Diretor da Vale diz que empresa vai doar R$ 100 mil para quem teve parente morto na tragédia

Para prevenir tragédias ambientais semelhantes as que ocorreram em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, na semana passada, ambas no Estado de Minas Gerais, o governador Helder Barbalho instituiu, na manhã desta segunda-feira (28), no Palácio do Governo, um Grupo de Trabalho (GT) formado por órgãos das diferentes esferas e que têm interesse na questão. O coletivo pretende analisar as atuais condições das 91 barragens de mineração existentes no Pará e estudar mecanismos para o estabelecimento de um plano estadual de prevenção a desastres ambientais.
Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Mauro Ó de Almeida, o Pará conta, hoje, com 64 barragens de mineração cadastradas no Plano Nacional de Segurança de Barragens, comandado pela Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão da esfera federal que classifica e fiscaliza esse tipo de empreendimento. Outras 27 não estão cadastradas nesse plano. A ideia do GT capitaneado pelo Governo do Estado é acompanhar e monitorar não só as barragens inseridas no plano, mas todas, com especial atenção para as 18 classificadas como de alto risco pela ANM, embora neste momento não haja indicativo de motivo de preocupação pelo Governo do Estado com relação a essas construções. Uma delas é a barragem de Sossego, em Canaã dos Carajás, sudeste paraense.
“Não estamos, aqui no Pará, diante de nenhum risco iminente de ruptura. A população pode ficar tranquila. A ideia aqui é justamente nos anteciparmos a qualquer possibilidade de um evento como os que aconteceram em Minas Gerais. Para isso, precisamos reunir as informações dos diferentes órgãos estaduais, federais e municipais e buscar mecanismos para um monitoramento eficaz dessas barragens”, resumiu.
O secretário esclareceu que muitas dessas informações já podem até estar em poder da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), mas, como o processo de transição do governo passado para este não ocorreu com a transparência desejada, ainda é preciso levantar esses dados.
Ele adiantou ainda que, nos próximos cinco dias, os órgãos envolvidos no GT, como os Ministérios Públicos Estadual e Federal; a Universidade Federal do Pará (UFPA); a Secretaria de Desenvolvimento, Mineração e Energia (Sedeme); a Defesa Civil Estadual, entre outros, deverão indicar os nomes dos seus representantes no grupo para que o trabalho de campo seja efetivamente iniciado, com prazo inicial de conclusão para 60 dias, prorrogáveis por mais 60.
“Primeiramente, o grupo vai realizar o levantamento dos relatórios apresentados pelas empresas à ANM e os documentos da própria Agência para fazermos a avaliação do atual estado dessas barragens. Posteriormente, se necessário, podemos fazer vistorias in loco, mas a ideia é chamar técnicos de renome, das universidades, para que eles possam também nos esclarecer sobre as melhores técnicas de construção e manutenção de barragens e sobre como possamos fazer um monitoramento mais eficiente”, frisou.
Mauro Ó de Almeida também pontuou as diferenças entre o Estado de Minas Gerais e o Pará, no que tange à exploração minerária, ressaltando que os riscos de ocorrerem desastres semelhantes aos de Mariana e Brumadinho, no nosso território, são bem menores. “É preciso lembrar que a exploração de minério em Minas Gerais é secular, enquanto no Pará não chega nem a 50 anos, logo, aqui, as nossas barragens são muito mais jovens, além da nossa topografia e relevo serem também bem diferentes das de Minas”, acrescentou.
O procurador-geral de Justiça do Pará, Gilberto Valente Martins, participou da reunião, representando o Ministério Público Estadual (MPE), assim como o procurador da República, Ricardo Negrini, como representante do Ministério Público Federal (MPF). Também estiveram na reunião o titular da Sedeme, Iran Lima; o vice-reitor da Universidade Federal do Pará, Gilmar Silva; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Hayman Souza; o coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual, coronel Jaime Benjó; o auditor geral do Estado, Giusepp Mendes, e o procurador geral do Estado, Ricardo Sefer.
Boletim de Monitoramento Especial do Rio Paraopeba elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) prevê que a lama com rejeitos de barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, alcance, entre os dias 15 e 20 de fevereiro, a Usina Hidrelétrica de Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco, região central do estado de Minas Gerais.
A nascente do Paraopeba está localizada no município de Cristiano Otoni, mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, e a foz, na represa de Três Marias, no municío de Felixlândia.
De acordo com boletim da CPRM, a “água turva” percorre a Rio Paraopeba a uma velocidade de 1 km/hora. Amanhã à noite (29), os rejeitos deverão alcançar o município de São José da Varginha e, entre os dias 5 e 10 de fevereiro, a Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu.
Diariamente, o CPRM emite dois boletins sobre as águas contaminada do Rio Paraopeba, um a partir das 11h e o outro a partir das 17h. A previsão da velocidade dos rejeitos é baseada em dados observados/coletados em campo, considerando as características da bacia hidrográfica.
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Um policial militar de Itaituba, sudoeste paraense, acabou ficando gravemente ferido em um acidente com uma viatura do do motopatrulhamento, enquanto perseguia um suspeito pela rodovia BR-163 na tarde deste domingo (27). O cabo Josiel Batista Dias, de 32 anos, acabou sendo atingido por uma carreta e perdeu o controle de sua motocicleta. Com a queda, o militar fraturou três costelas.
Segundo o major Pedro, oficial do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), a guarnição havia feito a prisão de uma traficante no distrito de Morares Almeida quando começaram uma perseguição a um comparsa dela. Ele seguia em uma motocicleta Honda Pop, e o cabo Josiel, do motopatrulhamento, o seguiu de perto.
Em determinado trecho, o PM foi atingido por uma carreta e lançado para o acostamento, onde caiu.
O motorista do veículo pesado prestou assistência ao PM, assim como outros policiais. Segundo o comandante, o cabo está em observação no Hospital Municipal de Novo Progresso e não sofre maiores riscos além das costelas quebradas e algumas escoriações.
Após o incidente, o suspeito que era perseguido foi capturado e apresentado na delegacia do município.
O principal indicador da bolsa brasileira, a B3, fechou em queda nesta segunda-feira (28), puxado pelo recuo de 24% das ações da Vale. O mercado reagiu na primeira sessão após o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG) na sexta-feira (25), quando a bolsa não operou em razão do feriado de São Paulo.
O Ibovespa caiu 2,29%, aos 95.443 pontos. Veja mais cotações.
pontospontos28/12/20182/1/20193/14/17/18/19/110/111/114/115/116/117/118/121/122/123/124/128/185k87,5k90k92,5k95k97,5k100k
No entanto, apesar da queda, analistas apontam que a tendência para o Ibovespa em um prazo mais longo ainda é positiva. “A visão para o Ibovespa segue positiva”, disse ao Valor Online Victor Candido, economista-chefe da Guide Investimentos. “Mexe um pouco com as projeções no curto prazo, mas nada que provoque revisões nas projeções para o Ibovespa no fim do ano”.
Além da reação do mercado ao incidente com a barragem, o cenário externo desfavorável também pesava sobre o desempenho da bolsa brasileira, com temores a respeito do ritmo da economia global e quedas no setor de commodities, como o petróleo.
em R$cotação28/12/20182/13/14/17/18/19/110/111/114/115/116/117/118/121/122/123/124/128/14045505560
As ações da Vale (VALE3) chegaram a entrar em leilão no início da sessão. Com o forte recuo desta segunda, a empresa perdeu R$ 69,4 bilhões em valor de mercado.
A mineradora tem peso de 11,39% na composição do Ibovespa. As ações do Bradespar, acionista da Vale, caíram 24%.
As preocupações sobre a Vale também afetam os papéis da empresa no exterior. Pela manhã, chegaram a recuar 16% no pré-mercado(negociações antes da abertura do pregão) da bolsa de Nova York (ADRs). Na sexta-feira, caíram 8%.
A empresa anunciou nesta segunda que seu conselho de administração decidiu suspender o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (remuneração aos acionistas) e de remuneração variável (bônus).
Desde o incidente, 4 decisões judiciais já bloquearam R$ 11,8 bilhões em recursos da Vale, além de multas no total de R$ 350 milhões.
Diversos bancos e instituições financeiras estrangeiras já cortaram suas recomendações para os ativos da empresa, incluindo Jefferies, HSBC, BMO e Macquarie, entre outros, destaca o Valor Online.
Para o economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, o incidente gera duas dúvidas principais entre os investidores. “Uma, de curto prazo, que diz respeito a quanto vai custar para os acionistas essa nova tragédia. Outra, de longo prazo, que nos remete ao potencial de novos colapsos nas outras barragens”, disse em nota. “Ainda que os problemas de curto prazo sejam resolvidos com um soluço de 5% a 10% nos preços das ações, os de longo prazo não são facilmente precificáveis.”
A agência de risco S&P colocou a nota de crédito da empresa e de suas subsidiárias em observação para rebaixamento na noite de sexta-feira (25), citando as implicações negativas do desastre. A agência declarou que pode cortar a nota em vários níveis, a depender de multas e da possível perda da licença de operação na área afetada.
As ações da Petrobras também têm dia de queda, com o papel ordinário (PETR3) caindo 2,92% e o preferencial (PETR4), 2,62%. O dia é marcado pela queda dos preços do petróleo no exterior e pela repercussão de encontro do novo presidente da empresa, Roberto Castello Branco, com analistas na última sexta-feira.
Já as ações do Bradesco e do Itaú Unibanco fecharam em alta, ajudado a limitar as perdas do Ibovespa devido ao peso importante que têm sobre o índice.
Os equipamentos trazidos de Israel para Brumadinho (MG) “não são efetivos para esse tipo de desastre”, disse o comandante das operações de resgate, o tenente-coronel Eduardo Ângelo.
“O ministro de Israel se pronunciou a respeito das dificuldades que eles tiveram. O imagiador que eles têm pegam corpos quentes, e todos os corpos [na região] são frios. Então esse já é um equipamento ineficiente”.
Indagado sobre o que outros equipamentos israelenses podem ser usados nas buscas, o comandante afirmou: “Dos equipamentos que eles trouxeram, nenhum se aplica a esse tipo de desastre”.
O militar reconheceu que o detector de imagens poderia ser eficaz para localização de sobreviventes, pois capta o calor humano. Porém, nenhum sobrevivente foi localizado pelas buscas das últimas 48 horas. “O que faz [constitui] a imagem é a temperatura. Quando a temperatura está homogênea, é como se não houvesse nada no solo”.
O comandante, porém, disse que o apoio dos israelenses é importante e funciona “como mão-de-obra”. “As equipes de campo estão acompanhadas pelas equipes dos bombeiros de Minas Gerais.”
O comandante voltou a dizer que são pequenas as chances de localização de sobreviventes.
“O que a literatura fala é que depois de 48 horas, a chance é quase nula. Mas existem registro de pessoas que foram encontradas vivas dias depois, mas é um ponto fora da curva. A experiência mostra que a cada dia que passa, a chance é menor”.
Representante palestino pede que Brasil mantenha embaixada em Tel Aviv
Em reunião com o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, pediu hoje (28) que a Embaixada do Brasil em Israel seja mantida em TelAviv, e não transferida para Jerusalém. O tema está em discussão no governo federal.
“[O assunto] será estudado pelas altas autoridades brasileiras, e esperamos que não aconteça. Isso está em discussão, em discussão muito longa”, disse o palestino. Para o embaixador, a transferência pode ser “danosa”. “Isso vai ser danoso para israelenses, para palestinos, para o Brasil, para o mundo inteiro, para a paz. Assim, esperamos que não aconteça.”
A Vale informa, nos termos da Instrução CVM nº 358/2002, conforme posteriormente alterada, que foi intimada de decisões liminares proferidas em requerimentos de tutela antecipada formulados pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais e pelo Estado de Minas Gerais, em decorrência do rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão. Os juízes de plantão das comarcas de Belo Horizonte e Brumadinho acataram os pedidos de indisponibilidade e bloqueio do valor total de R$11.000.000.000,00 (onze bilhões de Reais) da Vale, e determinaram que a empresa adote as medidas necessárias para garantir a estabilidade da barragem VI do Complexo Mina do Córrego do Feijão, se responsabilize pelo acolhimento e integral assistência às pessoas atingidas, dentre outras obrigações.
Adicionalmente, a Vale informa que foi intimada da imposição de sanções administrativas pelo IBAMA e pelo Estado de Minas Gerais, no valor de R$ 250.000.000 (duzentos e cinquenta milhões de Reais) e 27.590.773,62 UFMG (aproximadamente R$ 99.139.167,77), respectivamente.
A estudante Gabryella Sampaio Justino de 19 anos, que é filha do administrador de empresas Ivair Justino e da escrevente cartorária Rosangela Sampaio, residentes em Parauapebas, foi a 1ª colocada no curso de medicina pela Universidade do Estado do Pará – UEPA – Polo Marabá.
Gabryella que é paraense cursou parte do ensino fundamental e todo o ensino médio em Parauapebas na escola municipal Cecilia Meireles, nos colégios Objetivo e Sophos, estava fazendo cursinho em Brasília/DF, quando se inscreveu pelo Prosel, sistema que classifica os candidatos para a UEPA.
A estudante concorreu pelo sistema de vagas em “ampla concorrência”, onde foram inscritos aproximadamente 900 alunos para 40 vagas disponíveis.
Este ano na Universidade do Estado do Pará (UEPA), a concorrência do Processo Seletivo (Prosel) 2019, foi bastante significativa. Ao todo, 86.040 alunos se inscreveram, e os cursos mais concorridos foram: medicina, enfermagem, biomedicina, fisioterapia e design.
A jovem Gabryella já havia passado em medicina na UniEvangélica em Anápolis/GO e na Faciplac – Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central de Brasília/DF, e nestas, ela teve que desistir, porque seus pais não tinham recursos para custear as despesas de uma faculdade particular de medicina que é muito alto.
Apesar do bom desempenho, que lhe garantiu o primeiro lugar na UEPA, ela não irá ocupar a vaga conquistada, isso em função de também ter conseguido alcançar nota suficiente, através do SISU, para outra entidade da qual ela sempre sonhou, que é a Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), uma instituição pública voltada exclusivamente para a formação de médicos e enfermeiros no Distrito Federal.
Segundo Gabryella, o sucesso do resultado da classificação é atribuído ao apoio que sempre teve de seus pais, e seu foco nos estudos. Ela disse ter abdicado de muitas coisas para estudar e não escolhia dia, nem hora. Feriado, fim de semana eram sempre dedicados à busca pelo conhecimento.
Além da caloura em medicina, os pais de Gabryella, têm outras duas filhas, a mais velha que é cirurgiã dentista em Brasília, outra que está cursando odontologia também na Capital Federal, e agora desfrutam da alegria de ter, uma futura médica na família.
A Vale informou, por meio de nota, que não autoriza ninguém a falar em nome da empresa após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
O texto foi divulgado nesta segunda-feira (28) após o defensor da companhia, Sergio Bermudes, declarar que a Vale “não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade” e que, por isso, a diretoria não se afastaria de seu comando “em hipótese alguma”.
“A Vale esclarece que não autorizou nem autoriza terceiros, inclusive advogados contratados, a falar em seu nome. A Vale volta a ressaltar, de forma enfática, que permanecerá contribuindo com todas as investigações para a apuração dos fatos e que esse é o foco de sua diretoria, juntamente com o apoio às famílias atingidas”, diz a íntegra da nota.
Bermudes afirmou que “não houve negligência, imprudência, imperícia”.
A TRAGÉDIA
Uma barragem da mineradora Vale se rompeu e ao menos uma transbordou nesta sexta-feira (25) em Brumadinho, cidade da Grande Belo Horizonte, liberando cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro no rio Paraopeba, que passa pela região. A lama se estende por uma área de 3,6 km2 e por 10 km, de forma linear.
Até a manhã desta segunda-feira (28), 60 corpos haviam sido encontrados. Desses, 19 já foram identificados, segundo a Polícia Civil de Minas. Até o momento, foram resgatadas 192 pessoas pelos bombeiros. Há 292 desaparecidos, segundo a Polícia Civil de Minas Gerais.
Nesta segunda, as forças de segurança que trabalham nas operações de busca se reuniram com a equipe israelense que chegou na noite de domingo para auxiliar no resgate, e com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Espera-se que os 136 militares agilizem o processo de retirada de vítimas somados aos 280 bombeiros. Entre os equipamentos trazidos de Israel estão sonares que podem detectar sinais de celular a até três metros de profundidade e distinguir a lama de outras substâncias, como corpos.
O operador de máquinas Wesley Eduardo de Assis, namorado da paraense Lenilda Andrade, 36, também está entre os desaparecidos após o rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho-MG, na última sexta-feira (25). O casal teria se conhecido no ambiente de trabalho – eles estariam juntos desde o ano passado. A informação foi divulgada por familiares de Lenilda. Wesley é natural de Minas Gerais.
As buscas pela paraense e por Wesley estão sendo acompanhadas de perto por familiares da técnica de planejamento, que desembarcaram nesse final de semana na cidade localizada no interior de Minas Gerais. Em um comunicado divulgado nas redes sociais, a família de Lenilda mostrou indignação com as falta de respostas da empresa sobre como estão ocorrendo as buscas por eventuais sobreviventes.
Até o final da manhã desta segunda-feira (28), 60 mortes foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros após o rompimento da barragem. O número de desaparecidos chega a 292.
Após o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, na última sexta-feira (25), uma reunião extraordinária foi convocada para a manhã desta segunda-feira (28), no Palácio do Governo, em Belém, com a presença do governador Helder Barbalho – entre outras autoridades envolvidas em projetos ou ações de fiscalização do meio-ambiente, na região. Durante o encontro, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do estado, Mauro Ó de Almeida, apontou uma barragem localizada em Canaã dos Carajás-PA, como de potencial risco.
Trata-se da barragem da mina de Sossego, também pertencente à Vale, localizada no sudeste do Pará. “Não há uma barragem que mais preocupa. Temos algumas barragens com mais de 40 metros de altura e algumas de pequeno ou médio porte com potencial dano associado. Isso não quer dizer que exista alguma com mais urgência. A barragem de Sossego (em Canaã dos Carajás) é uma delas. As outras nós estamos fazendo um levantamento para das uma informação mais correta sobre elas”, disse.
“Formamos um grupo de trabalho para estudar alternativas e verificar as condições das barragens. O primeiro órgão fiscalizador das barragens é a Agência Nacional de Mineração. No caso da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, nós fazemos o licenciamento das obras. Também atuar juntos para validar e verificar os relatórios apresentados”, explicou o secretário.
Nos próximos dias, eventuais ações de fiscalização nas barragens paraenses podem ser divulgadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). No momento, segundo o cadastro do Departamento Nacional de Produção Mineral, o estado possui 66 barragens na região.
Assista:
vagas ofertadas pela Prefeitura de Porto de Moz traz oportunidades destinadas à profissionais com formação em todos os níveis de escolaridade. Os interessados em ingressar no quadro de pessoal da Prefeitura podem candidatar-se até o dia 10 de março de 2019, diretamente no endereço eletrônico da Funrio, empresa responsável pela organização do certame.
Tomé-Açú
A Prefeitura Municipal de Tomé-Açu – PA fará Concurso Público de Provas e Títulos para provimento de Servidores Públicos para o quadro de pessoal permanente do Município. Estão sendo ofertadas 755 vagas, para todos os níveis de escolaridade dos profissionais a serem contratados. As inscrições devem ser realizadas até 14 de fevereiro de 2019, exclusivamente no site do Instituto Machado de Assis.
Ufopa
A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) disponibiliza o Processo Seletivo que tem como intuito contratar um profissional de nível Superior para o cargo de Professor Substituto do Magistério Superior. A vaga é para a área de Arqueologia Histórica no Instituto de Ciências da Sociedade (ICS). A inscrição é gratuita e deve ser feita até o dia 4 de fevereiro de 2019, via internet, no site da universidade.
UFPA
A Ufpa disponibiliza 37 vagas para docentes. Os candidatos interessados devem se inscrever até o dia 11 de fevereiro de 2019, por meio do site do Ceps. A primeira etapa de classificação será de Prova Escrita, Didática e Memorial, já a segunda consta de Julgamento de Títulos.
CPC Renato Chaves
O edital do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves oferta 95 vagas em cargos de níveis Médio e Superior. As inscrições podem ser feitas até o dia 11 de fevereiro de 2019, por meio do site da Fadesp, realizadora do certame.
Idam
O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) realiza concurso público para preencher 277 vagas e formação de cadastro reserva. As oportunidades são para cargos de nível fundamental, médio e superior, com remuneração de até R$ 6.570,95 mais gratificação de curso para quem concluiu especialização, mestrado ou doutorado, ou gratificação de Extensão e de Defesa Sanitária (Geds) para todos os níveis de escolaridade. As inscrições podem ser feitas até o dia 30 de janeiro, pelo site do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação, organizador da seleção.
A tia de Lenilda Cavalcante Andrade, a paraense que trabalhava em Brumadinho e está desparecida, conta que a espera por respostas tem sido angustiante. Dona Maria das Graças Ramos diz que não só ela, mas vários familiares de pessoas desparecidas, estão enfrentando um atendimento confuso, desinformado e lento. Para ela, chega a ser desrespeitoso. Vídeos, listas de nomes e informações sem checagem e sem filtro rondam as redes sociais digitais dos parantes das vítimas, desesperando a todos ainda mais.
Lenilda era técnica em planejamento da Vale. Nascida em Tucuruí, tem 36 anos e já morou em Parauapebas, onde parte de sua família reside. Ela trabalha há três anos em Brumadinho, onde também mora o filho dela, de 19 anos. O nome dela consta na lista de funcionários da Vale, que permanecem sem contato. Essa lista é atualizada constantemente, conforme a empresa consegue identificar pessoas resgatadas ou mortas.
Pela falta de informações mais precisas, parte da família da paraense está percorrendo hospitais da região metropolitana de Belo Horizonte por conta própria. Enquanto isso, dona Maria segue atualizando a família com informes de tudo o que tem ocorrido durante as buscas. Os relatos nem de longe são reconfortantes. Para ela, a desinformação e desorganização no atendimento às famílias dá margem para informações falsas.
“Teve um rapaz dando uma entrevista, sobre parentes dele, mostrando vídeos de pessoas sobre a lama, mortas, É uma situação difícil. Vemos o Corpo de Bombeiros parado, conversando, enquanto estamos em desespero com essa situação”, relata.
A opinião da tia de Lenilda sobre o trabalho do Corpo de Bombeiros foi mudando. No começo, considerava a todos heróis. Mas agora, acha que falta coordenação no trabalho, organização e empenho.
“O rapaz que estava dando a entrevista acha um descaso. Eu também acho. Depois de tudo o que aconteceu, mobilizaram até Israel. Dá para entender que a cidade vai ficar só uma carniça. Ninguém dá informações corretas. Sei que o pessoal está trabalhando incansavelmente, são heróis, mas nosso país não tem condições de cuidar desse cenário”, conclui Maria das Graças.
A Vale vem sendo questionada, pela Redação Integrada de O Liberal, desde sábado, para confirmar quantos outros paraenses estão entre os desaparecidos. Ou entre os mortos. Até agora, essa informação não foi repassada, apesar de ser uma informação essencial que poderia ser obtida do departamento de Recursos Humanos da empresa.
“O Pará, que tem uma forte vocação mineral, precisa ter clareza e absoluta tranquilidade sobre a situação de suas barragens após o que aconteceu em Brumadinho”. Com essa afirmação, feita esta manhã pelo governador Helder Barbalho, foi anunciada há pouco a instalação de um grupo de trabalho com o intuito de, preventivamente, verificar a situação das barragens do Pará. O Estado tem 93 barragens, entre as quais apenas 66 estão inseridas Política Nacional de Segurança de Barragens. Dessas, 18 preocupam por apresentarem potenciais riscos a populações e ao ambiente.
Helder convidou o Ministério Público do Estado (MPE) e o Ministério Público Federal (MPF) a participarem do grupo de trabalho – que, entre outros membros, terá coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), e terá 60 dias para apresentar resultados.
BALANÇO
Diagnóstico da estrutura das barragens é um dos objetivos do grupo. “Há no Pará barragens com até 42 metros de altura – o equivalente a prédio de mais de 100 andares”, disse na reunião o titular da Semas, Mauro Ó de Almeida, que ainda não citou o nome e a localização dessa barragem.
O titular do MPE, Gilberto Martins, parabenizou a iniciativa do governador. “É importante Estado sair à frente e verificar vulnerabilidades, para que não ocorra o que houve (no ano passado) com as barragens de contenção da Hydro”, avaliou.
Helder avaliará a situação das 27 barragens que ainda não estão inseridas na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) – que hoje só monitora 66 barragens.
Que fique claro de uma vez por todas: aquela foto que você viu nas redes sociais de uma menina gritando, solitária, no meio da lama não tem qualquer relação com o terrível desastre ocorrido em Brumadinho na última sexta-feira (25). O mesmo acontece com a chocante imagem de uma grávida, ainda jovem, dona de um barrigão, deitada de lado e totalmente coberta por lama que você recebeu no WhatsApp. Ela também não estava em Minas Gerais quando a barragem da Vale rompeu, levando terror à região metropolitana de Belo Horizonte.
Como era previsível, junto com a onda de rejeitos que avança pelo Rio Paraopeba, veio o tsunami de notícias falsas. Um monte de informações, fotos e vídeos que alimenta a tristeza, trunca o debate e horroriza ainda mais uma nação. Haja checagem de fatos para dar conta disso também.
Desde sexta-feira, os fact-checkers profissionais já localizaram dezenas de imagens com legendas truncadas e de vídeos requentados que buscam angariar cliques ao fazer uma falsa associação com o triste episódio de Minas Gerais. As mentes perversas — aquelas que criam essas postagens e se alimentam de não sei o quê num momento tão comovente como este — foram longe no tempo e no espaço para irrigar as redes de vídeos enganosos. E o fizeram em pouquíssimas horas.
Na manhã de sábado, ganhou força no Facebook uma gravação que supostamente mostrava “o momento exato” em que a barragem de Brumadinho tinha ruído. Falso . A gravação exibia o desmoronamento de parte das obras de uma usina hidrelétrica em Sinop (MT), ocorrido em outubro de 2015. Ou seja, nenhuma relação com MG. Mas, naquele momento, ninguém parou para verificar a informação. A maioria dos comentários que acompanham a postagem segue a linha do “Meu Senhor, tende piedade” daqueles que ali estavam, mostrando a crença total dos usuários de redes sociais naquele conteúdo maldosamente compartilhado.
Depois veio um filme que mostra um desastre ocorrido no Laos em setembro de 2017. Na gravação, é possível ver um rio de lama e pessoas tentando sair do local. São funcionários da empresa Intergroup — não da Vale — que nem sequer falam português. Mas pouquíssimos foram aqueles capazes de identificar essas diferenças gritantes.
No domingo, pipocou nas redes uma série de fotografias chocantes de pessoas enlameadas. Todas extremamente comoventes, se tiradas de contexto. Primeiro, surgiu a imagem de uma grávida, deitada de lado, recoberta de marrom. Depois veio uma criança, também deitada de lado, com meio rosto afundado num líquido cinzento. Por fim, apareceu uma menina de dentes brancos aos berros, com lama gotejando de seus cabelos. Num país comovido com o avanço dos rejeitos de mineração e com as dezenas de mortos e desaparecidos, o enredo do pavor passou a fazer todo o sentido — e o ímpeto verificador foi por terra.
A grávida da imagem, na verdade, foi fotografada em 2013. Passava bem na hora do clique de Eraldo Peres, da Associated Press. Integrava uma caravana de camponesas e participava de um evento em Brasília. Já asduas crianças foram clicadas nos Estados Unidos numa mesma celebração, conhecida como “Mud Day”, ou “Dia da Lama”. Brincavam, cantavam e escorregavam em meio àquele líquido acinzentado enquanto o fotógrafo Bill Pugliano fazia seus registros. Suas fotos, no entanto, viralizaram nas últimas horas, elevando a adrenalina nacional.
Esse texto é um alerta. É um pedido para que redobremos nossa atenção em momentos de crise como o que estamos vivendo por causa do desastre de Brumadinho. Há ferramentas gratuitas e disponíveis na internet que podem ajudar qualquer um a se certificar sobre a veracidade de uma foto. Não passe adiante nenhum registro supostamente atrelado ao horror vivido em Minas Gerais sem testá-lo no Google Images, por exemplo. Busque saber se atrás daquele registro já há uma história. Não há mal algum em pôr fim a cadeias de fake news ou fake fotos.
É em tempos como este que a lógica da verificação se revela ainda mais vital. Sejamos mais humanos. Não espalhe ainda mais dor. Não compartilhe tristezas indevidas. Redobre sua atenção nas redes.
Cristina Tardáguila é diretora da Agência Lupa