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País tem quase 200 barragens de mineração com alto potencial de dano

O Brasil tem hoje quase 200 barragens de mineração com potencial de dano considerado alto – mesma classificação da barragem 1 da mineradora Vale no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que se rompeu na última sexta-feira (25). Os dados são da Agência Nacional de Mineração (ANM).

A ANM tem 2 categorias de classificação de barragens:

  • dano potencial – refere-se ao que pode acontecer em caso de rompimento ou mau funcionamento de uma barragem – ele leva em conta as perdas de vidas humanas e impactos sociais, econômicos e ambientais.
  • risco – refere-se a aspectos que possam influenciar na possibilidade de ocorrência de acidente.

Com base nessas características, a ANM classifica as barragens de mineração em uma escala que vai de A a E.

Veja a tabela abaixo:

Tabela de classificação de barragens — Foto: Alexandre Mauro/G1Tabela de classificação de barragens — Foto: Alexandre Mauro/G1

Tabela de classificação de barragens — Foto: Alexandre Mauro/G1

Barragens com alto dano potencial e categoria de risco alta, por exemplo, são consideradas Classe A. Já na Classe E, estão as com baixo dano potencial e baixo risco. A divisão segue o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB).

A estrutura que se rompeu em Brumadinho era considerada de risco baixo, mas de alto potencial de dano, portanto classificada como B – a mesma nota de outras 196 barragens cadastradas pela ANM. Apenas duas possuem classificação A, ou seja, são consideradas mais perigosas.

A maior parte das barragens entre as que têm nota B possui uma característica em comum com a de Brumadinho: baixo risco, mas alto potencial de dano associado. Essa é a situação de 181 barragens – incluindo a que se rompeu.

Minas Gerais é o estado que mais tem barragens com potencial de dano considerado alto. Entre as quase 200 catalogadas pela ANM, 132 estão lá.

A Vale e suas subsidiárias têm 59 barragens classificadas como de alto potencial de dano – incluindo as de Brumadinho.

Na terça-feira (29), a empresa afirmou que pretende eliminar suas dez estruturas construídas pelo método chamado alteamento a montante, usado tanto em Brumadinho quanto em Mariana. A empresa não esclareceu, no entanto, se essas dez estão entra as 59 com alto potencial de dano.

Barragens mais perigosas que a de Brumadinho

A lista da ANM tem 58 barragens com categoria de risco alto ou médio – ou seja, acima da avaliação da estrutura de Brumadinho. Isso não significa, no entanto, que os danos em caso de rompimento sejam também elevados.

Entre essas, 16 têm alto dano potencial associado.

Barragens de mineração com alto potencial de dano no Brasil — Foto: Roberta Jaworski/G1

Barragens de mineração com alto potencial de dano no Brasil — Foto: Roberta Jaworski/G1

As 2 barragens que aparecem na lista da ANM com classificação A – ou seja, risco alto e elevado potencial de dano – são as barragens 1 e 2 da Mina Engenho, em Rio Acima (MG). Com rejeitos de exploração de ouro, elas são da empresa Mundo Mineração, que encerrou as atividades em 2011 e abandonou as estruturas.

Em maio de 2016, elas chegaram a ser interditadas provisoriamentepelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) porque a empresa responsável não entregou plano de ação de emergência. O mesmo aconteceu com outras 3 barragens na mesma ocasião.

Barragem abandonada em Rio Acima (MG) tem a classificação de risco mais alta no cadastro da ANM — Foto: Reprodução/TV Globo

Barragem abandonada em Rio Acima (MG) tem a classificação de risco mais alta no cadastro da ANM — Foto: Reprodução/TV Globo

Em novembro do mesmo ano, reportagem do Hora 1 mostrou que as barragens seguiam abandonadas pela empresa, que tem sede na Austrália e havia mudado seu nome para Minera Gold. Com a Fundação Estadual do Meio Ambiente alertando sobre a falta de garantia de estabilidade das barragens, o governo de Minas Gerais informou à época que fez uma obra de drenagem emergencial.

Atualmente, a empresa se chama Titan Minerals, e tem atividades de exploração de ouro no Peru. O G1 não conseguiu contato com a empresa.

Outros números

Além da planilha do Cadastro Nacional de Barragens de Mineração, a ANM também disponibiliza em seu site um levantamento da quantidade de barragens no Brasil e sua classificação por risco. Os números, no entanto, são diferentes dos apresentados na planilha do próprio órgão (28 barragens com notas A ou B).

G1 procurou a ANM para questionar a diferença, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Classificação da ANA

Já o balanço da Agência Nacional de Águas (ANA) leva em conta não apenas barragens de mineração, mas também estruturas de contenção para energia elétrica, disposição de resíduos industriais e de usos múltiplos da água, entre outras.

Número de mortos em barragem da Vale sobe para 99, e 259 estão desaparecidos

A Defesa Civil de Minas Gerais informou, no fim da tarde desta quarta-feira (30), que há 99 mortos e 259 desaparecidos após a tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Neste sexto dia de buscas, a chuva forte fez com que houvesse interrupções pontuais nos trabalhos.

Dos 99 mortos confirmados até agora, 57 já foram identificados. Há ainda 259 desaparecidos. O número de pessoas desalojadas subiu de 135 para 175, segundo o governo de Minas Gerais.

A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompeu na sexta-feira (25). O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão pessoas que moravam no entorno e funcionários da mineradora. A vegetação e rios foram atingidos.

Números da tragédia

99 mortos confirmados – 57 identificados
259 desaparecidos
192 resgatados
393 localizados

De acordo com o delegado da Polícia Civil Arlen Bahia, os corpos resgatados da lama estão chegando ao Instituto Médico Legal (IML) em estado avançado de decomposição. “Então, a partir daí, principalmente em relação aos segmentos corpóreos, nós temos de montar um quebra-cabeça”, afirmou. Diante da impossibilidade de reconhecimento facial por por impressões digitais, exames odontológicos e de DNA começam a ser feitos para identificação das vítimas.

Segundo o delegado, uma força-tarefa foi montada para agilizar a realização e divulgação desses exames. Ele afirmou ainda que, nesta quarta, o IML está fazendo agendamentos para colher material para exames de arcada dentária e de DNA.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, comentou as dificuldades do trabalho de buscas. “Em primeiro lugar, é bem impactante. Pela força da lama, muitas vezes não é possível encontrar o corpo íntegro. Muitas vezes são localizados segmentos de corpos”, afirmou. Segundo ele, o fato de o ambiente estar “tomado de lama” torna difícil diferenciar corpos humanos de outras matérias orgânicas ou animais.

“Às vezes, na busca visual no sobrevoo, como a gente tem aquele tom todo monocromático, isso também prejudica. Por isso que a gente utilizou uma série de equipamentos específicos. Os corpos que estavam no nível superficial – já foi feito o trabalho de recuperação deles. Agora entra numa característica mais técnica da operação, que a gente precisa fazer várias escavações.”

Desde sábado (26) não são achados sobreviventes. Para os bombeiros, é muito pequena a possibilidade de achar alguém vivo em meio ao mar de lama.

O tenente coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil, afirmou ainda que a Vale vai estabelecer sete pontos de acolhimento para as vítimas.

Nesses locais, deve haver psicólogos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros. Será oferecida alimentação à população presente, e também deve haver atendimento em relação a direitos trabalhistas e questões jurídicas. Todos devem receber transporte para esses locais de acolhimento e para o IML.

As buscas

Neste sexto dia, as buscas são feitas em todos os pontos atingidos pela lama. Ao todo, 15 helicópteros são usados pelas equipes de resgate.

Há 320 militares brasileiros trabalhando no operação, incluindo reforços de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Alagoas e Maranhão. Também são esperadas tropas de Santa Catarina e do Espírito Santo.

A equipe de 136 militares enviada pelo governo de Israel deve continuar nos trabalhos até a sexta-feira (1º). A tropa israelense trouxe equipamentos para mapeamento de celulares, sonares, radar que detecta o tipo de material que está no local e drones ligados a satélites para mapear a área atingida. Um dos artefatos é capaz de encontrar pessoas com vida a 30 metros de profundidade.

Em entrevista coletiva no final da tarde desta quarta em que falou sobre o balanço dos trabalhos neste sexto dia de buscas, o tenente Aihara, porta-voz dos bombeiros, disse que dez corpos foram localizados na área onde ficava o refeitório da Vale.

Ele também explicou que os trabalhos foram interrompidos das 14h30 às 15h30 em razão do enterro de uma criança vítima da tragédia. A cerimônia ocorreu ao lado da igreja que fica perto da área de pouso dos helicópteros.

Em entrevista no início da tarde desta quarta, Aihara havia dito ser falsa a informação de que militares foram intoxicados pela lama. Também disse que a população não precisa se preocupar com risco de intoxicação.

Ainda segundo o tenente Aihara, 30 voluntários tiveram permissão para auxiliar o trabalho em algumas áreas consideradas “mornas” ou “frias”.

Mau cheiro dos corpos

Os bombeiros passaram a usar máscaras no trabalho de resgate em razão do mau cheiro dos corpos em decomposição, que já atraem atraem dezenas de urubus ao local.

Repórter da TV Globo Minas, Danilo Girundi comentou que o odor tem piorado com o passar dos dias. “Parece que o calor e o ressacamento da lama favorecem isso”, disse. “Hoje, percebemos todos os bombeiros usando máscaras no rosto.”

De acordo com a assessoria de comunicação da corporação, as máscaras de proteção têm dupla função: evitar a inalação de resíduos tóxicos e dos equipamentos que eles estão utilizando nas buscas e, também, que os soldados sintam tão fortemente o mau cheiro.

Cansaço dos bombeiros

O tenente Pedro Aihara explicou que os militares estão sendo submetidos a um rodízio para que possam descansar: “Os militares não estão há seis dias ininterruptos. Estão numa lógica de rodízio, mas evidente que pelo tipo de operação e pela demanda que a gente tem é um serviço extenuante”.

“Têm circulado vídeos que mostram o cansaço físico e a exaustão, mas isso é inerente à nossa própria atividade. Ao final de uma operação como essa, nós saímos desgastados física e psicologicamente, mas, para tudo isso, é feito um acompanhamento”, disse o porta-voz dos bombeiros.
“A abnegação desses profissionais demonstra muito o esforço e a preocupação que a gente tem de trazer esses corpos da maneira mais respeitosa e rápida possível.”

Depoimentos de sobreviventes

Em entrevista, o delegado Arlen Bahia, da Polícia Civil, informou que foram ouvidas cinco pessoas resgatadas da lama com vida. Elas falaram sobre o rompimento da barragem.

“Com certeza, haverá outras oitivas, de sobreviventes e outras pessoas que tenham correlação com os fatos”, explicou.

Doação da Vale

As famílias de vítimas da tragédia vão receber R$ 100 mil da Vale, independentemente de eventuais indenizações.

Em entrevista na manhã desta quarta, o porta-voz do Comitê de Respostas Imediatas da empresa, Sérgio Leite, afirmou que este valor é por vítima. Ou seja, famílias que perderam mais de um parente receberão proporcionalmente.

Segundo ele, o dinheiro deve estar disponível nos próximos três dias. As famílias que têm direito à doação devem ir a um dos postos de atendimento criados pela Vale, a Estação de Conhecimento e o Centro Comunitário de Feijão, a partir das 14h da quinta-feira (31). Além destes dois pontos, a mineradora diz que criou um canal de atendimento telefônico para tirar dúvidas das famílias de vítimas da tragédia.

Animais resgatados

De acordo o tenente Ahiara, até o momento 32 animais foram resgatados. Eles estão em duas fazendas na região do Córrego do Feijão, onde, segundo a Defesa Civil, recebem tratamento, alimentação, medicamentos e são assistidos por veterinários – há mais de dez profissionais responsáveis pela tarefa.

O operação é coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Além disso, três animais foram sacrificados, informou o porta-voz dos bombeiros. Ainda nesta terça, questionado sobre os casos de eutanásia, o tenente Aihara afirmou que “em alguns casos, o resgate não é viável pelo sofrimento do animal”.

“No caso de alguns animais, que sofreram fraturas e perfurações, não é ético insistir. Seguimos as determinações e normativas. O abate só é feito após uma análise bastante cuidadosa e quando é devidamente autorizada. Via de regra, é feito com injeção letal, mas outras situações específicas devem ser analisadas. O Corpo de Bombeiros tem essa preocupação também.”

Segundo autoridades, o abate geralmente é feito com injeção letal, mas isso pode mudar de acordo com a logística.

Em nota divulgada nesta terça, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais informou que “em nenhum momento houve autorização por parte do Gabinete Militar do Governador/coordenadoria Estadual de Defesa Civil para o abate de animais aleatoriamente ou por meio de métodos em desacordo com as normas”.

Tropas militares

Em nota, o governo de Minas Gerais informa que as tropas militares em Brumadinho receberam o reforço de 400 policiais para proteger o perímetro da chamada “área quente” (onde deve estar concentrado o maior número de vítima.

O objetivo também, é, segundo o comunicado, garantir a segurança da área rural, que tem 400 km quadrados de extensão. Os policiais ficam em 16 pontos de patrulhamento.

O porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, major Flávio Santiago, afirma que tropas só deixarão o local “depois que as condições de segurança voltarem à normalidade”. De acordo com ele, um casal foi preso em uma tentativa mal sucedida de saque.

Barragem 6 monitorada

A barragem 6, que transbordou após o rompimento da barragem 1, é monitorada 24 horas por dia. Segundo a Defesa Civil. Mesmo sem risco de novo rompimento, há necessidade de informar a população quanto a um eventual plano de contingência.

Segundo o tenente Pedro Aihara, em razão da acomodação do relevo da área, a barragem 6 é esvaziada para eliminar a possibilidade de uma nova tragédia.

Ela tem cerca de 110 mil litros de água, mas o nível pode aumentar em decorrência de chuvas e aquíferos que desaguam ali. Por isso, a água é bombeada para fora da barragem, principalmente durante a noite, quando não há militares trabalhando em área de lama.

Na entrevista com o balanço do dia, Aihara afirmou que a chuva desta quarta não afetou o nível da água da barragem.

Nesta quarta, a operação ganhou o reforço de um balão de monitoramento. Ele tem câmeras que, além de gravar imagens, registram mudanças de temperatura. Com isso, os bombeiros conseguem coordenar a operação e perceber qualquer movimentação nas barragens.

Homenagens

Na noite de terça-feira (29), parentes e amigos fizeram homenagens às vítimas. Eles acenderam velas e rezaram em Brumadinho.

Durante o dia, o Corpo de Bombeiros concentrou as buscas na área onde eles acreditam estar o refeitório da Vale. Cerca de 100 militares trabalharam na área e encontraram dois corpos, além de botijões de gás usados no refeitório da mineradora. Na área em que um ônibus soterrado foi localizado, outros 30 militares trabalharam.

Cerca de 80 bombeiros devem reforçar equipes e 400 PMs que vieram reforçar a segurança na cidade já estão trabalhando desde a madrugada.

Novo vídeo mostra momento em que barragem de Brumadinho rompeu

Um vídeo obtido nesta quarta-feira (30) mostra o momento exato do rompimento da barragem em Brumadinho na última sexta-feira (25). Nas imagens é possível ver centenas de pessoas fugindo do mar de lama após a mina da Vale ceder.

Ao fundo da gravação realizada por Leandro Dias, que prestava serviço de manutenção das cancelas da linha de trem da Vale, é possível ouvir as pessoas lamentando a tragédia em desespero. “Nossos amigos, gente”, afirma um deles. “Caiu tudo”, avisa Dias em outro momento.

Funcionário terceirizado da mineradora, Dias lembra que almoçava no refeitório da empresa no dia da tragédia e se dirigiu até a portaria para ajudar um colega que encontrava dificuldade para entrar na companhia. Neste momento, a barragem rompeu.

https://youtu.be/QybF5lmMu5E

 

Ele afirma que “nasceu de novo” e diz lamentar muito pelas pessoas que não conseguiram escapar do ocorrido. Dias ainda ressalta o quanto foi incrível rever a família depois de tudo, e continuar aguardando o nascimento da filha.

Até esta quarta-feira (30), o Corpo de Bombeiros já registrou 99 mortes decorrentes do rompimento da barragem em Brumadinho. Destes, 51 foram identificados. Outras 276 pessoas seguem desaparecidas. Desde a tragédia, os bombeiros resgataram 192 pessoas e localizou 391. Há ainda 176 pessoas desalojadas na região.

Secretaria de Meio Ambiente vai cadastrar barragens no Pará

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) informou, nesta terça-feira (29), que vai implantar um sistema informatizado para cadastrar todas as barragens existentes no Estado. A expectativa é que o programa esteja operando até o segundo semestre deste ano. O primeiro modulo, de barragens de acúmulo de rejeitos de mineração, e o segundo, de acumulação de água, estão em fase de testes para homologação.

“O que a gente pretende é ter o quadro geral de todas as barragens, licenciadas ou não, para trazer a luz todas que existem no Pará. Nós queremos saber quais são as técnicas usadas e qual a melhor que pode ser utilizada no Estado. Nós queremos que exista um monitoramento de alta tecnologia, para que não seja preciso passar por eventos que não deem tempo de acudir a população”, disse o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro Ó de Almeida.

No Cadastro Nacional de Barragens de Mineração, publicado este ano pela Agência Nacional de Mineração, existem 98 barragens deste tipo no Pará. Dessas, 64 estão incluídas no Plano Nacional de Segurança de Barragens. Outras 34 estão cadastradas, mas não estão classificadas como de alto dano potencial associado pelos critérios da Lei nº 12.334/ 2010.

“Essas 34 barragens que não estão no plano de segurança não se encaixam na legislação, porque não têm altura maior que 15m, não têm um volume maior que 3 milhões de m³ de capacidade, não apresentam um dano potencial associado e não contêm resíduos perigosos que justifique estarem no plano”, esclareceu o titular da Semas.

O Grupo de Trabalho (GT) criado pelo Governo do Estado para acompanhar a situação das barragens no Pará deve realizar nova reunião na próxima semana para definir as ações estratégicas. O coletivo, coordenado pela Semas, pretende analisar as atuais condições das barragens de mineração existentes no Pará. O GT também pretende estudar mecanismos para o estabelecimento de um Plano Estadual de Prevenção a Desastres Ambientais.

O governador do Estado, Helder Barbalho, falou sobre a importância do Grupo de Trabalho que foi criado. “Criamos o GT para que, junto com Ministério Publico do Estado e Ministério Público Federal, e outras secretarias e órgãos, possamos trabalhar conjuntamente para fazer as devidas cobranças às empresas que detêm essas barragens e também às instituições federais que licenciam essas barragens. O objetivo é minimizar qualquer risco e e evitar episódios dramáticos e lamentáveis como os que aconteceram em MG, nas cidades de Mariana e em Brumadinho”, concluiu.

Colégio Bethel abre novas turmas com bolsas parciais de estudo

Oportunidade única! O Colégio Bethel abriu duas novas turmas e também anunciou na tarde desta quarta-feira (30), vagas para bolsas parciais de estudos.

Trata-se de vagas limitadas para 4º e 5º ano da educação infantil. Para mais informações, clique AQUI.

Aproveite e invista certo em educação de qualidade! Entre em contato agora mesmo e consulte disponibilidade: WhatsApp: (94) 98130-8677.

Carlene Barros é a nova Coordenadora do Conselho Tutelar II

Eleita no ano de 2014 como Conselheira Tutelar de Parauapebas, Carlene Barros já vem trabalhando há anos em prol dos direitos da criança e do adolescente.

Em reunião ordinária realizada na última segunda-feira (21), o Conselho Tutelar II, localizado no Bairro Vila Rica, em Parauapebas, escolheu a Conselheira Carlene da Silva Barros para assumir a função de coordenadora do órgão no ano 2019. Uma nova missão, em que é gratificante para a conselheira que já vem contribuindo com os trabalhos no município há quatro anos.

Seu histórico de trabalho na área da infância e juventude se iniciou quando ainda adolescente na Pastoral da Juventude, na qual hoje atua como assessora paroquial na Paroquia São Francisco de Assis, atuou também como servidora na Coordenadoria Municipal de Juventude (CMJ) e foi importante na criação do Conselho Municipal de Juventude de Parauapebas no ano de 2012, trabalhando como Secretaria Executiva Adjunta, em seguida foi eleita conselheira Tutelar de Parauapebas onde vem desempenhando um grande trabalho, juntamente com todos os conselheiros tutelares. “Essa coordenação é muito gratificante, pretendo da sempre meu melhor, nestes trabalhos. Desde jovem contribuí com os trabalhos realizados pela Pastoral da Juventude e então tenho me apaixonado e lutado pelas causas dos direitos das crianças e dos jovens”, comenta Carlene Barros.

Vale ressaltar que as principais funções do coordenador do Conselho Tutelar vão desde responder as demandas administrativas, conduzir e garantir os trabalhos colegiado do órgão e representa-lo a nível de município em eventos oficiais.

Saiba mais: O Conselho Tutelar II de Parauapebas, foi criado em 2014, é o órgão municipal de caráter permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, conforme definido Art. 131 da lei federal 8069/1990, o Estatuto da criança e do adolescente, Parauapebas dispõe de dois conselhos tutelares, por conta do seu número habitacional, o outro órgão é o Conselho Tutelar I, localizado na Rua 15 de Novembro nº 58 Bairro Rio Verde.

Vídeo de idosa que tenta atear fogo em ex-marido durante discussão é no Ceará

Uma mulher de 61 anos é investigada por tentar atear fogo em seu ex- companheiro, de 65 anos, no município de São Gonçalo do Amarante, a 48 km de Fortaleza, no Ceará.

Em imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver a idosa jogando álcool contra o homem. Após as chamas atingirem o corpo do idoso, ele se joga em lama, e pessoas que estavam no local tentam apagar o fogo.

Segundo informações da Polícia Civil do Estado do Ceará (PPCE), a idosa, identificada como Alice de Souza Pereira, informou que teria sido agredida pelo homem, mas se recusou a representar criminalmente contra o idoso. O caso aconteceu na última sexta-feira (25).

Ela está sendo indiciada em um inquérito policial por tentativa de homicídio. Alice ainda se negou a comparecer a uma unidade policial para formalizar o delito. “Após imagens que mostram Alice cometendo a ação contra o ex-companheiro, a Polícia Civil instaurou um inquérito por portaria. O procedimento foi encerrado e será encaminhado à Justiça”, informa a nota da Polícia Civil.

Confira vídeo:

Empresas ofertam vagas de emprego em diversas cidades do Pará

O Grupo Mateus, que atua em diversos segmentos, entre eles, o de alimentos, móveis e medicamentos, está com vagas de emprego abertas em diversas cidades do Pará. O Grupo Avenida, rede de varejo de moda, também está ofertando vagas de trabalho no Estado.

No Grupo Mateus, os cargos são para técnico de Enfermagem (Altamira e Parauapebas) e técnico em Segurança do Trabalho (Altamira). Há vagas ainda de representante comercial em 19 cidades (Abaetetuba, Altamira, Belém, Capanema, Castanhal, Som Eliseu, Itaituba, Marabá, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Santarém, São Miguel do Guamá, Tailândia, Tucumã e Tucuruí). Em Castanhal, os cargos são de montador, consultor de salão e auxiliar de Eletro.

Os interessados devem cadastrar currículo no site do Grupo Mateus.

Já o Grupo Avenida retoma o foco para o Estado do Pará, onde três novas lojas têm inauguração confirmada para o início do segundo trimestre de 2019. Uma unidade em Belém, na área do Shopping iT Center; uma loja no distrito de Icoaraci; e outra no município de Castanhal. Juntas, as três unidades devem gerar, aproximadamente, 60 novos empregos na região. “Esse plano de expansão tem uma visão mais ampla. Sabemos o impacto que uma nova loja tem na região onde é inaugurada, por isso queremos também contribuir com a população local, oferecendo vagas de emprego e produtos de qualidade”, finaliza o diretor de expansão do Grupo Avenida, Rudá Azambuja Santos Junior.

Conheça Pedro Aihara, o porta-voz dos bombeiros que estão em Brumadinho

Você já deve ter visto o rosto de Pedro Aihara nos noticiários. Com apenas 25 anos, ele é o responsável por comunicar os detalhes da operação dos bombeiros em Brumadinho, Minas Gerais. Em meio à lama e correndo contra o relógio, esses profissionais tentam achar sobreviventes e corpos das vítimas do rompimento da barragem da Vale, ocorrido na última sexta-feira (25).

No sábado (26) foi feito o último resgate de um sobrevivente. O boletim mais recente das buscas, divulgado nessa terça-feira (29), diz que a tragédia já soma 84 mortos e 276 desaparecidos. Nesse cenário, o trabalho de Pedro é delicadíssimo.

Segurar o nervosismo e a emoção certamente também é uma tarefa e tanto. Apesar disso, Pedro tem feito um ótimo trabalho e está sendo elogiado por isso. Além de manter-se firme nos comunicados, ele sempre transparece em suas falas o respeito ao caráter humano da operação.

Dois anos depois, em 2017, Pedro atuou como porta-voz no resgate às crianças, professoras e funcionários de uma creche em Janaúba, também em Minas Gerais. Na ocasião, o segurança da escolinha Gente Inocente ateou fogo ao local e o incêndio matou dez crianças e três professoras, além do próprio segurança.

Mesmo assim, o tenente afirma que ama sua profissão. Natural de Belo Horizonte, entrou para o Corpo de Bombeiros em 2012 e, em 2016, fez um curso de prevenção de desastres no Japão.

Por ter se tornado um rosto conhecido em todo Brasil, o Pedro vem recebendo muitas mensagens nas redes sociais. Na última terça-feira, ele fez um post agradecendo a todas as manifestações de apoio.

‘Promoção 500’ do Atacadão Macre segue até o dia 2 de fevereiro, aproveite!

Já foi no supermercado hoje? Não? Então corre para o Atacadão Macre mais próximo de você e aproveite a ‘Promoção 500’.

A reportagem esteve presente no Macre em Parauapebas para conferir bem de perto como funciona esta promoção e, é o seguinte: São ao todo mais de 500 itens disponíveis em todo o estabelecimento a preços promocionais, ou seja, cabem no seu bolso. Bom demais, não é mesmo?

Agora você precisa levantar do sofá, espantar a preguiça e correr, pois, a promoção vai somente até o dia 2 de fevereiro. Você não vai querer ficar de fora, não é?

 

Mais dois cruzamentos do Cidade Jardim ganham semáforos

Durante a manhã desta quarta-feira (30), homens do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte de Parauapebas (DMTT) e de empresas que prestam serviços para a Prefeitura Municipal, estavam fazendo a programação e pintura de faixas de pedestres para que pelo menos mais dois cruzamentos importantes ganhem um reforço no trânsito.

Trata-se da instalação de semáforos nos cruzamentos da Avenida dos Ipês com a Avenida D e também na Avenida dos Buritis com a Avenida D, ambas localizadas no Bairro Cidade Jardim, em Parauapebas.

Na parte da manhã, a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar acompanhou os trabalhos de funcionários das empresas que estavam fazendo a pintura de faixas de pedestres e também a aplicação de configurações nos semáforos.

 

Os moradores das proximidades, empresários e principalmente os condutores de veículos e pedestres que passam rotineiramente pelos cruzamentos apoiaram a iniciativa do DMTT. “Já estava passando da hora de semáforos serem instalados nestes cruzamentos. O Bairro Cidade Jardim é um dos mais movimentados de Parauapebas e esse reforço no trânsito chegou em boa hora”, relatou José Guimarães, comerciante.

“Cortaram um pedaço do nosso corpo”, diz cacique sobre Rio Paraopeba

De longe é possível sentir o cheiro de animais mortos próximo ao Rio Paraopeba, em São Joaquim das Bicas, a 22 km de Brumadinho. Índios Pataxós Hã-hã-hãe, da aldeia Naô Xohã, viram as águas cristalinas do afluente do Rio São Francisco se transformar em lama na última sexta-feira (25/1). O rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão matou a principal fonte de alimento da aldeia, que hoje conta com 27 famílias, cerca de 80 pessoas. Agora, a comunidade não sabe o que fazer para sobreviver.

“Foi um enterro sem velório. Cortaram um pedaço do nosso corpo. Não tem mais peixe, não conseguimos tomar banho ou lavar as roupas nessa água. O homem branco trouxe destruição. Está acabando com a natureza, mas não vamos sair daqui. Vamos resistir. Estamos aqui para proteger o verde”, disse o cacique Háyó, 28 anos.

Cercado por peixes mortos, ele lembra que o rio reunia animais das mais variadas espécies. “Todos os dias, os homens da tribo vinham pescar. Era o nosso alimento de manhã, de tarde e à noite. Encontrávamos peixes de todos os tipos. Os animais silvestres também vinham aqui beber água”, relatou o chefe da tribo.

A Índia pataxó Cintila, 23, lembra a cena de destruição da última sexta-feira. “Choramos. Vimos os peixes pulando para fora do rio. Presenciamos o fim do Paraopeba e não conseguimos fazer nada”, lamentou. “O que aconteceu foi a Mãe Natureza vomitando o que o homem branco está fazendo”, completou.

A plantação de verduras e hortaliças da comunidade indígena também foi prejudicada, pois não há mais água limpa para fazer a irrigação. “Passamos a sobreviver com ajuda de doações. Os nossos idosos choram até hoje. Não existe mais o Mianga Baixu (expressão que significa água bonita)”, explicou Háyó.

Alerta
Depois do rompimento da barragem, seis prefeituras de municípios da Bacia do Paraopeba, o que inclui São Joaquim de Bicas, emitiram alertas para a população se manter longe do leito do rio, pois o nível pode subir com a quantidade de lama que nele chegou. Bairros foram evacuados, inclusive a aldeia, mas os indígenas decidiram não ficar na cidade e permanecer na parte alta da área de 33 hectares ocupada há um ano e meio.

Em alerta, os indígenas fincaram uma estaca à margem do rio e, todos os dias, acompanham o volume da água. “Temos uma missão aqui e não vamos abandoná-la”, ressaltou o cacique. Eles fazem rondas na mata para verificar se não há nenhuma depredação da natureza.

Tragédia se repete

Há três anos, 19 pessoas morreram e centenas ficaram desalojadas após a barragem de Fundão romper, devastar a bacia do Vale do Rio Doce e afundar em lama a cidade mineira de Bento Rodrigues, em Mariana. Os rejeitos chegaram até a foz do Rio Doce, no Espírito Santo. A Samarco, empresa com participação da mineradora Vale, é uma das principais responsáveis pelo episódio de Fundão.

Cerca de 126 famílias do povo Krenak vivem espalhadas em sete aldeias às margens do Rio Doce. Antes do desastre de Fundão, elas pescavam, caçavam e viviam abastecidas pela água do rio. Com a poluição gerada pela lama de rejeitos, elas se veem hoje dependentes de recursos estatais e da alimentação comprada em supermercados. Não podem plantar e caçar, pois os animais desapareceram da região. O rio segue inutilizável, em um processo de recuperação que pode levar mais de uma década.

DF: homem mata médica e se passa por ela no WhatsApp enganando família

A Divisão de Repressão a Sequestros da Polícia Civil do DF elucidou um crime bárbaro nesta quarta-feira (30/1). Um homem matou uma médica do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e, por dois meses, se passou por ela, mantendo contato com a família pelo WhatsApp, dizendo que estava internada em uma clínica de repouso. No período, movimentou a conta bancária da servidora, que recebia salário mensal de R$ 17 mil.

O sumiço da servidora, num primeiro momento, não causou surpresa porque ela já havia sido internada anteriormente para tratar de depressão. No Portal da Transparência, o último pagamento informado em nome dela foi feito em novembro do ano passado.

Segundo a PCDF, Gabriela Rebelo Cunha foi morta no dia 24 de outubro do ano passado pelo seu motorista particular. O nome dele ainda não foi divulgado. Ele teria levado a vítima ao HRT no período da manhã e, por volta de 12h, seguiu com ela até uma agência bancária em Sobradinho para que a mulher fizesse uma transferência.

De acordo com as investigações, no retorno a Taguatinga, ele parou o carro próximo a uma parada de ônibus alegando que estava ouvindo um barulho na roda. Nesse momento, um comparsa teria entrado no veículo e simulado um assalto.

Chegando a uma estrada de chão, próximo a Brazlândia, a médica foi morta por enforcamento e o corpo dela foi deixado no local. Durante dois meses, o acusado manteve contato com a família de Gabriela. O motorista da vítima se passava por ela em conversas pelo WhatsApp.

A PCDF informou que ele enviava mensagens levando os familiares a crer que a vítima estaria internada em uma clínica para tratar de problemas pessoais e retornaria no Natal. Como ela não apareceu, os parentes registraram ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), que começou a investigar o caso.

Após a prisão, o autor levou os policiais até o local do crime. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou, por meio de análise comparativa de documentação odontológica, que o cadáver tratava-se de Gabriela.

Nas diligências, os policiais encontraram na residência do autor inúmeros objetos da casa da vítima, cartões bancários e dois veículos da médica.

A cirurgiã, que era diretora do HRT, era considerada uma servidora de pulso firme. Colegas relatam que, embora tivesse a personalidade exigente, era meiga e querida pela equipe da unidade. Filha de general do Exército, a médica era divorciada e tinha um casal de irmãos.

O mais novo é policial civil em Minas Gerais e foi um dos principais auxiliares na investigação da morte de Gabriela.

O assassino confesso é filho da empregada da família, que acabou adoecendo. Para manter a renda, o filho, chamado Rafael, assumiu a vaga da mãe. Desde então, passou a ganhar a confiança da médica para resolver, inclusive, problemas pessoais e bancários.

Para a investigação do crime, a Polícia Civil do DF periciou inúmeros aparelhos celulares com quem o telefone da vítima manteve contato. Em muitos desses momentos, era o próprio assassino que se passava pela médica. Segundo relatos de testemunhas, a roupa encontrada na ossada de Gabriela foi a mesma usada por ela no último dia em que foi vista no trabalho, ainda em outubro de 2018.

Médica com vasta experiência em gestão pública, Gabriela chegou a estudar no Canadá. Em Brasília, foi gestora de conhecidas unidades particulares de saúde, incluindo o Hospital Santa Lúcia. A médica deixa uma filha de 8 anos.

Moradores de Canaã dos Carajás demonstram preocupação com barragem da Vale

O presidente da Câmara Municipal de Canaã dos Carajás, Wilson Leite, e os vereadores Gesiel Ribeiro e Baiano do Hospital foram convidados para uma assembleia promovida pelos moradores da Vila Bom Jesus, na noite desta terça-feira (29). A reunião aconteceu com o objetivo de debater o papel da comunidade na exigência de um processo de extração mineral mais seguro. Os moradores tiveram a oportunidade de falar e foram ouvidos pelos parlamentares.

A assembleia aconteceu alguns dias depois do desastre ocorrido na represa de Brumadinho, em Minas Gerais, quando esta se rompeu e causou uma tragédia ainda incalculável na região. Na última segunda-feira (28), a Agência Nacional de Mineração (ANM) listou as barragens que apresentam algum tipo de risco ambiental no Pará e uma, presente no projeto Sossego, em Canaã, foi classificada como de “alto risco”.

Na data da assembleia, uma comissão foi montada para tratar junto à Vale, governo estadual e federal de formas mais seguras de exploração mineral na região. A comissão também pedirá uma avaliação completa da barragem do Sossego para indicar qual o possível potencial de danos do rejeito mineral na cidade.

Os moradores explicaram os motivos da reunião. “Desde que aconteceu a tragédia lá em Minas, a gente tem tido dificuldade até para dormir. Não sabemos ao certo como estão as condições das barragens aqui e temos medo. Por isso que é importante reunir toda a comunidade para que a gente chegue aqui num consenso sobre o que deve ser feito pra ter mais segurança para todos”, relatou um popular.

A comunidade também falou sobre a necessidade do contínuo debate. “Nós não podemos deixar morrer esse assunto, como aconteceu com Mariana. Não podemos permitir que novas tragédias aconteçam no futuro e, para isso, é necessário levar adiante essa questão e cobrar das mineradores soluções mais eficientes para a segurança”, disse outro morador.

Representando o legislativo, o presidente Wilson Leite falou sobre a necessidade de se buscar explicações da Vale. “Nós estamos aqui discutindo um problema eminente que está à nossa porta. O que nós queremos é informação, respostas da mineradora. Outro ponto que precisa ser destacado é o trabalho dos órgãos de fiscalização que precisa ser mais efetivo e os relatórios têm de expressar a realidade”.

Os vereadores se comprometeram a apoiar a comissão no que for necessário e trabalharão no diálogo entre a comunidade, empresa e os poderes envolvidos na questão.

Pará está entre os estados que menos investem em saúde

O Pará está entre os estados que menos gastaram com saúde, em 2017, de acordo com o levantamento feito pelo CFM. No ranking nacional de menor gasto, o estado segue com 11 municípios. Cametá, Bragança e Ananindeua lideram por menor investimento.

Cerca de 2.800 municípios brasileiros gastaram menos de R$ 403,37 na saúde de cada habitante durante todo o ano de 2017. Segundo a análise do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre as contas da saúde, esse foi o valor médio aplicado pelos gestores municipais com recursos próprios em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS), declaradas no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde.

O levantamento mostra, por exemplo, que os municípios menores (em termos populacionais) arcam proporcionalmente com uma despesa per capita maior. Em 2017, nas cidades com menos de cinco mil habitantes, as prefeituras gastaram em média R$ 779,21 na saúde de cada cidadão – quase o dobro da média nacional identificada. Além disso, os municípios das regiões Sul e Sudeste foram os que apresentaram uma maior participação no financiamento do gasto público em saúde, consequência, principalmente, de sua maior capacidade de arrecadação.

CONFIRA AQUI a lista completa de municípios.

Ranking nacional – Entre os mais altos valores per capita naquele ano, estão os das duas menores cidades do País. Com apenas 839 habitantes, Borá (SP) lidera o ranking municipal, tendo aplicado R$ 2.971,92 para cada um dos 812 munícipes. Em segundo lugar, aparece Serra da Saudade (MG), cujas despesas em ações e serviços de saúde alcançaram R$ 2.764,19 por pessoa.
Na outra ponta, entre os que tiveram menor desempenho na aplicação de recursos, estão três cidades de médio e grande porte, todas situadas no estado do Pará: Cametá (R$ 67,54), Bragança (R$ 71,21) e Ananindeua (R$ 76,83).
Entre as capitais, Campo Grande (MS) assume a primeira posição, com gasto um anual de R$ 686,56 por habitante. Em segundo e terceiro lugares aparecem São Paulo (SP) e Teresina (PI), onde a gestão local desembolsou, respectivamente, R$ 656,91 e R$ 590,71 por habitante em 2017.
Em desvantagem, estão situadas Macapá (AP), com R$ 156,67; Rio Branco (AC), com R$ 214,36; além de Salvador (BA) e Belém (PA), onde os valores ficaram próximos de R$ 245 por pessoa.
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Fonte: CFM

Desaparecido, funcionário ligado à Vale alertou mãe sobre vazamento de barragem há 20 dias

Uma mulher que busca o filho desaparecido na tragédia de Brumadinho (MG) disse que o rapaz, funcionário de uma empresa terceirizada da Vale, já havia alertado há 20 dias que a barragem que rompeu nesta sexta-feira (25) estava vazando.

“Tem 20 dias que ele falou comigo, ele trabalhava em firma terceirizada: ‘Mãe, a barragem tá minando água’. Eu falei que era normal, porque eu não entendo”, disse a mulher, que não teve o nome revelado, em entrevista à TV Record nesta segunda-feira (28).

A mãe foi abordada pela reportagem da emissora enquanto buscava informações pelo rapaz, que foi visto pela última vez na própria sexta, durante a hora de almoço; A Vale informou sobre o acidente à Secretaria do Estado de Meio-Ambiente às 13h37.

“Meu filho tinha descido para almoçar. A última vez que o pessoal teve contato, ele estava dentro de uma caminhonete, ‘tampado de lama’ com mais duas pessoas”, disse à TV.

Nesta quarta-feira, as autoridades iniciam o sexto dia de buscas na região. A Defesa Civil de Minas Gerais informou, na noite desta terça, que o número de mortos do rompimento da barragem subiu para 84 pessoas.

A tragédia

Uma barragem de rejeitos de mineração da mineradora Vale rompeu nesta sexta-feira (25) em Brumadinho, cidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. O rompimento foi na região do córrego do Feijão, na altura do km 50 da rodovia MG-040. Fotos enviadas por moradores da região aos Bombeiros mostram uma grande quantidade de lama atingindo casas.

Após o rompimento, enxurradas de resíduos de mineração e água atingiram casas, estruturas da empresa, incluindo um refeitório, e veículos, cobrindo-os em segundos. Entre as vítimas, estão moradores da região, funcionários da Vale e hóspedes de uma pousada localizada na área.

Uma nova sirene disparou na madrugada de domingo (27) alertando moradores da região que deixassem suas residências. Havia o risco de rompimento de uma segunda barragem. No entanto, horas depois, outro desastre foi descartado e eles puderam retornar às respectivas residências.

A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto. Há grande dificuldade para realizar buscas na região em função da densidade da lama, então bombeiros atuam com cuidado na área.

Nesta segunda (28), os primeiros corpos começaram a ser enterrados. No cemitério Parque das Rosas, desde que a tragédia ocorreu, 98 covas foram abertas às pressas para comportar as vítimas fatais.

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