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PP declara apoio ao pré-candidato Marcelo Catalão e abre mão da pré-candidatura de Adelson

Na manhã desta quarta-feira (6) o Partido Progressista (PP), depois de muito dialogar com as lideranças do Partido Democratas (DEM), declarou apoio irrestrito ao projeto de governo e a pré-candidatura de Marcelo Catalão à prefeitura de Parauapebas nas eleições 2016.

Em seu discurso, Andreia Lima, presidente municipal do PP afirmou que o seu partido decidiu apoiar essa causa por acreditar, de fato, neste projeto. “Nós acreditamos no Marcelo. A nossa cidade precisa de um homem de palavra e que tenha compromisso com o novo”, afirmou Andreia, concluindo que o PP acredita na juventude, na coragem e na força de vontade de Marcelo Catalão para fazer o melhor para Parauapebas.

Já Adelson Fernandes, disse que retirou sua pré-candidatura para o próximo pleito em nome de uma aliança em favor do bem do município. “Sem egoísmo e sem vaidade; apenas com um desejo maior de fazer com que essa cidade ande pra frente. É com essa vontade que nós nos unimos ao Marcelo, para que a nossa cidade e o nosso povo possam ser mais felizes”, declarou.

Muito feliz e honrado por receber o apoio do PP, o pré-candidato Marcelo Catalão reconhece que o partido vem para consolidar a base desse grande projeto para o município. “Obrigado Andreia e Adelson, e a todos do partido Progressista, por virem somar forças com a gente”, finalizou Marcelo
Nos próximos dias o Democratas vai apresentar os demais partidos que vão compor sua base de apoio na pré-candidatura e durante o processo eleitoral que se aproxima.

Presidente da Fecomércio critica Sindicato dos Comerciários de Parauapebas sobre acordo coletivo de trabalho

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Pará (Fecomércio), Sebastião Campos, criticou nesta segunda-feira (4), em entrevista coletiva, o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Parauapebas, acusando-o de “intransigente por não ter assinado até agora a Convenção Coletiva de Trabalho, após exaustivos debates sobre o documento que trata sobre o funcionamento do comércio, supermercados, farmácias e lojas do Partage Shopping durante os feriados”.

Segundo ele, “por motivos meramente político-partidários, estranhos, portanto, aos interesses da categoria profissional, o Sintracpar não aceitou firmar a Norma Coletiva, com vigência para o período 2016/2017, contento cláusula com previsão de trabalho de alguns feriados, mesmo diante gozo de folga compensatória, pagamento de horas extras e bonificação em pecúnia ao trabalhador, o que, inclusive, acarreta prejuízos aos próprios trabalhadores que representa, na medida em que ele impede que sejam reajustados os demais benefícios da última com convenção coletiva vigente”, afirmou Sebastião Campos.

O presidente da Fecomércio destacou que, “mesmo após diversas negociações com o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Parauapebas, não foi possível celebrar a Convenção Coletiva com abrangência no município, pois apesar de fechado o acordo, fomos surpreendidos com a notícia de que o mesmo não seria assinado, sem qualquer razão de interesse da categoria profissional representada pelo referido sindicato da classe”, disse ele.

Sebastião Campos informou ainda que o acordo foi amplamente debatido com o Sintracpar de Parauapebas e determina que o trabalhador ganhará R$ 40 reais por feriado trabalhado, mais folga compensatória ou R$ 30,00 sem a folga, mas com direito a receber hora extra pelas seis horas trabalhadas. “O acordo é bom para patrões e empregados. Todos nós queremos fomentar o desenvolvimento do Estado e, claro de Parauapebas. Além do mais, ficou acertado que o comércio não abrirá nos seguintes feriados: 1º de janeiro; 1º de maio; Sexta-feira Santa; 30 de outubro (Dia do Comerciário) e 25 de dezembro, Dia de Natal. Fizemos isso, visando o interesse que agrade as duas partes, ou seja, empresários e trabalhadores. Nós queremos é produzir mais e gerar mais emprego e renda”, destacou o presidente da Fecomércio.

O advogado da Fecomércio, Eduarto Brito, disse que “as conversas entre patrões e empregados ocorreram durante vários meses e mesas de negociação, mas ao final fomos surpreendidos com a decisão do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio em se recusar a assinar a Convenção Coletiva de Trabalho”. O advogado disse ainda que “agora não tem como voltarmos atrás; temos que trabalhar nos feriados, já que a maioria dos consumidores só pode ir às lojas nos feriados e aos domingos para fazer suas compras”, frisou.

Já o presidente do Sindicato Varejista de Parauapebas, Roosevelt Pinheiro, disse que só um ponto está travando a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho: “o que trata sobre o valor estabelecido para o pagamento por dia trabalhado e isso já foi negociado, mas o acordo não foi assinado devido à intransigência do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Parauapebas”.

Para a representante dos lojistas do Partage Shopping, Telma Lúcia Silva, “esse impasse vem prejudicando a atuação dos trabalhadores que desejam trabalhar nos feriados, causando pânico entre os empresários, que temem serem multados pelo Ministério do Trabalho ao convocar seus funcionários para o trabalho nos feriados, além de causar impacto negativo na economia do município, com o fechamento de centenas de lojas nos feriados oficiais nacionais e do município no calendário de 2016”.

Além do presidente da Fecomércio, Sebastião Campos, estiveram presentes à coletiva de imprensa no auditório da ACIP, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e de Serviços de Parauapebas (Sindcomp), Rooselvet Pinheiro; o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marksan Gomes; o representante do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga), Edmundo Nascimento e representantes da Associação de Lojistas do Partage Shopping Parauapebas e do setor de farmácias.

Resposta

Em nota, assinada pelo presidente interino Cleomar de Jesus Lopes, o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Parauapebas rebateu as acusações do presidente da Fecomércio, Sebastião Campos, confira:

“Em primeiro lugar, cabe ao Sindicato esclarecer para a população em geral de Parauapebas e região, nos termos da lei nº 10.101/2000, que o trabalho aos feriados somente é permitido nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho, ou seja, através de negociação com o sindicato de classe.
De fato, essa entidade não assinou a Convenção Coletiva por discordar da Cláusula Vigésima Nona da proposta encaminhada pela Fecomércio, e imposta pela classe patronal, já que o texto da mesma jamais foi discutido nas convenções coletivas anteriores.
A referida cláusula obriga a abertura do comércio em dias de feriados, mediante o pagamento do valor de R$ 40,00 (Quarenta reais) por dia trabalhado e mais uma folga.
Ocorre que tal cláusula é ilegal, posto que se trata de direito personalíssimo que visa a proteger a saúde do trabalhador. Ademais, os trabalhadores não querem trabalhar em todos os feriados e já denunciaram a essa entidade que se caso a convenção seja assinada com essa cláusula, eles jamais gozarão dessa folga, uma vez que o referido dispositivo não dispõe sobre o prazo para sua concessão”.

Reportagem: Lima Rodrigues

Para votar Lei de Diretrizes Orçamentárias, recesso de vereadores é adiado em Parauapebas

O recesso dos vereadores da Câmara Municipal de Parauapebas só deve começar a partir do dia 20 de julho. Nesta segunda-feira (4), ao encerrar a sessão extraordinária, o presidente da Casa, Ivanaldo Braz (PSDB), convocou os demais parlamentares a ficarem à disposição até a referida data, para votarem o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

De acordo com o regimento interno da Câmara, o período de 1º a 31 de julho é considerado como recesso legislativo. Entretanto, ele não terá início enquanto a LDO não for aprovada.

O Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, nº 022/2016, de autoria do Poder Executivo Municipal, ainda está tramitando nas comissões de Justiça e Redação e de Finanças e Orçamento. A proposição estabelece as metas e as prioridades da administração, bem como orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) e a execução do orçamento para o ano de 2017.

CPI da Vale

Os trabalhos continuarão também na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Vale, que foi instaurada para investigar supostas alterações nos valores de repasse da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), declarados pela mineradora.

Uma reunião está agendada para o dia 18 de julho, em Belém, entre representantes da Vale e os vereadores José Pavão (PSDB), Joelma Leite (PSD), Euzébio Rodrigues (PT), Marcelo Parcerinho (PSC) e Zacarias Marques (PSDB), membros da comissão.

Na ocasião, a mineradora deve apresentar esclarecimentos referentes aos questionamentos feitos pela CPI, que já apresentou pedidos de apuração contra a Vale junto ao Ministério Público Federal e à Receita Federal, para averiguação de supostas irregularidades e divergências quanto aos recolhimentos.

Em abril, a Vale foi notificada pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em R$ 940 milhões, por distorções nas deduções de despesas de transportes, entre 2013 e 2015, e pela diferença na base de cálculo quanto aos preços de vendas finais nas exportações, no período de 2011 a 2015.

Sessão extraordinária

Na sessão desta segunda-feira, foram aprovadas, em segunda e última votação, as seguintes proposições:

Proposta de Emenda à Lei Orgânica Municipal (LOM) nº 004/2016, de autoria dos vereadores Euzébio Rodrigues e Israel Miquinha (PT), acrescenta dois incisos ao artigo 10 da LOM, proibindo o município de alienar e adquirir imóveis, seis meses antes das eleições municipais.

Projeto de Lei nº 010/2016, de autoria da vereadora Joelma Leite (PSD), autoriza o poder público a dispor sobre a obrigatoriedade na contratação de mão de obra local pelas empresas instaladas em Parauapebas.

Projeto de Lei nº 028/2016, de autoria do Poder Executivo Municipal, amplia e delimita a área urbana da cidade de Parauapebas e dá outras providências.

Projeto de Lei nº 032/2016, de autoria da Mesa Diretora da Câmara, altera a Lei Municipal nº 4.629, de 23 de dezembro de 2015, e cria na estrutura funcional da Câmara Municipal de Parauapebas mais 10 vagas para o cargo de agente de Polícia Legislativa.

Reprovados

Os projetos apresentados pela vereadora Eliene Soares (PMDB), que não haviam passado na primeira discussão, foram reprovados definitivamente em última votação. Trata-se do Projeto de Lei nº 019/2016, que estabelecia critérios de fiscalização quanto à contratação de serviços terceirizados pela administração pública local, e do Projeto de Lei nº 025/2016, que proibia a inauguração e a entrega de obras públicas incompletas ou que embora concluídas não atendam ao fim que se destina.

Reportagem: Nayara Cristina

Preço do feijão subiu 124% em seis meses no Pará

O custo da cesta básica do paraense no primeiro semestre do ano já registra uma alta acumulada de 19,13%, contra uma inflação de apenas 5,50% estimada para o período. O percentual acumulado foi o terceiro maior registrado entre as 27 capitais brasileiras pesquisadas pelo Dieese-PA (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A alta foi puxada pelo preço do feijão, que já registra aumento de 124,44% em seis meses.

Segundo a pesquisa do Dieese divulgada na manhã desta quarta-feira (6), a maioria dos produtos que compõem a cesta básica do paraense apresentou alta de preços, com destaque para o feijão com reajuste de 124,44%, seguido da farinha de mandioca com reajuste de 62,24%, e da banana com alta de 28,12%. A manteiga com alta de 25,42%, o açúcar com aumento de 18,03% e o óleo com aumento de 14,10% também aparecem na lista. No mesmo período, apenas o tomate teve recuo de preços de 6,28%.

Em junho, os produtos que mais apresentaram alta na cesta básica foram o feijão com aumento de 53,76 %, seguido da manteiga com alta de 6,03%; arroz com alta de 1,53% e açúcar com alta de 1,12%. A única exceção ficou por conta do tomate que teve queda de 4,68%. Uma família padrão paraense, composta de dois adultos e duas crianças, teria de gastar R$ 1.257,8 só na compra da alimentação em junho, segundo o Dieese. Isso representaria cerca de 1,43 salários mínimos.

Pelos número do Dieese, São Paulo foi a cidade que apresentou o maior valor da alimentação básica, com alta de com R$ 469,02; seguida de Porto Alegre com o custo de R$ 465,03 e Florianópolis com o custo de R$ 463,24. No balanço final, Belém ficou entre as 11 capitais mais caras do país.

Reportagem: ORM NEWS

Promotora de eventos morre em acidente no município de Marabá

Um acidente automobilístico na BR-155, em Marabá, tirou a vida da jovem Caroline Gontijo, de 23 anos, na madrugada desta quarta-feira (6), por volta das 4 horas. Ela trafegava sozinha ao volante de um Honda Civic, saiu da estrada e se chocou contra uma árvore. O estado final do veículo, totalmente contorcido, dá mostras da violência do impacto. Segundo testemunhas que tentaram socorrê-la imediatamente ao ocorrido, ela já estava morta ao chegarem ao local.

Carol, como era tratada pelos amigos, era muito conhecida em Marabá, onde nos últimos meses tinha forte atuação como promotora de eventos, gerente de casa noturna e também trabalhos como cerimonialista de eventos. Entre outros, esteve recentemente ajudando na organização do concurso Rainha da Expoama.

O acidente foi justamente no trecho de rodovia entre o Parque de Exposição e o Km 6, na entrada de Marabá. A vítima estava à frente de um dos bares mais movimentados da Expoama este ano, razão pela qual sempre voltava do parque de madrugada, após encerrar as atividades.

A morte dela teve imediata repercussão nas redes sociais, em especial no Facebook, assim como nos grupos de whatsapp, com imagens do veículo acidentado sendo reproduzidas.

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Reportagem: Grupo Correio de Comunicação

20º Festival Folclórico da Amizade acontece neste fim de semana em Parauapebas

De 8 a 10 de julho, acontece na Praça de Eventos e Centro Cultural de Desenvolvimento (CDC), o 20º Festival Folclórico da Amizade, um evento regional que tem como objetivo valorizar a cultura popular paraense-amazônica e integrar os grupos folclóricos da cidade e estados da região norte do País.

Várias atrações culturais prometem movimentar a cidade com Alvorada do Boi Faceiro, Oficinas de Bijuterias regional, Danças folclóricas, Máscaras e Cerâmica, Cortejo cultural com Boi Faceiro de São Caetano de Odivelas, Missa Cabocla, Cine Curta Pará, e apresentação de grupos folclóricos de Parauapebas, Marajó, Ananindeua, Marabá, Cachoeira do Arari, Belém, Soure, Ponta de Pedras, São Miguel do Guamá, São Caetano do Odivelas.

As oficinas e palestras vão contar com a presença de convidados especiais como Monique De Boutteville, doutora em teatro e audiovisual franco-brasileira de teatro em Paris; Josimar Azevedo, doutor em teologia com aprofundamento em antropologia e um dos fundadores da pastoral de cultura do Brasil e coordenador do curso de Produção da PUC. As inscrições para as oficinas podem ser feitas no CDC, Rua F,  de 8h às 12h e de 14h às 18h.

Segundo Clodoaldo Souza, coordenador do Festival, e integrante do grupo local Raízes Parauara, a expectativa é reunir público de 10 mil pessoas nos três dias de evento. “Para conseguirmos trazer o Fest Amizade para Parauapebas, foram três anos de planejamento. Nosso objetivo é chamar atenção do município para a importância de manter a memória dos traços de identidade cultural, reavivar, incentivar e divulgar essa cultura, ao mesmo tempo em que desenvolve esforços no sentido de fortalecer iniciativas dessa natureza”.

O 20º Fest Amizade é uma iniciativa do Grupo Raízes Parauara e tem a Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), como parceira na realização do evento.

Programação:

Dia 08/07 – Sexta-feira

7h – Recepção dos grupos e convidados com  Raízes/roda de carimbó.

9h30 – Apresentação Kuarupinho

14h às 16h- Oficinas (CDC): Bijuterias regional, Danças folclóricas, Máscaras, Cerâmica

17h – Cortejo cultural com (Boi Faceiro de São Caetano de Odivelas)

18h – Celebração Missa Cabocla, Igreja de São Sebastião, Praça Mahatma Gandhi

19h – Cine Curta Pará, Praça de Eventos

19h- Abertura Solene (Raízes Parauara), na Praça de Eventos. Participação dos grupos: Ciranda Brasil, Terra Fértil, Retumbá, Atração Cultural e Roda de Carimbó.

 *Inscrições para as oficinas no CDC, de 8h às 12h e de 14h às 18h.

 Dia 09/07- (SÁBADO)

05h30 – Alvorada Boi Faceiro, Praça Mahatma Gandhi

09h – Seminário “Origem das Danças em uma visão Antropológica e sua relação com a sociedade e Religiosidade”, no CDC

11h30 – Concurso Rei , Rainha  e Miss Gay do Folclore, na Praça de Eventos

18h- Cine Pará, na Praça de Eventos

18h30 – Cortejo Cultural

19h – Apresentações Culturais: grupos Paranativo, Amazônia, Cruzeirinho, Mayrabá, Acauã, Nuaruaques, Mayaná, Sauatá, Raízes Parauara, Na Praça de Eventos

23h30 – Roda de carimbo

Dia 10/07 – (DOMINGO)

05h30  – Alvorada ( Boi Faceiro), Praça Mahatma Gandhi

8h – Ação Cultural na Feira do Rio Verde

18h – Cortejo Cultural, Praça de Eventos

18:30 – Apresentações culturais: grupos Paranativo, Amazônia, Cruzeirinho, Mayrabá, Acauã, Nuaruaques, Mayaná, Sauatá, Raízes Parauara

Hospital Regional de Marabá utiliza protocolo de cirurgia segura para garantir melhor assistência aos usuários

Prestes a entrar no centro cirúrgico para ser submetida a uma cirurgia de retirada de pedra na vesícula, dona Maria Eliane Silvestre, de 48 anos, não escondeu o nervosismo. Já no setor, a vendedora foi se tranquilizando enquanto a enfermeira preenchia a lista de verificação para identificação da usuária, possíveis alergias e o procedimento que seria realizado. Essa etapa é a primeira de três que envolvem as cirurgias realizadas no Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, referência em atendimento de alta e média complexidade.

A checagem segue o roteiro criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa reduzir possíveis danos ao paciente e, ainda, melhorar a comunicação entre os profissionais durante operações. Segundo a OMS, as cirurgias estão associadas a um risco considerável de complicações, porém 50% dos problemas podem ser evitados facilmente.

O diretor geral do Hospital Regional de Marabá, Valdemir Girato, explica que a cirurgia é um trabalho feito em equipe. “Antes de prosseguir para a próxima etapa, o enfermeiro ou técnico de enfermagem que estiver responsável pela checagem da lista, verifica se a equipe concluiu as tarefas previstas em cada fase. Sem dúvida, essa simples medida ajuda a evitar incidentes cirúrgicos”, afirmou o administrador.

A medida integra as ações do Protocolo de Cirurgia Segura, implantado pelo HRSP como parte do Programa Nacional de Segurança do Paciente estabelecido pelo Ministério da Saúde. Outros seis protocolos básicos fazem parte deste programa de assistência segura. São eles: identificação do paciente, prevenção de quedas, segurança na comunicação entre os profissionais da saúde, higienização das mãos, prevenção de lesão por pressão e segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.

Capacitação

Para disseminar a importância de práticas seguras, o Hospital Regional de Marabá mensalmente promove capacitações para os colaboradores da unidade, incluindo os profissionais da área administrativa, ainda que não sejam diretamente responsáveis pela assistência ao usuário. O Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP) é o setor responsável pelo monitoramento e aperfeiçoamento dos processos de gestão e de segurança do paciente.

De acordo com a gerente do NQSP, Patrícia Silva, isso é necessário porque a segurança do paciente não é restrita à equipe assistencial, mas começa desde a chegada dele na unidade. “O envolvimento de todos os colaboradores é importante para garantir a assistência segura ao usuário. Por exemplo, o porteiro da unidade não é enfermeiro nem nutricionista, mas ajuda a evitar infecções hospitalares e a manter a dieta prescrita para o paciente quando orienta familiares ou visitantes a não trazerem alimentos para dentro do hospital”, explica a gerente.

Riscos assistenciais

Além dos protocolos básicos, em junho, o Hospital Regional de Marabá também implantou uma nova classificação de riscos assistenciais. Agora, no momento em que o paciente é admitido na unidade, o enfermeiro se encarrega de identificar se o usuário está suscetível aos riscos de queda, alergia medicamentosa ou lesão por pressão. A indicação é feita por meio de adesivos em diferentes cores fixados na pulseira de identificação do paciente e na cabeceira dos leitos nas enfermarias.

A enfermeira Jennifer Balan, responsável pelo treinamento acerca da nova classificação, comenta que os pacientes também foram orientados sobre os riscos, a fim de que fiquem atentos a situações inseguras. “Assim eles sentem maior segurança no cuidado contínuo oferecido pela equipe multidisciplinar”, explicou Jennifer.

Unidade

Público e gratuito, o Hospital Regional de Marabá é referência em atendimento de média e de alta complexidade para mais de 1 milhão de pessoas em 22 municípios. A unidade possui 115 leitos, dos quais 77 são de internação clínica e cirúrgica e 38 são de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Sua gestão é feita pela Pró-Saúde, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Em 2015, a unidade realizou 22.798 consultas médicas, 213.895 exames, 6.355 sessões de reabilitação, 3.371 internações e 2.790 cirurgias.

Ranking coloca Parauapebas entre as cidades com mais problemas com pipas

De acordo com a Celpa, somente no mês passado, foram registrados 1.352 casos de interrupções do fornecimento de energia no Pará, em função de pipas que ficam enroscadas na fiação elétrica. Esse total representa um aumento de 16% do número de ocorrências em relação a junho de 2015. A maior parte dos registros de interrupção de energia por causa da brincadeira foram contabilizados na Região Metropolitana de Belém, onde aconteceram 626 interrupções só em junho.

O gerente da área de Operações da Celpa, Dagoberto Santos, ressalta que a subida desses números é preocupante. “Nós contamos muito com o apoio da população para que estas ocorrências diminuam. Para ter uma ideia, há duas semanas cerca de 100 mil pessoas ficaram sem energia no bairro do Coqueiro por conta de pipas que enroscaram na fiação. Todo mundo acaba sendo prejudicado. Por isso, nós reforçamos o nosso apelo de que atividade seja praticada o mais longe possível da fiação elétrica, ainda mais agora no mês de julho”, diz o gerente.

No ranking elaborado pela empresa que elenca quais as cidades apresentaram mais casos de falta de energia por causa das pipas no mês de junho, depois da Região Metropolitana de Belém, Parauapebas aparece com 45 episódios. Logo em seguida, vem Salinópolis com 39 casos, seguido de Barcarena com 37, Capanema com 33 e Tucuruí com 31 interrupções motivadas pela atividade.

Na corrente contrária aparece o município de Santarém, que em junho deste ano registrou apenas 16 situações de interrupção por conta das pipas na rede elétrica. Este número está bem longe das mais de 180 ocorrências que foram registradas no mesmo período do ano passado. É uma diminuição de 91% dos chamados de falta de energia em função dos ‘papagaios’. A queda pode ser atribuída a lei que foi sancionada em 2015, que proíbe a comercialização de cerol no município do oeste do Pará.

Em 2015, milhares de pessoas em todo o Pará foram prejudicadas pela prática próximo a fiação: foram mais de cinco mil ocorrências, juntando os meses de janeiro, maio, junho e julho, que são caracterizados pelas férias escolares. Os ‘papagaios’ que ficam enroscadas nos cabos também exigem ações de reparos para retirada das pipas da fiação. Em média, os custos com essa manutenção ficam em torno de R$ 150 mil, que poderiam ser investidos pela Celpa em outras ações de melhoria do sistema elétrico.

ACIDENTES – A interrupção do fornecimento que ocorreu na tarde da última segunda-feira (04), e que afetou diversos bairros da Região Metropolitana de Belém também foi ocasionada por ‘papagaios’. Segundo a Eletronorte, a pane foi provocada porque as linhas das pipas ficaram enroscadas em linhas de transmissão, afetando, assim, cinco subestações da Celpa, entre elas a subestação Reduto, Pedreira, Miramar, Bengui e Grão Pará (que atende o Shopping). Os bairros da Cidade Velha, Reduto, Comercio, Umarizal, Campina, Pedreira, Telégrafo, Sacramenta, Souza e parte do Tapanã e Cabanagem ficaram sem luz. A suspensão durou em torno de 20 minutos

ORIENTAÇÕES – Para evitar qualquer tipo de acidente, a Celpa orienta que as pessoas empinem as pipas em campos abertos, com boa visibilidade e longe de fiação elétrica. A concessionária destaca ainda que as linhas cerol (mistura de cola com vidro moído, em alguns casos até com pó de ferro), ao entrar em contato com a fiação elétrica, também pode provocar um curto-circuito.

Quando as pipas ficarem engatadas na fiação elétrica, jamais deve ser feito qualquer esforço para soltá-las, pois o contato de cabo com o outro pode causar curto-circuito e descargas elétricas, podendo levar o cidadão a morte. Em hipótese alguma deve-se usar barras de ferro, trilhos de cortina, pedaços de madeira e outros materiais que são condutores de eletricidade, para retirar as rabiolas dos fios. Acidentes envolvendo a fiação elétrica podem ser fatais.

Trabalho em mineradoras leva profissionais ao colapso mental

A tarde vai cessando em mais um sábado quente em Catalão, interior de Goiás, a aproximadamente 300 quilômetros (km) da capital Goiânia. Atrás do campus da Universidade Federal de Goiás (UFG), mais de 100 jovens espantam o sertanejo universitário – predominante na cidade – com um rock pesado.

Com uma banda ao vivo e desafinada, o que parecia importar mesmo era o ensurdecedor barulho da bateria e da guitarra fazendo rapazes e garotas, vestidos de preto, pularem sem parar tocando uns aos outros de maneira brusca com os cotovelos.

“Caramba, quanto tempo não faço isso: me divertir”. Pingando suor pelo rosto, o jovem Miguel* senta na calçada, olha ao redor e começa a relatar o sentimento e as histórias de mortes, acidentes e assédio moral que vivenciou nos 14 anos em que trabalhou na mineradora Anglo American, em Catalão.

“[Ali] dentro as coisas são muito tristes. Eu vi três mortes na minha frente por acidente e uma por enfarto. Só eu sofri mais de quatro acidentes”, relembra o jovem que prefere não se identificar.

Com uma rotina de estresse e sem saber se sobreviveria ao dia de trabalho, Miguel ainda enfrentava uma cobrança dos supervisores. “Eu tenho depressão por conta do assédio moral. Trabalhava sendo xingado de ‘desgraçado’, ‘burro’, ‘idiota’ pelos chefes”, relatou.

O sorriso do ex-funcionário da Anglo e mesmo a calma expressada naquela tarde não eram naturais. “Tomo remédio controlado diariamente. Passei por mais de 400 terapias nos tempos de trabalho na Anglo American e ainda hoje necessito de análise. Minha situação de instabilidade emocional é crônica, se eu parar de tomar remédio volto a ter crises de pânico, raiva, ansiedade e depressão”, reclama.

Miguel também teve o metabolismo alterado pelo ritmo de trabalho na mineradora. “Eu rodava muito turno, ou seja, trabalhava alguns dias de noite e outros de dia. Por causa disso, a minha fisiologia não acompanha mais o ritmo normal da vida. Na madrugada, eu estou acordado e durante o dia eu tenho sono”, lamenta.

Bafômetro 

O índice de alcoólatras, usuários de drogas e de trabalhadores que começaram a fazer uso de remédios controlados em mineradoras tem aumentado nos últimos anos.

Pesquisa divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos do Ouro e Metais Preciosos e de Minerais não Metálicos (Metabase) de Carajás mostrou que 200 trabalhadores da região que trabalham dirigindo caminhões usavam remédios diariamente para dormir e contra o estresse sem conhecimento da empresa. Esses veículos, chamados de fora de estrada, geralmente, pesam 300 toneladas com dejetos e minérios.

“Você colocar um caminhão daquele tamanho na mão de um funcionário que toma remédio controlado é um risco gigante. Detalhe, a empresa não sabe, o trabalhador omite porque pode ser demitido”, diz Marta Freitas, diretora da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.

Além dos medicamentos, o álcool tem funcionado como um meio de resignação dos mineradores. “O uso exacerbado do álcool e de drogas é uma realidade entre os trabalhadores da mineração para poderem dormir e, principalmente, aguentarem a labuta diária pesada”, denuncia Lourival Araújo Andrade, do Instituto Brasileiro de Educação, Integração e Desenvolvimento Social (Ibeids).

Um exemplo disso é a cidade de Parauapebas, no estado do Pará. Segundo pesquisas do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre consumo nas cidades paraenses, a alimentação é o primeiro item de consumo das famílias. No município do sul do estado, por outro lado, os produtos alcoólicos despontam como despesa prioritária.

Para coibir tal situação, em Catalão, a Anglo American passou a adotar o uso de bafômetro e teste toxicológico de maneira obrigatória em todos os turnos. Os trabalhadores seriam escolhidos para os exames através de sorteios.

Rosivaldo* reclama de perseguição.“Dizem que é aleatório a escolha de quem será submetido aos testes, mas já me chamaram para fazer o teste do bafômetro quatro vezes em uma mesma semana”, relatou o empregado que também prefere não se identificar.

Para aqueles que se recusam, a demissão é questão de tempo. “Alguns não fazem, aí piora a situação, porque passam a ser taxados de bêbados e drogados, até que não aguentam mais tanta humilhação e pedem para sair”, protesta o funcionário.

Para Marta Freitas, “exames antidoping não resolvem o problema, além de ser uma prática ilegal, pois o uso de bafômetro” somente é autorizado pela lei de trânsito”, esclarece.

Procurada pela reportagem, a Anglo American disse que “tem mecanismos para evitar que situações de assédio moral aconteçam em suas dependências e caso ocorram, há canais de comunicação para que os empregados e contratados possam denunciá-las”.

A empresa também afirmou que implementou “a Política de Álcool e Drogas com o objetivo de identificar casos em que os empregados não estejam aptos a trabalhar em ambiente industrial, para assim contribuir para reduzir riscos associados à segurança dos próprios empregados. Essa política prevê testagem por amostragem e caso seja detectado consumo de álcool e drogas, o empregado é encaminhado para aconselhamento. O resultado da testagem é confidencial. [Não há casos de demissão associados ao teste]”, segundo a mineradora.

Reportagem: Márcio Zonta

Passar “dez anos sem férias” é condição comum na mineração brasileira, diz sindicato

A atividade de mineração é a mais letal para trabalhadores no Brasil, apontam dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Somados os casos de mutilação, morte e doença, os principais estados mineradores no Brasil – Goiás, Minas Gerais e Pará – tornaram-se os mais perigosos para acidentes fatais no trabalho.

De 2000 a 2010, a Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro) constatou que o Índice Médio de Acidente Geral no Brasil foi 8,66%. Já o indicador médio de acidente da mineração, em Minas Gerais, por exemplo, foi 21,99%, quase três vezes maior que a média nacional.

O ambiente da mineração é caracterizado por poucos trabalhadores assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por um grande número de terceirizados, uma organização sindical aliada às mineradoras e uma insuficiente fiscalização pelos órgãos públicos. O setor emprega 3 milhões de pessoas, dos quais 1,5 milhão são terceirizados e apenas 500 mil têm carteira assinada, segundo dados da Frente Sindical Mineral.

Para entender esse universo, o Brasil de Fato percorreu os principais estados mineradores do Brasil, onde atuam, principalmente, as empresas Vale, Anglo American e o grupo Votorantim, para conversar com trabalhadores, averiguar a inconsistência de laudos elaborados por essas empresas e verificar a insegurança do trabalho na mineração.

Confira a reportagem:

Histórias de morte, depressão, alcoolismo, doenças, assédio moral foi a realidade encontrada pela reportagem em Goiás, no Maranhão, em Minas Gerais e no Pará.

A noite cai e se aproxima o fim do domingo na cidade de Conceição de Mato Dentro, no interior mineiro.

Rúbia Soares, de 34 anos, abre a porta que dá para a acanhada garagem da casa, ajeita os cabelos e vai até a calçada, onde lança um olhar para a esquina, à direita da rua.

“Atrasado como sempre”, diz. “Se ele não chegar muito cansado quero ver se vamos passear com os meninos. Ele quase não tem tempo para nada”, resmunga.

Passados quarenta minutos da espera de Rúbia no portão, um rapaz magro e de estatura mediana desponta na esquina. Com passos largos, ele chega rapidamente em casa. “Oi, amor”, exclama a moça e eles se abraçam. “Podemos dar uma volta hoje, ir comer um lanche com os meninos?”, pergunta Rúbia.

A resposta vem imediata. “Sem condições, quero tomar um banho e dormir”, fala o marido de 41 anos, Gilberto Mendes, estafado, depois de um dia de quase 12 horas de trabalho na mineração.

O cansaço de Gilberto não é para menos, ele está há dez anos sem férias. Como sempre trabalhou em empresas terceirizadas que prestam serviços às mineradoras de Minas Gerais, sobretudo, para a Anglo American e a Vale, ele consegue fazer apenas contratos de trabalho de um ano ou um pouco mais.

“Meus contratos não duraram mais de dois anos, isso já faz dez anos. Vivo há dez anos, desde que ingressei na mineração, só para trabalhar, nunca parei para ter um mês de descanso”, desabafa Gilberto, já se preparando para dormir, às 21 horas de um domingo depois de um prato cheio de macarrão.

Atualmente, no Brasil, existe um universo de três milhões de trabalhadores na mineração. Com carteira assinada, 500 mil. A atividade abarca mais de 1,5 milhão de funcionários terceirizados, segundo dados da Frente Sindical Mineral.

Em outubro de 2013, o Ministério Público do Trabalho (MTE) classificou como ilícita a terceirização da empresa Tetra Tech para fazer a implantação do projeto Minas-Rio, o maior mineroduto do mundo, ligando o município mineiro de Conceição de Mato Dentro ao Rio de Janeiro.

O órgão entendeu que os 435 operários que trabalhavam para a Tetra Tech desempenhavam atividade-fim e deveriam ser contratados diretamente pela Anglo American. Desses, 67 eram submetidos a condições análogas à escravidão.

A empresa Vale segue o mesmo exemplo da Anglo. Quando era estatal, contava com um quadro de aproximadamente 30 mil trabalhadores diretos somente em Minas Gerais. Após privatização, o número de trabalhadores passou para mais de cem mil, mas, na grande maioria, são terceirizados.

“É comum trabalhador, hoje, na mineração estar com mais de dez anos sem férias, porque o contrato é de um ano, vence, ele é contratado de novo pela mesma ou outra empresa e perde esse direito. Não tem benefício nenhum a terceirização”, diz Marta Freitas, Diretora da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.

Procurada pela reportagem, a Vale disse que “não pode ser responsabilizada por contratações e/ou demissões de funcionários de empresas contratadas para a execução de trabalhos específicos. Essas pessoas são empregadas dessas empresas, não da Vale”.

A empresa também afirmou que “exerce intensa fiscalização para garantir que as empresas contratadas cumpram com todas as suas obrigações legais, e que desconhece “que alguma empresa terceirizada esteja adotando práticas irregulares na contratação de mão de obra”.

Precarização

Nos últimos cinco anos, Jorge Luis Almeida, de 36 anos, foi demitido oito vezes das empresas de mineração terceirizadas de Minas Gerais, que prestam serviços para mineradora Samarco e Vale.

O fato parece inusitado, mas é comum na região. Ao procurar emprego em outras terceirizadas das mineradoras, ele conseguiu nova ocupação. Em três dessas ocorrências de demissão, no entanto, a chefia permaneceu a mesma do contrato anterior e ele continuou atuando no mesmo serviço.

“Demitiam de uma empresa, eu ia procurar vaga em outra e era contratado para a vaga que eu mesmo tinha sido mandado embora, só mudava o uniforme e o salário que sempre diminuía”, conta o trabalhador.

Anízio Alves Teixeira, presidente da Associação de Trabalhadores da Mineração (ATM), relata que os terceirizados migram constantemente de uma empresa para outra desempenhando a mesma função, mas com benefícios cada vez menores a cada recontratação.

“O trabalhador da mineração terceirizado vai pulando de terceirizada em terceirizada, dentro de uma grande empresa. E toda a vez que ele é demitido, no próximo emprego, o salário é menor, as condições de trabalhos piores e com pouquíssimos direitos”, denuncia.

Para o sociólogo Tádzio Peters Coelho, pesquisador do grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (PoEMAS) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), essa foi umas das estratégias da mineradora Vale para acentuar a exploração da classe trabalhadora na mineração e aumentar lucros nos últimos anos.

“A Vale manda o funcionário embora e no outro dia ele volta a trabalhar para ela via terceirização, mas sem os direitos que tinha quando funcionário da empresa”, critica.

A mineradora, contudo, alega que não está aumentando seu nível de terceirização. “Ao contrário: algumas atividades que antes eram executadas por terceiros foram primarizadas. Repudiamos qualquer acusação sobre desrespeito à legislação trabalhista por parte da Vale. Cumprimos rigorosamente nossas obrigações legais e investimentos na qualificação dos nossos empregados”.

Morte como consequência

Os terceirizados também são os que mais sofrem com a letalidade do trabalho nas mineradoras. “Para cada dez mortes na mineração, oito são de terceirizados”, revela Anízio Teixeira.

No maior crime ambiental da história do Brasil provocado pela mineradora Samarco, cujo rompimento da barragem do Fundão devastou parte do município de Mariana, em Minas Gerais, os funcionários terceirizados foram a maioria entre as vítimas fatais. De 14 mortos, 12 eram terceirizados.

Entre eles, estava Aílton Martins dos Santos, de 43 anos, que há dois meses trabalhava no complexo de barragens da Samarco, terceirizado na empresa Integral.

Maria Julia Andrade, da coordenação nacional do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), de Minas Geras, classifica o ocorrido como um crime. “Aílton, lamentavelmente, foi vítima da tragédia ocorrida no dia 5 de novembro de 2015. Tragédia que já era anunciada e que, como atesta o inquérito da Polícia Civil, pode ser enquadrada como um crime doloso”, destaca.

Procuradas pela reportagem, as empresas Anglo American, Samarco e Tetra Tech não responderam as perguntas do Brasil de Fato.

Reportagem: Márcio Zonta / Brasil de Fato

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