Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Suspeito de matar Erika Suany em Pacajá é solto após audiência de custódia

Durou menos de 48 horas o período em que Gutemberg Goudinho Torres ficou preso. Ele é acusado de ter executado com vários tiros a jovem Erika Suany, na última terça-feira (22), no município de Pacajá, no Estado do Pará.

O crime que tirou a vida de uma jovem de Parauapebas, chocou toda a região. Erika foi executada brutalmente enquanto estava em uma casa noturna, e segundo testemunhas que prestaram depoimento na Delegacia de Polícia Civil em Pacajá, Goudinho foi o autor dos disparos.

Gutemberg foi preso por investigadores de Polícia Civil na manhã de quarta-feira (23), no momento em que ele se preparava para ir ao trabalho. De acordo com informações, o acusado quando foi preso, estava com a mesma bota que foi visto no dia do crime.

No começo da noite desta sexta-feira (25), a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar entrou em contato com Walrimar Santos, Assessor de Comunicação da Polícia Civil do Estado do Pará, que na oportunidade, confirmou a soltura de Gutemberg Goudinho Torres.

De acordo com o Walrimar, Gutemberg saiu da prisão após uma audiência de custódia, realizada no Fórum do Município de Pacajá nesta sexta-feira (25), e por ser réu primário e ter residência fixa, foi beneficiado com a liberdade provisória e responderá pela acusação de ter assassinado a jovem Erika, fora das celas.
Agora, o acusado irá esperar a conclusão do inquérito policial em liberdade, posteriormente o julgamento e se condenado, voltará a ser preso.

O que diz a lei

Segundo o Código de Processo Penal (CPP), a liberdade provisória se fundamenta no fato de o acusado não oferecer risco algum à sociedade, tampouco ao andamento do processo, com a possibilidade de ocultação de provas, por exemplo. Como vai a decisão de suspender a prisão preventiva depende da interpretação do juiz, a defesa deve apresentar documentos que comprovem a “estabilidade” do acusado: contrato de aluguel ou cópia da escritura para demonstrar a residência fixa, comprovante de uma ocupação lícita, cópia da carteira de trabalho, declaração do empregador dizendo que o acusado manterá sua função durante a liberdade provisória.

Foto de Erika, ainda em vida
Foto de Erika, ainda em vida

Comemoração nas redes sociais

Logo que recebeu alvará de soltura, um amigo de Gutemberg Goudinho, identificado como Mario Jefferson, usou o seu perfil pessoal no Facebook e comemorou a saída da prisão de Goudinho com o seguinte texto: “Meu amigo foi solto amem”, porém, após a repercussão da postagem, Mario Jefferson excluiu a publicação da foto em que aparece ao lado de Gutemberg com uma lata de cerveja na mão.

Familiares e amigos de Erika ficam revoltados

Assim que souberam da soltura do principal suspeito de ter matado Erika Suany, familiares e amigos da jovem demonstraram revolta com a decisão judicial. Em contato com a reportagem do Portal Pebinha de Açúcar, Jhon Lennon Santana, amigo de Erika, afirmou estar preocupado com a soltura de Gutemberg. “Estamos desesperados e com medo deles destruírem as provas do assassinato com essa soltura inesperada”, relatou.

Outro lado

A equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar tentou entrar em contato via telefone com Gutemberg Goudinho, para que ele pudesse comentar sobre a acusação que pesa sobre si, porém, não obteve sucesso.

Prefeitura de Parauapebas firma TAC e bota no olho da rua quase 2.000 temporários

O Município de Parauapebas declarou ao Ministério Público Estadual do Pará (MPPA) um déficit financeiro de aproximadamente R$ 63 milhões na arrecadação de 2016, o que significa que a prefeitura não tem condições de fechar as contas públicas até o fim deste ano.

Diante disto, a saída foi adotar medidas que são previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal. O município precisou cortar gastos enxugando a folha de pagamento, demitindo quase dois mil servidores comissionados e temporários, para garantir o pagamento de servidores públicos efetivos. A primeira medida resultou em uma economia de aproximadamente R$ 9 milhões.

O Ministério Público classifica a decisão das demissões como “trágica”, isto porque, caso não fosse tomada a iniciativa, poderia ocorrer até mesmo de o funcionalismo público ficar sem o 13° salário, por exemplo, por conta da falta de recursos.

Diante da crise, a administração municipal ficou proibida de celebrar novos contratos, já aqueles em execução, foram revistos e devem ter seus gastos diminuídos pela metade, foi o que explicou o Promotor de Justiça Hélio Rubens, responsável pela 4° Promotoria de Justiça do órgão em Parauapebas, durante uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (24), na sede do órgão no município. “Quanto aos contratos em execução, houve uma redução na possibilidade de gasto com eles, em média uma redução em 50%, alguns contratos foram simplesmente cancelados”, disse.

Essas e outras medidas foram determinadas em um TAC (Termo de Ajuste de Conduta), assinado pelo Governo Municipal que se compromete a realizar os cortes para não desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Assim como já foi objeto de cobrança de participantes da audiência pública que discutiu a previsão para a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Secretaria de Mineração que na prática não funciona, foi extinta. “A Secretaria de Mineração foi fechada, o secretário foi exonerado, inclusive os servidores temporários”, relatou o Promotor Hélio Rubens.

O Ministério Público analisou a folha de pagamento da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), e constatou fraudes. Alguns profissionais trabalhariam até 18 horas por dia, todos os dias do mês, de acordo com a folha. O que resultaria em “super salários” e para o órgão esta é uma distorção que implica em improbidade administrativa.

O último ponto que consta ano TAC trata da viabilização da entrada de recursos no município. O órgão analisou também um processo que o município de Parauapebas moveu contra a mineradora Vale há mais de 10 anos, e como houve um acordo entre a prefeitura e a empresa, o MP recomendou que o recurso proveniente deste processo fosse utilizado para o cumprimento da folha de pagamento dos servidores públicos. Para o promotor o que falta é racionalizar e economizar.

Reportagem: Jéssica Diniz / Da Redação do Portal Pebinha de Açúcar

Parauapebas cai em desgraça e aumenta bolsão de desocupados

O mercado de trabalho do segundo município mais rico do Pará sofreu um duro golpe em outubro: de uma só vez, mais de 300 pais de família foram chutados à rua da amargura. Vai ser o pior Natal da história deste que tem uma das prefeituras comprovadamente mais ricas do Brasil.

Atualmente, segundo o Caged, Parauapebas demite aos montes serventes de obras, operadores de caminhão de mina, trabalhadores de serviços de limpeza, auxiliares de escritório, motoristas de caminhão, soldadores, operadores de caixa e montadores de máquinas. Não adianta caçar emprego nessas profissões porque elas mandam embora mais de 60% dos novos desempregados que surgem em Parauapebas diariamente.

Para se ter ideia de como a situação está crítica na “Capital do Minério”, este ano, apenas em demissões totais, o município já desempregou 14.878 trabalhadores. É tanta gente mandada para a rua que daria para montar um bairro do tamanho do Cidade Jardim ou lotar uma cidade inteira do tamanho de Curionópolis apenas com pais de família de cara para cima. Tudo isso é muito grave, e não se visualiza perspectiva de melhora em curto ou em médio prazo.

Para agravar a situação, a prefeitura local começou um caça às bruxas dentro do governo municipal a fim de fechar as contas. Não há cálculos oficiais, mas a estimativa é de que ao menos dois mil servidores temporários e comissionados vão ser mandados embora antes mesmo de sentir o cheirinho do décimo terceiro — e detalhe: o número de demissões da prefeitura, que tem regime jurídico próprio de contratação, não entra nas contas do Caged, uma vez que este trata somente dos vínculos com carteira assinada. Com isso, na realidade, Parauapebas deverá ser o município da região com o maior volume absoluto de desempregados no raiar de 2017, um verdadeiro escândalo que desnuda a fragilidade de economias aparentemente fortes, mas que, no fundo, são meramente de papel. A estrela brilhante do Pará agoniza.

Leia mais: Desemprego dispara e arrebenta cidades da região de Carajás

Reportagem: André Santos / Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Pequeno notável, Curionópolis lidera abertura de oportunidades

Qual o segredo do município de Curionópolis? O que faz com que ele, de população pequena e acanhada, tenha se destacado tanto? Como pode ele, tão pouco referenciado nos livros de Geografia, entrar para o mapa nacional da geração de empregos? A resposta é: mineração.

Depois que o projeto Serra Leste, da mineradora Vale, e o Antas North, da mineradora Avanco, passaram a operar, Curionópolis nunca mais foi o mesmo. As mineradoras atraíram uma miríade de currículos e gente de fora; o comércio aqueceu e passou a contratar; e as contas da prefeitura local melhoraram consideravelmente — tanto que, das quatro principais prefeituras da região de Carajás (incluindo Parauapebas, Marabá e Canaã dos Carajás), apenas a de Curionópolis vai atingir a meta de arrecadação para este ano, de acordo com informações do Portal da Transparência.

Em outubro, Curionópolis teve saldo positivo de 104 vagas de emprego e, no ano, 1.173 oportunidades. É praticamente um oásis em tempos de crise e se posiciona na 24ª colocação nacional entre todos os 5.570 municípios brasileiros, uma condição formidável.

A população local pode até perguntar: onde estão esses empregos em Curionópolis? É um volume muito alto. Emprego tem. Tanto é que, apenas em outubro, candidatos a vagas de montador de equipamentos elétricos, servente de obras, mestre de obras, motorista de caminhão, almoxarife e moleiro de minérios triunfaram. A questão é saber se quem mora em Curionópolis não está perdendo vaga para a concorrência dos arredores.

É que, com o desemprego massacrando a região, marabaenses, parauapebenses e canaãnenses estão correndo para “filar a boia” dos filhos de Curionópolis, e estes podem estar chupando o dedo. O mundo-cão do desemprego é mesmo assim, similar ao gatilho de uma arma de faroeste e recheado de QI: é só arranjar o seu.

Leia mais: Desemprego dispara e arrebenta cidades da região de Carajás

Reportagem: André Santos / Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Canaã dos Carajás bate triste recorde histórico de desemprego

Município algum do interior do Pará jamais conseguiu a façanha de Canaã do Carajás em um único mês, desde que o Caged foi criado, em 1965: desempregar tanta gente de uma vez só. É isso o que se viu em Canaã em outubro. Foi de arrepiar.

A “Terra Prometida”, que tem a quinta maior economia do Pará, despejou nas ruas absurdos 1.656 trabalhadores — quase tudo o que Marabá demitiu em dez meses deste ano; e Marabá tem sete vezes mais habitantes que Canaã. No acumulado de 2016, é o 42º município brasileiro que mais demite, com 4.731 trabalhadores desempregos a mais a vagar. Nem mesmo uma capital com mais de um milhão de habitantes, como São Luís (MA), demitiu tanto.

Esse verdadeiro bota-fora de trabalhadores é consequência do mesmo motivo que os empregou outrora: o projeto S11D, da mineradora multinacional Vale. Acontece que as obras civis do empreendimento estão chegando ao fim, e é natural que os trabalhadores sejam desligados. Na verdade, todos os que estão saindo já sabiam que o projeto teria começo e fim — mais fim que começo, aliás.

O que causa espanto é o volume alto para o mês, um recorde muito ruim que certamente nenhum outro município paraense vai atrever-se a superar. E o pior: não vai parar por aí. Ainda há milhares de trabalhadores “sobreviventes” ao S11D que vão “pegar a quita” nos próximos capítulos da novela dramática das demissões.

Portanto, qualquer candidato a emprego atento que se preze jamais irá procurar no momento vaga de servente de obras, que só em outubro cortou impressionantes 308 postos, ou motorista de caminhão, que demitiu 108 pessoas em Canaã. Também não há vagas, de jeito algum, para eletricista, conservador de trilhos de trem, mestre de obras, pedreiro, carpinteiro, apontador, motorista de guincho, montador de estrutura metálica, montador de máquinas e soldador.

Mas se, por um lado, falta emprego em Canaã dos Carajás por conta das demissões em S11D, por outro, a prefeitura em breve vai disparar seu recolhimento de royalties de mineração com a operação do projeto, que deve render muitos milhões ao governo municipal quando atingir a carga plena nos próximos anos. O mistério é saber se os royalties serão revertidos em desenvolvimento social e geração de emprego e renda, para beneficiar os trabalhadores e criar condições para que a economia local não seja dependente da mineração.
Se seguir o mau exemplo de quem lhe pariu, Canaã poderá se sufocar com a empáfia de sua prefeitura, estribada, perdida e escrava de muito dinheiro. Que isso não aconteça, para o bem de sua população.

Leia mais: Desemprego dispara e arrebenta cidades da região de Carajás

Reportagem: André Santos / Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Marabá sai da ‘fossa’ em outubro, mas ainda lidera desemprego

“Reage, cão covarde!” Essa frase de desenho animado ilustra o desempenho do município de Marabá em outubro. Cansado da vida canina de desemprego mensal pela qual vinha sendo assolado ao longo de 2016, Marabá tomou vergonha na cara e criou 60 vagas de emprego no mês passado. É pouco, mas pouco com Deus…

Com as proximidades do final do ano, o comércio deu uma aquecida e as ocupações de vendedor de loja, auxiliar de escritório, atendente de lanchonete, operador de caixa e vendedor de comércio atacadista estão bombando em contratações. Ainda há oportunidades para servente de obras, vigilante, operador de martelete, supervisor de transporte e alimentador de linha de produção. Mas que ninguém se iluda: o salário na carteira para qualquer dessas ocupações não passa de R$ 1.200 — na verdade, de acordo com o Caged, sequer chega a isso.

No acumulado deste ano, entre demissões e contratações, Marabá está no vermelho, com saldo de 1.977 novos desempregados na praça. Fatalmente, 2016 será um ano pior que 2015, em se tratando de desemprego, e não deixará saudades. A principal cidade do sudeste paraense anseia por dias melhores.

Leia mais: Desemprego dispara e arrebenta cidades da região de Carajás

Reportagem: André Santos / Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Desemprego dispara e arrebenta cidades da região de Carajás

Se “nada é tão ruim que não possa piorar”, a culpa é de Edward Murphy, que sete décadas atrás, em sua vida de engenheiro aeroespacial, disparou tal sentença. Fora de contexto, a frase virou mantra mundial. Mas, aqui na região, ela nunca foi tão real na economia e no mercado de trabalho dos municípios de Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás, cujos setores, desde 2014, têm passado de ruins para absurdamente piores.

Enquanto as prefeituras da região amargam crise financeira de proporções murphyanas, os municípios seguem apresentando números de desemprego escandalosamente estratosféricos. E não, não é exagero; são os fatos e os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados na tarde desta quinta-feira (24) referentes a outubro.

Os números do Caged, que contabilizam demissões e contratações atualizadíssimas, revelam que a teoria do caos proposta por Murphy nunca esteve tão próxima.

Reportagem: André Santos / Colaborador do Portal Pebinha de Açúcar

Deixe seu comentário