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Parauapebas cai para 5º em vendas, mas volta a 1º em lucro

A dinâmica de exportações de commodities é cíclica, ainda mais quando gigantes compradores dão sinais de cansaço. No caso de Parauapebas, de onde a multinacional Vale extrai e exporta o melhor minério de ferro do mundo para, majoritariamente, a China, a situação é ainda mais drástica.

O principal produto do município voltou a cair esta semana a menos de 50 dólares por tonelada. Em 2011, no auge de seu apreço, o minério de ferro chegou a bater 191 dólares e conferiu a Parauapebas o cacife de 25ª praça financeira mais poderosa do Brasil, numa fila de 5.570 localidades. O anônimo município paraense, referenciado lá fora mais pela ilação a Carajás (e que nem é todo seu), deixou impressionadas velhas capitais brasileiras, muito maiores em termos populacionais e de mídia, e passou a fazer parte das rodas de fofoca para além do Pará.

Hoje, quatro anos depois, Parauapebas, que entre 2012 e 2014 despontou como o maior exportador brasileiro em acumulado de dólar, caiu para quinto lugar enfraquecido pela alta da mesma moeda que o colocou no topo.

O fato de estar em quinto lugar não o desmerece; o problema é que, em termos práticos e monetários, Parauapebas tem exportado (em volume físico) um pouco mais da mesma quantidade do ano passado, mas seu produto tem recebido a metade do valor. O efeito cascata é a baixa na arrecadação local e, muito pior, o aumento do desemprego, além do empobrecimento da população municipal, em curto e médio prazos.

NÚMEROS

De janeiro a outubro deste ano, revelam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgados ontem (4), Parauapebas exportou 3,3 bilhões de dólares. No mesmo período do ano passado, foram 6,54 bilhões. Porém, o volume exportado saltou de 89 milhões de toneladas de minério de ferro em 2014 para 97,3 milhões de toneladas este ano.

E ai de Parauapebas não fosse a subida do dólar frente à moeda brasileira: as finanças municipais estariam em colapso.

Por consolo, tem-se o fato de a “Capital do Minério” conseguir retornar ao primeiro lugar em superávit. Isso quer dizer que Parauapebas, apesar dos pesares e pesadelos econômicos, continua sendo o município brasileiro que mais dá lucro ao Brasil. Sua diferença em relação ao segundo colocado, o município portuário fluminense de Angra dos Reis, é de 650 milhões de dólares.

O lucro total dado por Parauapebas ao Brasil, particularmente à conta bancária da mineradora multinacional Vale, em dez meses deste ano, foi de 3,16 bilhões de dólares. Em termos comparativos, o lucro parauapebense é quatro vezes o valor das exportações totais da gigante Manaus, capital amazonense de 2,05 milhões de habitantes e sede da Zona Franca.

É muita riqueza em dólar, e está todo mundo querendo saber, enfim, aonde vai parar tanto dinheiro com o lucro dos minérios da terra, uma vez que a população local está ficando na pindaíba, cada vez mais distante do sonho e, para piorar, do real.

Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

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