A Vale divulga seu Relatório de Produção do 1º Trimestre de 2016 (RP 1T16) na tarde de hoje (20), e a projeção de analistas é de mais um recorde da empresa em volume físico de minério de ferro. A estimativa beira 78,4 milhões de toneladas (Mt), que devem fazer dos primeiros três meses deste ano o período mais produtivo da história da mineradora.
Desse total, conforme foi previsto e divulgado no Portal Pebinha de Açúcar, pelo menos 32,6 Mt saem das minas de Parauapebas. No entanto, a produção de Parauapebas é tida como “Sistema Norte de Carajás” porque, atualmente, engloba também a produção da mina de Serra Leste, no município de Curionópolis. Por isso, o volume de minério de ferro do Sistema Norte de Carajás pode ser maior.
Embora a produção presumível seja recorde para o trimestre, o lucro – que será divulgado na quinta-feira da semana que vem, por meio do Relatório Financeiro – pode não animar investidores, já que o preço do minério mantém-se na corda bamba, sendo cotado hoje a 64,77 dólares por tonelada, mas com risco iminente de depreciação.
SEXTA-FEIRA
No dia 22, próxima sexta-feira, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) prevê divulgar dados do mercado de trabalho de março, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Conforme os números de meses anteriores, Parauapebas, Marabá e demais municípios da região, à exceção de Canaã dos Carajás, estão atolados em pessoas sem trabalho e renda, e essa quantidade vai ampliar.
Atualmente, há um batalhão de 37 mil pessoas, com mais de 18 anos, que não trabalham nem estudam em Parauapebas, conforme dados cruzados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do MTE. É como se, por aqui, houve um Canaã dos Carajás inteiro de moradores ociosos e ou desempregados.
Sem qualquer ocupação (e como diz um velho ditado popular: “mente vazia é oficina do diabo”), muitas dessas pessoas migram para o submundo perverso da criminalidade, a mesma que, nos últimos dois anos, fez Parauapebas despontar no topo das estatísticas nacionais de violência, inclusive em sua forma mais nefasta – os homicídios.
Em estudo divulgado este ano, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lista a microrregião de Parauapebas como a 11ª mais violenta do país, superando, inclusive, a de Marabá. São 70 homicídios registrados no município e entorno a cada grupo de 100 mil pessoas. A maior parte desses casos, de acordo com o Ipea, tem relação direta com questões sociais, como o desemprego e a falta de oportunidades.
Reportagem: André Santos – Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar