A Academia Parauapebense de Letras, por intermédio das suas mais diversas ações e intervenções sociais, cria “corrente literária” como ação solidária para enfrentamento ao isolamento social. A ideia vem ganhando força nas redes sociais e cada vez mais adeptos em Parauapebas (PA).
O clima de confinamento social por causa da pandemia do coronavírus, estimulou a escritora Terezinha Guimarães, integrante dos quadros da APL, propor ao presidente, Rubens Moraes, a execução da ideia de criação de uma corrente literária, com vídeos poesias, o que foi imediatamente posto em prática.
“Quero fazer um desafio para todos vocês. Precisamos nos reinventar e ajudar as pessoas neste momento de confinamento social. Vamos ler uma poesia e doar livros para as pessoas”, disse Terezinha, antes de gravar belo poema (Em Silêncio), de sua autoria, e, após, passou ao presidente da APL, o advogado e escritor Rubens Moraes Júnior, a vez para o próximo poema, dando assim sequência na corrente literária.
“Terezinha, você, como sempre, incrível, que novidade boa, que presente bom”. Com essas palavras, Dr. Rubens, começa a divulgar e incentivar outras pessoas a mandarem seus vídeos, o que imediatamente passou a ter imensa aceitação no meio artístico e cultural da cidade.
Os poemas recitados tratam de política, amor, natureza e outros mais diversos temas. A forma de recitar de cada participante é especial e verdadeiramente solidária.
“Tem sido um grande prazer coletar e distribuir poesias pelas redes sociais, num exercício de fuga da rotina ordinária do dia a dia e fortalecimento da rede cultural e literária de Parauapebas”, diz Rubens Moraes.
O produtor cultural Ivan Oliveira, atento as novidades e também sempre desempenhando papel de vanguarda, já anunciou que fará um trabalho áudio visual com os poemas da “corrente literária”, ajudando a eternizar essa incrível iniciativa da APL.
Lima Rodrigues, membro fundador da APL declamou o soneto “O Suspiro”, do escritor português Manuel Maria Barbosa du Bocage, ou simplesmente, Bocage (15-09-1765 – Setúbal – Portugal/21 de dezembro de 1805 – Lisboa – Portugal), um dos maiores poetas líricos da literatura portuguesa.
O jornalista Waldyr Silva, que também é membro e fundador da APL, declamou o poema “O Anel de Vidro”, de Manuel Bandeira.
Sabrina Medeiros, a mais jovem integrante da Academia de Letras, declamou o poema “O Tempo”, de Cora Coralina, energizando com o vigor da juventude as ações da academia de Letras.
Diversas outras participações, como da escritora Rosa Ibiapina, do professor universitário Leônidas Leão, do historiador Pablo Neri e vários outros ainda seguem enviando seus vídeos e dando vida à vida nestes difíceis dias que todos têm enfrentado.
A brincadeira, que é séria, vem ganhando adeptos a cada hora e, de forma descontraída, envolvendo pessoas de todas as classes sociais, e reafirma duas das inúmeras propostas da Academia Parauapebense de Letras: valorizar os poetas e escritores da nossa cidade e estimular a leitura entre crianças, jovens e adultos.
Mesmo em tempo de pandemia e de whatsapp, a poesia não pode parar e utiliza de forma criativa e saudável a própria tecnologia para se expandir, passando por cima das besteiras e inutilidades divulgadas por milhões de pessoas, inclusive autoridades governamentais dos mais diversos escalões.
E como já disseram poetas de várias partes do mundo, eu repito: “Poetas, uni-vos” e não deixem a peteca cair, ou melhor, a poesia cair.
Gravem suas poesias e passem para a frente pedindo para seus amigos declamarem em seus grupos, independentemente de serem escritores com livros publicados ou membros de alguma Academia de Letras.
O importante é divulgar a poesia nesta forte “Corrente Literária”.
Ah, não esqueça de saudar a academia de letras de Parauapebas e indicar, ao final, outra pessoa para passar a bola para frente.
E você, que enviará a mensagem, não se esqueça de dizer o nome da poesia e seu autor(a).
Parabenizamos, por fim, a Academia de Letras de Parauapebas e também ao seu presidente, Dr. Rubens Moraes, pelo excelente e incansável trabalho desempenhado à frente da instituição!
Os vídeos estão sendo publicados diariamente na página da Academia de Letras de Parauapebas, no Facebook:
https://www.facebook.com/Academia-Parauapebense-de-Letras-1138792032959549/
E como também sou poeta:
“Mesmo que seja pateta
Dizem até que sou cordelista
Sem querer ser moralista
Me despeço com muita rima
Jogando a poesia pra cima,
Mas pedindo para manter
E até mesmo surpreender
Com a corrente literária
Desta bela vida imaginária
Que precisa de leveza
Sem nenhuma tristeza
Para podermos viver
Aprendendo e ensinando a ler
Com muita literatura
Tendo jogo de cintura
Para compor a Educação
Em toda sua projeção
Mesmo que o ministro
Seja bom ou sinistro
E você seja apenas cidadão
Declame com os pés no chão
A cultura não tem limite
Mesmo que você vomite
Ao ouvir certas besteiras
De gente que só fala asneiras
Mas, te peço: grave a poesia
Use toda sua magia
Com muito amor no coração
Por isso: faça logo sua gravação.”