Ainda neste semestre, o Distrito Industrial de Parauapebas (DIP) vai começar a receber toda infraestrutura necessária para o seu pleno funcionamento, o que vai atrair para o município dezenas de empresas. É mais emprego e renda para Parauapebas, com a prefeitura agora mirando novas matrizes econômicas para que o município decrete sua independência do setor mineral.
Atualmente, sete empresas de médio e grande porte estão instaladas no DIP – entre as quais uma é multinacional – e outras duas estão se instalando, assim como uma empresa de terraplenagem. Todas estão ali porque apostam no potencial do município e que, para funcionar, compraram geradores de energia que custam mais de R$ 100 mil e perfuraram poços artesianos.
Outras 26 empresas têm interesse em se instalar no distrito. Um número expressivo para que Parauapebas comece a andar com as próprias pernas. “A industrialização se faz necessária porque não podemos ficar dependendo de uma única matriz econômica”, reforça o coordenador do DIP, João Maciel.
Justamente por isso a Secretaria Municipal de Desenvolvimento (Seden) deu início à legalização do DIP enquanto o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saaep) já começou a providenciar o que é necessário para o fornecimento de água para o distrito e tratamento de esgoto. Procuradas pela Seden, aCelpa e uma provedora de internet também se disponibilizaram a levar seus serviços para a área.
Essas e outras providências para o DIP foram anunciadas pelo secretário municipal de Desenvolvimento, Isaías de Queiroz, e por João Maciel em reunião realizada na segunda-feira, 13, com um grupo de empresários e que contou com presença de representantes do Saaep, Celpa e Internet.
Alavancar o DIP será prioridade da Seden, assegurou Isaías de Queiroz, que orientou as empresas interessadas em se instalar no distrito a procurar a secretaria, para renovar e atualizar o cadastro. “Se você estiver com a documentação toda legalizada, qualquer banco vai querer financiar a sua empresa”, observou o secretário, para arrematar: “Isso daqui, em dois ou três anos, estará completamente diferente”.
Na reunião, Adones Cotrim, consultor de Grandes Clientes da Celpa, foi bastante cobrado por alguns empresários, que responsabilizaram a concessionária de desinteresse em atender o DIP. “A Celpa está disposta a fazer o que for necessário, mas nós não podemos trabalhar com especulação. Precisamos que as indústrias comecem a nos procurar, para sabermos das suas necessidades”, explicou Cotrim.
O consultor afirmou que a Celpa tem “energia disponível sobrando” para atender Parauapebas, mas para que o serviço seja instalado no DIP é preciso que a concessionária tenha todas as informações para se planejar, como a quantidade, tamanho e capacidade das empresas que serão instaladas no distrito, para, a partir daí, mensurar o volume de carga de energia para a região. “O que for de responsabilidade da concessionária, nós vamos arcar”, assegurou Cotrim.
O coordenador do DIP, João Maciel, estima que, em quatro anos, o distrito já estará com 15 empresas em pleno funcionamento. Com uma área de 40 alqueires, no Km 24 da PA-160, o DIP está localizado num ponto estratégico para qualquer bom empreendedor: entre as minas de ferro, de Parauapebas, e as de cobre, de Canaã dos Carajás.
Presente na reunião, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Parauapebas (Acip), Humberto de Araújo Costa, reconheceu que o desafio “é grande”, mas que será vencido diante da disposição do governo municipal em enfrentá-lo.
Para Humberto Costa, a economia brasileira começa a dar sinais de que está saindo da recessão que levou muitas empresas a fecharem as portas. E a Acip, afirmou o empresário, se coloca à disposição do poder público para alavancar o distrito industrial antes que as empresas, decididas a investir em Parauapebas, mudem de ideia e escolham Marabá ou Canaã dos Carajás, como já ocorreu.
“Essa reunião e a pretensão do poder público, da Seden, é fantástica. Eu parabenizo o governo e a Acip se coloca à disposição para colaborar e fomentar o distrito industrial”, disse Humberto Costa.
Reportagem: Hanny Amoras