Após a conclusão da primeira fase operação denominada “Teia de Penélope”, desencadeada pelo Ministério Público Estadual do Pará (MPPA), o Promotor de Justiça, Hélio Rubens Pinto, um dos responsáveis pela operação, afirmou em entrevista que o vereador Maridé Gomes (PSC) foi afastado porque ele seria o responsável por articular o esquema de corrupção na Câmara Municipal de Parauapebas entre os vereadores e o empresário Hamilton Ribeiro, este último preso na manhã desta quinta-feira (20) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
De acordo com o Ministério Público Maridé aparece em vídeos recebendo dinheiro dentro de um veículo no estacionamento da Câmara de Parauapebas e durante a gravação, o parlamentar chegou a dizer que iria conversar com outros parlamentares para que os demais também participem do esquema.
Maridé Gomes foi reeleito nas últimas eleições com 1.579 votos, ele está afastado por meio de liminar em relação ao atual mandato e o MP estudará a possibilidade de pedir o afastamento também para o próximo mandato que começa em janeiro de 2017.
Durante a entrevista cedida à equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar, o Promotor informou ainda que o empresário Hamilton Ribeiro está sendo levado pela Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará) para um presídio em Belém. Já seu sobrinho, Pedro Ribeiro, que aparece nos vídeos entregando quantias aos parlamentares, é considerado foragido, sendo que consta um mandado de prisão contra ele, porém o mesmo não foi encontrado pelo Gaeco.
Em relação aos demais parlamentares, Bruno Soares (PSD) e Charles Borges (PROS), que também aparecem recebendo dinheiro em vídeo, estão sendo investigados.
Um dos destinos da operação “Teia de Penélope” foi a empresa “Integral”, cujo proprietário é o atual prefeito de Parauapebas, Valmir Mariano (PSD), que segundo o Ministério Público, teria se beneficiado com o esquema de corrupção. A investigação teria mostrado que existe uma teia, onde a Prefeitura de Parauapebas contrata as empresas de Hamilton Ribeiro e os vereadores dão o apoio político para o sucesso dos contratos com o recebimento do que o Ministério Público chamou de “mensalinho”, pois o dinheiro estaria sendo distribuído mensalmente após os parlamentares tomarem posse na Câmara Municipal.
Para a Promotoria de Justiça, a operação ainda poderá ter mais desdobramentos em função de mais vídeos que poderiam vir à tona e flagrar mais atos ilícitos na Câmara Municipal de Parauapebas.
Reportagem: Jéssica Diniz – Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar