sua forma inicial é bastante leve, muitas vezes passando despercebida. O sinal mais importante é a formação de uma mancha vermelha característica na pele logo após a picada. Pode-se observar febre e linfadenopatia. As fases crônicas da doença podem ser acompanhadas de artrites, tendinites, cardiopatias ou neuropatias. O tratamento em qualquer uma das fases é realizado com antibioticoterapia.
– RAIVA: O virus é transmitido pela saliva ou sangue do animal infectado. O humano infectado apresenta febre, dores de cabeça, paralisia, fúria. Não há tratamento eficaz. A vacinação anual dos animais é obrigatória.
– SALMONELOSE: A Salmonella enterica é transmitida aos humanos por meio do contato com as fezes dos equinos. Os sinais clínicos são náusea, vômito, diarréia, desidratação, febre, podendo os sintomas durarem até 7 dias. Tratamento somente de suporte.
– SARNA: O artrópode Sarcoptes scabiei é transmitido aos humanos por contato com a pele infectada. A lesão possui coceira intensa, vesículas papulares avermelhadas com erupção. Caso não haja nova infecção, ela é autolimitante, porque o parasita não consegue completar seu ciclo de vida nos humanos. Reinfecções porém podem causar inflamação cutânea e hiperqueratose.
– VERMINOSES: Podem seu causadas por Trichinella spirallis por contato com as fezes contaminadas. É muito importante realizar a vermifugação dos equinos a cada 4 meses. A infestação causa dores abdominais, diarréia, náusea, febre, dores musculares. Podem haver complicações neurológicas. O tratamento é realizado com vermifugação e corticosteróides.
– ESTOMATITE VESICULAR: É causada por pela transmissão do Vesiculovirus por meio do mosquito Phlebotomus (mosquito-palha, o mesmo que transmite a leishmaniose). O humano infectado apresenta fortes dores de cabeça e musculares, dores nas articulações, olhos e náusea. Ocorre a formação de vesículas na mucosa oral. Não há terapia específica, o tratamento é sintomático.
Reportagem: Bariloche Silva – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar
Foto: Divulgação / Semurb